•Capítulo 3•

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                     •°||⚔️||°•

      Ela gostava de poemas, melancia e jogos de tiro. Era a garota mais linda para Edgar. Quando jogavam videogame havia um momento em que Edgar queria muito poder sentir o toque das mãos dela para sentir aqueles mesmos movimentos do controle nele. Os pais de Edgar sempre tiveram melhores condições do que a família de Marine. Ela morava num subúrbio há algumas quadras da casa de Edgar. Ela também gostava de jogar futebol, mas Edgar nunca teve interesse em bola ou correr atrás de algo tão bobo. Mas, foi por intermédio de algo tão bobo que Edgar conheceu Marine. Certa vez Edgar e seus pais foram ao supermercado e Edgar ficou do lado de fora, esperando. Já não era mais uma criança para os pais, tinha 11 anos e os pais confiavam na responsabilidade que ele sempre tivera. Edgar caminhou pra fora da área do supermercado e sentou no banco da praça, não muito depois foi atingido por algo na cabeça, ficou furioso com as mãos na cabeça abaixada, os olhos fechados sem entender nada. Ouviu alguém se aproximando e falando:

          - Merda, Louis, a culpa foi sua!

         Edgar se contorceu mais. Aquilo não era a primeira vez que coisas como aquela acontecia de propósito. Qualquer pessoa o intimidava simplesmente pelo prazer de diminui-lo. Edgar levantou a cabeça um pouco abrindo os olhos, viu uma bola amarela suja e bastante desgastada.

           - Ei, você!

         Edgar percebeu que a voz se dirigia à ele. Edgar levantou mais um pouco o olhar e viu um par de tênis velhos roxo e pernas pequenas muito sujas, a voz continuou:

           - Foi mal, é que o Lou é bem cabeça de lua.

           Edgar subiu o olhar e viu uma garota com a cabeça torta pro lado dele, ele percebeu que ela tentava ver se ele estava bem. Marine estendeu a mão e Edgar viu que a aquela mão estava imunda. A garota é um bicho, ele pensou. Bem diferente da sua prima Katarina, ela cheirava a coisas doces. O quarto dela cheirava a coisas doces, bem diferente dela.

              - Ei, eu ajudo, levanta.

           Edgar girou a cabeça sentindo a testa latejando e avistou três garotos se aproximando.

             -Ele tá vivo Marine? - falou um deles.

              -Claro, seu idiota. - respondeu o segundo.

           O terceiro garoto só observava a cena rindo. Marine continuou estendendo a mão, mas Edgar não pegaria naquela mão imunda. Edgar levantou do banco e começou a caminhar em direção ao supermercado.

         - Ih, te tratou que nem merda, Marine. - gritou um dos meninos.

      Edgar continuou caminhando e escutou a voz da menina dizendo:

         - Isso não importa, Gabi.

          Edgar olhou para trás, viu a garota apanhar a bola do chão e depois caminhar juntos ao meninos. Ele parou de olhar, mas ouviu a voz dela novamente.

        - Ei! Espera! Ou se não, não divido minhas jujubas com vocês!

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X. E.V.E.SOnde histórias criam vida. Descubra agora