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Ele precisou descer na cova. De longe se via que Marine não tinha dignidade nem depois de morta. Não havia uma lápide bonita , ou flores bonitas ou qualquer coisa que sinalizasse uma criança com condições favoráveis, só o volume da areia e uma pequena cruz tingida de amarelo. Edgar então começou a tentativa de quebrar as correntes. Já haviam passado seis anos. Seis anos. Edgar não soube como aguentou isso por tanto tempo. Mas lá estava ele, há um passo de sentir ela mais uma vez. Quando finalmente ele o abriu, teve náusea. Fios de cabelo. Um resto de tecido rosa claro. Ela nunca usava vestido. Mas ainda era ela. A garota que ele tanto amou. Segurou o crânio entre os dedos sentindo cada detalhe. Ele sabia que tinha que sair dali logo, pegou uma sacola plástica e colocou os restos mortais de Marine. Fechou o caixão. Pulou pra fora da cova, começou a colocar a areia com a pá em cima novamente do caixão e quando terminou guardou os utensílios na mochila e caminhou até o muro do cemitério. Tudo ocorria de maneira calma, Edgar não tinha medo. Não sentia ressentimento em nada do que fazia. Na mente de Edgar, aquilo era amor. Pulou o muro e viu que a região permanecia quieta. Deus ou o diabo me ajuda, pensou Edgar e sorriu pra si mesmo.
Ele não se sentia sozinho. Era como estar com marine novamente.
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A porta de casa estava entreaberta. Edgar ao se aproximar da varanda viu que seu pai estava parado em pé perto do corredor. Caminhou calmamente. Ninguém sabe o que eu fiz, é só agir naturalmente, ele pensou. Quando subiu o degrau da varanda sua mãe surgiu de dentro da casa com expressão aflita.
- Ed, onde você estava? - ela já mudara de aflita para furiosa. - E com mochila? Você queria fugir?!
Edgar revirou os olhos com descaso. Passou por ela calado mas o pai veio a falar:
- Ed, sua mãe está falando com você!
Edgar estremeceu. Ele temia o pai.
- Estou cansado, só quero descansar, pai.
Eu quero ficar a sós com a Marine, que merda.
Will olhou para a esposa, ela retribuiu o olhar, ele pegou no ombro do filho e falou:
- Tudo bem, Ed , mas a conversa ainda não terminou.
O garoto subiu rapidamente para seu quarto. O que ele mais desejava acontecia.
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X. E.V.E.S
HorrorEdgar é um garoto solitário, portador de TOC( Transtorno Obsessivo Compulsivo). Seu sonho é se tornar cirurgião, mas será que os seus desejos mais obscuros irão deixar de lhe atormentar?
