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Pov Lana

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Pov Lana

No sábado a tarde, eu e Jennifer decidimos que iríamos até a cidade vizinha começar nossa procura por Cida.
Embarcamos no carro e depois de uma hora de viagem estávamos percorrendo as ruas onde eu me recordava vagamente de ter brincado quando era criança.
A casa da minha avó estava totalmente diferente, depois que ela faleceu foi vendida pelos meus tios e os novos moradores a deixaram quase irreconhecível.

- aqui era onde minha vó morava. - aponto para o local e Jennifer olha naquela direção - a casa de Cida não deve ser muito longe daqui, talvez no final da rua. - e então o carro se movimenta mais um pouco até que algo em um dos quintais me faz soltar um grito - aqui! - a loira freia bruscamente o carro assustada.

- calma amor! Tem certeza que é aqui? - ela pergunta analisando o local.

- tenho, eu me lembro daquela fontezinha ali no meio do quintal. - aponto para a fonte de água entre as flores.

- nos resta saber então se ela ainda mora aí. Vamos lá. - ela estaciona o carro e segura na minha mão conforme andamos em direção a porta da casa. Aquilo tudo me remete lembranças de quando eu era criança e meu coração se acelera em expectativa quando tocamos a campainha. Demora um pouco até que escutamos o som das chaves na fechadura.

- tia Cida? - pergunto assim que vejo a semelhança no rosto maduro da mulher que atende a porta.

- Lana? - seu olhar é de puro espanto, ela arregala os olhos e leva a mão até a boca. - é você?

- s-sou eu... - aperto os dedos de Jennifer contra os meus e só solto quando a mulher me pega desprevenida me dando um abraço extremamente apertado.

- por Deus, como você cresceu! Já é uma mulher! E está tão linda! - ela esfrega minhas costas e eu não podia estar mais feliz por ser ela ali e se lembrar de mim.

- faz muitos anos, eu sei... Mas eu precisava vir. - quando nos afastamos ela se permite olhar para Jen e depois para mim de novo.

- é sua irmã? - ela pergunta.

- não, não. Essa é Jennifer, minha namorada. - falo um pouco tímida, não sei ao certo qual seria a reação dela, mas para minha total surpresa ela abraça a loira também que retribui seu gesto.

- é um prazer, Jennifer. Você é linda também. - ela sorri para mim e fico um pouco envergonhada, porém cheia de orgulho. Logo ela nos convida para entrar em sua casa e cada cômodo me traz uma lembrança diferente. A grande escada onde eu adorava brincar. Os quadros nas paredes que prendiam horas da minha atenção.

- podem se sentar e fiquem a vontade, vou buscar algo para tomarmos. - ela indica o sofá para nós e nos sentamos. Jennifer passa um de seus braços por meus ombros em um gesto protetor e agradeço que ela esteja ali, sempre sendo minha rocha quando tudo parece desmoronar.

O Segredo Que Eu GuardoOnde histórias criam vida. Descubra agora