Capítulo 10

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Athena


Acordo sentindo que meu braço está dormente e percebo que acabei adormecendo em cima dele.

Saio devagar e viro para o lado e logo seus braços veem para cima de mim e seu corpo praticamente cobre o meu.

Depois da minha tentativa fracassada de terminar o que nem comecei com ele, acabamos transando na sala, no corredor, até pararmos aqui no quarto e só de lembrar das coisas que fizemos, já surge um pequeno sorriso no meu rosto...

Não consigo resistir a ele e é maravilhoso tudo que fazemos na cama mas sinto que estou me apegando mais do que deveria e sei que isso não vai acabar bem.

__Bom dia, gatinha- diz baixo, beijando minhas costas, o que é muito bom!

__Bom dia.- digo da mesma forma.

__Você chegou a dormir?- pergunto.

__Não, pude ouvir seu ronco- diz me fazendo rir.

__Sei que não ronco!

__É, não ronca.- diz acariciando minhas costas.

__Alexandre...

__Oi...

__Me fala mais de você- pergunto e ele me puxa para mais perto e deito minha cabeça no seu braço enquanto nossos corpos ficam colados...

De conchinha!

__O que você quer saber?- pergunta enquanto massageia meu seio.

__tudo!

Realmente eu quero saber de tudo! Não só quero como preciso!

Preciso saber algo a mais do homem que entrou na minha vida por acaso e além de bagunçar minha cabeça, não consigo dizer um não para ele!

__Seria melhor se você fosse mais específica gata- diz beijando meu pescoço.

__Ah sei lá, me diz quem é você- pergunto com medo de estar sendo invasiva demais.

__Moro aqui há alguns anos mas sou russo, minha família toda mora na Rússia mas decidi acompanhar os negócios mais de perto, por isso me mudei para o Estados Unidos!- diz me fazendo ficar estática.

__Não sou um funcionário da boate,sou o dono dela e de mais quinze, isso só aqui!- fala e me sento na cama rapidamente, percebendo que ele é muito mais que um estranho, pois eu tinha uma percepção totalmente diferente dele, como se eu não conhecesse esse homem, como realmente não conheço!

__Porque não me disse antes?

__Você não perguntou! - diz e me puxa para deitar novamente.

__E sua família?

__Minha família mora na Rússia, não tenho filhos e vivo mais na boate do que em casa! Mas como já te disse, eu não costumo sair com as mulheres que vão lá.

São muitas informações para a minha cabeça processar! Juro que pensei que ele era só um funcionário da boate e depois da história do dinheiro, eu cheguei a pensar que ele fazia alguma coisa ilegal.

Mas agora até que faz sentido, pois um funcionário não poderia usar um quarto tão luxuoso quanto aquele, muito menos teria tanto dinheiro para um simples remédio.

__E você, sua família, porque vive sozinha?- ele me pergunta e me sinto à vontade para falar.

__Tenho mãe, mas é como se não tivesse. Ela é bem nova,tem quase a sua idade, 35 anos mas ela nunca me quis, porém para afetar minha avó ela fazia questão de ficar comigo... Bom,quando o quarto marido não queria uma mulher com filhos, ela me deu para a minha avó...

__Sinto muito!

__Não sinta, foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida! Pena que durou pouco, apenas 3 anos, depois minha avó faleceu e minha mãe voltou e veio morar comigo...

Foi horrível saber que minha avó que era minha protetora não estava mais ali, o pior foi ver o desespero dela ao ir para o hospital, preocupada comigo, pedindo pelo amor de Deus para a vizinha cuidar bem de mim

Acho que minha avó já sabia que não voltaria!

Eu esperei na janela da sala da vizinha por dias, esperei minha avó vir me buscar e me levar para casa. Ela era gorda e lembro que meus bracinhos não se encontravam ao abraça-la.

Eu ia dormir triste pois minha avó me acostumou a dormir com ela, e pensei que quando ela chegasse nós iríamos jantar e ir dormir. Era tão confortável dormir em cima dela, toda aquela gordura, era um conforto para mim.

__Vovó?

__Oi?

__Tá machucando?- perguntei estando em cima dela..

__Não meu anjo, a gordura da vovó tá aqui pra isso!- disse e nós duas rimos.

Mas depois de dias eu vejo pela janela a minha mãe, e lembro como se fosse hoje que temi e me escondi, como minha avó me ensinou a fazer sempre que ela chegava, pois me batia só por me ver.

Mas nada adiantou, no final a mulher teve que me entregar para ela pois a mesma ameaçou chamar a polícia caso não o fizesse.

E fui eu para casa com ela que no caminho me disse que minha avó estava morta e que mereceu; foi assim que recebi a pior notícia da minha vida!

Apanhei todos os dias por semanas até que entendi como eu deveria agir e comecei a fazer tudo o que ela queria. Acordava e já corria para o banheiro tomava banho e depois preparava o café dela.

Ela acordava tarde mas se por ironia do destino acordasse cedo e não tivesse tudo pronto eu apanhava, então deixava tudo pronto bem cedo.

Só de lembrar das coisas, consigo sentir vestígios do sentimento de medo que me dominava, como o medo era presente na minha vida.

É difícil de falar mas é bom ao mesmo tempo pois parece que aqui longe dela eu sou mais forte e deixo de ser aquela garotinha.

__Eu tinha 6 anos quando minha avó se foi e até meus 17 anos morei com a minha mãe e com tantos homens que nem sei a quantidade, fui para Stanford e nunca mais vi ou falei com ela, até eu ser expulsa e ter que voltar. Enfim, taí minha vida!

__Minha mãe é o posto da sua- ele diz depois de segundos de silêncio.

__Ela ainda é viva?

__Sim!

Eu quase disse que queria conhecer a mãe dele, mas ainda bem que me contive a tempo. Só o que temos é sexo, isso não inclui conhecer os pais.

__Vou dormir mais um pouquinho, quando sair fecha bem a porta...- digo com os olhos já fechados e não escuto resposta

Pessoas lindas do meu ❤

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Athena, Nos Braços De Um DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora