Negada pela própria família e tratada como intrusa em minha casa. Depois de uma tragédia em minha vila fui a única sobrevivente, ver todos mortos em meus pés, e aquele demônio sedento por meu sangue. Vi minha vida miserável passar em um flash, achei...
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Por quê eu deveria me prender? se o que eu realmente quero é apenas sair correndo pelo mundo, meu espírito é livre, porque eu simplesmente não posso me deixar sentir? sentir o aconchego de uma fogueira e um cobertor em noite fria, o sabor da névoa do amanhecer, o cheiro da floresta encharcada pela água de um dia de chuva, a vista de uma noite estrelada em um deserto, o que realmente me prende? eu apenas quero me deixar sentir todo tipo de sensação, isso é um direito que ninguémpoderá arrancar de mim, só me deixe sentir cada segundo.
Ainda deitada e em sono profundo, sinto o calor do sol que acabou de nascer acariciar meu rosto, abro os olhos, sonolenta, e solto um suspiro pesado.
Me levanto bem devagar, e a brisa fresca que sai da brecha da janela faz a cortina se mover, assim, mostrando o sol e seu calor matutino.
Enquanto esfrego os olhos na tentativa de me despertar totalmente, me levanto e abro as cortinas, a brisa bate forte e joga meu cabelo para trás, fecho os olhos enquanto sinto aquela sensação, se sentir livre. Isso é o que eu sempre quis sentir, e agora posso dizer que meu espírito é do mundo e de mais ninguém.
Salto a janela e ando alguns metros, meus pés nús, naquele solo molhado pelo sereno. O vento bate forte novamente. Há uma pequena mata a minha frente, e um enorme jardim verde a minha volta. Fecho meus olhos e respiro fundo, múltiplas sensações, você consegue sentir o mesmo que eu?.
Apenas me jogo para trás, e me permito deitar na grama molhada. O cheiro da terra rica e da natureza toma conta das minhas narinas. Fica observando as nuvens se moverem lentamente e o sol despertar.
Me levanto devagar, e salto a janela novamente, pego minha roupa do esquadrão e vou em direção ao banheiro, tomo um banho frio e lavo meus cabelos, saio do banho de toalha e me seco, visto meu uniforme e amarro meus cabelos com o mesmo penteado que sempre uso. Guardo todos os meus pertences em uma grande bolsa de viajem que sempre carrego comigo em minhas missões. Confiro tudo, e visto meu haori.
Pego minha espada, um algodão, álcool, um lenço, e uma pinça. Uso a pinça delicadamente para segurar o algodão e o mergulho no álcool, começo a passar na lâmina da minha nichirin e repetir isso várias vezes com cuidado para não me cortar na lâmina precisamente afiada. Depois de limpar todos os resticios de sangue e sujeiras indesejadas, pego o lenço e repito o processo para tirar o excesso de álcool e o mau cheiro.
Pego a espada e faço um movimento rápido e cuidadoso atacando absolutamente nada que estava em minha frente. Escuto o barulho da lâmina cortando o ar e fazendo um barulho agudo, assim mostrando que está bastante afiada. Guardo a espada na bainha, a coloco em meu cinto e fecho a bolsa, ponho a bolsa em minhas costas e saio andando.
