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Pov Jennifer

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Pov Jennifer

Fui acordada na manhã seguinte com dedinhos ligeiros que apertavam minha barriga. Sorri por perceber que Lana parecia melhor.
Peguei meu celular para verificar as horas e o relógio marcava 06:30.

- o que o meu pequeno raio de sol está fazendo acordada tão cedo? - viro de lado na cama escondendo meu rosto em seu pescoço e sentindo aquele cheirinho gostoso que Lana tinha. Ela solta uma gargalhada.

- Lala tá fominha, Mommy. - ela esconde o rosto com um travesseiro.

- oh, o meu pequeno bebê está com fome. E o que você quer comer no café da manhã? - pergunto tirando o travesseiro de cima dela para que possa encarar aqueles olhinhos brilhantes que estavam tão assustados de madrugada.

- mamadeira! - ela não tarda a falar, mas definitivamente não posso deixar que ela substitua as refeições por leite.

- eu posso te dar um pouco de leite na mamadeira, mas tem que me prometer que vai comer algo no café da manhã também. - tento entrar em um acordo com ela.

- mas Mommy... - Lana faz aquele biquinho que mexe com minhas estruturas e ela sabe disso, mas resisto.

- sem mas, lembra o que a médica falou? Você quer voltar para o hospital? Mommy não pode ficar lá com você. Quer ficar sem colinho? - os olhos dela se arregalam de imediato e ela nega diversas vezes seguidas com a cabeça enquanto estica as mãos para perto de mim e se agarra na minha blusa.

- Lala come, promete. - ela fala e sorriu beijando todo seu rosto tamanha fofura que ela tem.

- tudo bem, eu vou pegar e já volto. Fique quietinha aí. - peço antes de sair do quarto e ir para cozinha. Bex já está de pé e toma uma xícara de café sentada na mesa.

- bom dia, Jen. - ela me cumprimenta assim que entro no cômodo.

- bom dia, Bex. - passo por ela e deixo a mamadeira em cima da pia para lavar.

- Lana está tomando leite na mamadeira? - ela me pergunta enquanto observa meus movimentos.

- sim, eu comprei uma ontem... Pensei que fosse mais confortável para ela.

- é realmente lindo o jeito como você se preocupa e cuida dela, Jen.

- e é realmente impressionante o quanto eu gosto de fazer isso. É diferente dessa vez, Bex. Eu me sinto atraída por ela, óbvio, meu lado mulher grita as vezes quando a vejo. Mas isso que a gente tem agora, é... Não sei dizer, me completa, sabe?

- Eu sei dizer que eu nunca vi seus olhos tão brilhantes como dessa vez. Vocês se completam, amiga. Tudo que Lana precisa você pode dar e vice versa. Mas vai ser um pouco complicado quando você voltar ao trabalho, certo? Ela ainda vai ficar uns dias em casa depois disso.

Meu peito aperta em pensar que terei que voltar e provavelmente Lana não vai voltar comigo. Passar o dia todo longe seria uma tortura.

- eu não pensei muito sobre isso ainda, na verdade. Vai ser ruim, horrível para mim, mas com certeza vai ser muito pior para ela. Não sei como vou proceder com isso ainda, tentarei falar com ela mais perto do dia em que eu voltar. - termino de colocar o leite na mamadeira e me despeço de Rebecca voltando para o quarto.

- Mommy demorou - Lana me repreende assim que me vê passando pela porta.

- eu estava falando com a Bex, baby. - me ajeito na cama ao lado dela e me sento de novo encostada na cabeceira, Lana não demora a vir para o meu colo e ela sorri o tempo todo enquanto olha para mim em pura ansiedade.

Quando estamos devidamente encaixadas uma na outra lhe ofereço a mamadeira e sua expressão de satisfação é imediata quando ela começa a sugar. Beijo sua testa enquanto entramos naquela conexão de olhares e gestos e ali é nossa bolha de amor agora.
Lana faz o mesmo ritual, brinca com meus cabelos, minha orelha e por fim escorrega sua mão para dentro da minha blusa.
Talvez ontem ela não tenha se aventurado muito por ali por estar mais sonolenta, mas hoje está bem acordada e seus dedinhos curiosos não demoram em explorar o local e solto um suspiro quando ela encontra meu mamilo que agora está marcado no tecido.

- Tetê da Mommy. - ela olha para mim e desvia o olhar para meu seio enquanto solta por rápidos secundos o bico da mamadeira para falar - tem leitinho aqui também? - ela me encara, não consigo não sorrir para cena.

- não, meu bebê. Não tem leitinho no tetê da Mommy. - meu coração pesa um pouco com as palavras. Lana era um bebê agora, é claro que em algum momento ela ia questionar sobre isso, mas eu não tinha o que fazer naquele momento a não ser falar a verdade.
Porém a conversa não se arrasta muito mais, quando faço menção de colocar a mamadeira ao lado da cama ela puxa minha mão de novo e volta a mamar.

Ficamos mais alguns minutos assim e me permito apenas observa-la no meu colo de novo. Os primeiros raios de sol entrando pela janela e iluminando ainda mais seu corpo em meus braços. Seus cabelos longos e ondulados espalhados em mim enquanto tudo que importava para nós naquele momento era que estávamos perto uma da outra.
Novamente o instinto dentro de mim grita quando minha imaginação me mostra o quão único e satisfatório seria criar mais esse laço com Lana.

Desejei com todas as forças naquele momento poder sentir a sensação inigualável que seria nutrir outro ser humano com meu próprio corpo e estreitar esse laço com minha linda.morena, mas eu tinha que ir com calma.
Depois da conversa com Rebecca a possibilidade de como eu abordaria isso com Lana também estava fervilhando minha mente.
Pensar que eu não estaria aqui para cuidar dela em todas as horas do dia me deixava angustiada por antecedência, mas eu sabia que uma hora isso aconteceria, que em algum momento a própria Lana teria de voltar ao trabalho e eu teria que lhe tirar de seu pequeno espaço.

Aquilo me doía. Para alguém que passou tanto tempo se privando de seus próprios desejos esses dias podendo ser somente a pequena Lana seriam o céu para ela e eu odiava a ideia de ter que dosar isso para ela quando nossa vida voltasse a rotina normal.
Eu teria de ajudá-la a equilíbrar todos aqueles sentimentos dentro de si e explicar que ela ainda continuaria sendo o meu bebê, mas não o tempo todo, teria que dar espaço para a grande Lana a maior parte do dia.
Quando ela percebe que estou longe em meus pensamentos sua voz me chama atenção e vejo que não há mais nenhuma gota de leite na mamadeira.

Ficamos ali abraçadas trocando fungadinhas até que Lana se sente desperta o suficiente para tomar banho e eu faço o mesmo, tudo parecendo cada vez mais natural agora e agradeço por isso. Quando estamos devidamente vestidas eu troco o curativo de sua testa e passo uma pomada nos outros hematomas que estão um pouco mais claros agora.
Escovo e seco o cabelo da morena vendo o quão contente ela fica por isso. A arrumei definitivamente como uma bonequinha hoje lhe colocando um de seus vestidos e um laço no cabelo.

Nossa rotina é a mesma do dia anterior, tomamos café, ocorre uma pequena luta na hora de tomar os remédios mas no final fica tudo bem.
O decorrer do dia é tranquilo mas no começo da tarde Lana começa a ficar mais amoadinha, sua pele está quente e não consigo fazer quase nada enquanto ela assiste TV pois a mesma exige meu colo o tempo todo.
Decido que seu bem estar é maior do que os afazeres da casa e me sento com ela no sofá que se agarra comigo e não me solta nenhum minuto sequer.

- baby, olha para mim. - peço e acaricio seu rosto com minha mão livre enquanto ela está com a cabeça encostada em meu peito. - está sentindo alguma dor?

- Lala só quer ficar pertinho da Mommy. - ela faz um biquinho e seus olhos estão lacrimejando. Tem algo de errado, sinto isso, mas ela apenas precisa de mim agora e é isso que eu faço, permaneço aqui para ela.

O Segredo Que Eu GuardoOnde histórias criam vida. Descubra agora