O Segredo Que Eu Guardo

41

Pov Jennifer

Acordo no dia seguinte agradecendo ao universo por ser sábado. Lana está agarrada a mim e seu corpo está quase todo em cima do meu o que torna a minha missão de sair dali ainda mais difícil. A noite foi longa, os pesadelos a faziam acordar desesperada durante a madrugada o que me fez passar a noite quase em claro.
Com muito cuidado coloco ela no lado vazio da cama e cubro seu corpo com o cobertor deixando as pelúcias entre seus braços.
Coloco meu roupão e vou para cozinha onde Rebecca está tomando café.

- bom dia Bex.

- bom dia Jen. Não sabia que ia levantar cedo, fiz café só para mim. - ela solta uma risadinha.

- não tem problema, vou fazer uma vitamina para Lana mais tarde e para ser sincera estou tão enjoada que quase nem consigo comer. - falo me sentando de frente para ela na mesa.

- Annie não deu notícias?

- Ainda não. Lana me contou ontem que isso tudo aconteceu por causa dos documentos da casa que estão no nome dela e ele quer vender o imóvel e não pode sem que ela assine. Ele ameaçou ela, Rebecca. O sequestro e a surra foram só um aviso. - aperto meus dedos uns contra os outros ao lembrar das palavras de Lana e o quanto aquilo me consome de uma forma venenosa.

- nós só temos que ficar de olho nela e deixar a polícia cuidar do resto. Ele não vai demorar voltar para a cidade se quer tanto assim esses papéis e é onde eles vão pegar ele. - suspiro tensa.

- eu não vou sair de perto dela um minuto, vou ter que andar armada eu acho. - A ruiva arregala os olhos para mim.

- definitivamente não, você já fez um estrago enorme no pescoço da Nástia só com as mãos e querendo ou não, somos três contra ele. Não vou mais deixar vocês virem sozinhas para casa por enquanto, já avisei Meghan sobre a situação.

- você realmente não existe.

- vocês são minha família também, Jennifer. E só eu sei o desespero que você passou quando Lana sumiu. Não posso nem imaginar passar por isso com Meghan que já me dá uma coisa ruim. Então o quanto eu puder ajudar, eu vou. - ela se levanta e deixa um beijo em minha testa. - estou indo ao mercado e logo volto, quer alguma coisa?

- não preciso de nada, se cuida tá bom?

- sim senhora! E vocês também, tranca aqui. - ela me dá um aceno e sai pela porta. Olho em direção a geladeira mas não tenho vontade de comer absolutamente nada, apenas uma sede sem tamanho se apossa de mim e pego uma garrafinha de água decidindo que é melhor sentar no sofá enquanto Lana não acorda. Pego meu celular e respondo algumas mensagens da minha mãe enquanto o jornal passa na TV.

Em determinado momento enquanto vejo a palavra "digitando" na conversa, desvio meu olhar do celular e encaro a tela maior a minha frente. Não estava prestando atenção antes mas não preciso de muito esforço para entender a notícia quando leio "homem é brutalmente espancada até a morte após briga de bar na madrugada de sábado."