Seventh (7)

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ℚualquer pessoa que conhece minimamente a Maiara, descobre que ela é totalmente doida, mas conforme você vai criando mais intimidade com ele vai descobrindo que ela consegue ser mais louca do que o previsto, eu no posto de sua melhor amiga e praticamente irmã, conheço isso melhor que ninguém.

Mas mesmo ela sendo essa maluca, qualquer minuto longe dela nessa escola costuma ser um perfeito inferno, já que eu não falo com ninguém além dela e nem pretendo, por isso, as segundas e quintas eram os piores dias da semana, porque segunda tinha educação física e na quinta literatura, e Maiara não tinha essas aulas no mesmo período que eu, e eu admito que odiava esse método da escola, não seria mais fácil ter turmas ao invés de ficar sorteando? Mas segundo eles, isso era para os alunos interagirem uns com os outros, enfim, ridículo.

E cá estou eu, com esse macacão azul escuro ridículo, uniforme da escola para E.F, o professor tomou a precaução de deixar eu e Marília bem longe uma da outra, então me deixou na segunda equipe, que estava nos bancos enquanto a primeira equipe estava na quadra jogando algo que não sei o que é, porque não prestei atenção, pois estava pensando em questões existenciais.

— SEGUNDA EQUIPE! — O professor gritou me fazendo levantar relutante, e ir para o meio da quadra, Naiara que estava lá, correu até mim ofegante e toda suada e me desejou boa sorte, para logo ir descansar nos bancos com o restante das pessoas.

Suspirei, eu odiava com todas minhas forças E.F.

*

As coisas não ficaram muito diferentes do que costumavam ser, com exceção que não tive nenhum tipo de contato com Marília hoje, ela nem me olhou e isso me fazia ficar ainda mais cabreira, pois sabia que o ataque seria silencioso.

Mas por enquanto eu estava um pouco tranquila, como a minha equipe era a segunda, o professor liberou a primeira equipe para ir tomar banho primeiro, para deixar o vestuário um pouco mais livre, e eu mesmo odiando tomar banho na escola, precisava, pois eu estava imunda, toda suada e fedendo.

Fiquei uns minutinhos conversando com a Naiara, para deixar o vestuário ficar vazio e quando o sinal tocou, e ela saiu para ir para as salas, eu resolvi ir tomar banho, mesmo que chegasse um pouco atrasada para a próxima aula.

Quando entrei, vi que realmente ninguém estava ali, então fiquei mais à vontade, abri um dos armários que tinha ali, o número 16 que eu sabia que era o meu, e peguei a minha toalha ali de dentro e fui até um dos chuveiros, que por sorte tinha uma porta em cada cabine.

Após tomar um banho rápido só para tirar o suor e lavar meus cabelos, eu me enrolei na toalha e sai para pegar minhas roupas, porque tinha esquecido quando fui pegar a toalha.

Eu estava bem plena, assobiando tranquilamente indo em direção aos armários quando paralisei no lugar, e por quê?

Simples, Marília estava bem tranquila de costas, enxugando o cabelo apenas de roupa íntima rosa, ainda estava com o corpo úmido pelo banho, e bem na hora que eu vi ela, a mesma se virou, semicerrando os olhos quando me viu, para logo negar com a cabeça rindo.

— Pereira...— Estalou a língua no céu da boca — O que você está fazendo aqui?

Engoli em seco, com a cabeça a mil por hora.

Quando você está na frente de um animal selvagem, você não pode transparecer medo...

Então fiz o lógico, apenas fingi coragem e sorri irônica.

— Talvez tomar banho para trocar de roupa? É isso que as pessoas fazem no vestuário — dei de ombros e cruzei os braços, tanto para não deixar transparecer que minhas mãos estavam tremendo quanto para tentar ficar menos exposta já que eu estava somente com uma toalha me cobrindo.

— Ficar sozinha comigo no mesmo espaço... Não tem medo? — Perguntou ainda sorrindo, enquanto secava os braços agora.

— Bom, caso minha memória não esteja falhando... E ela provavelmente não está, você que saiu pior, era pra você estar com medo, não eu — dei de ombros.

— Isso porque você me pegou desprevenida, eu nunca ia imaginar que você ia pular em mim igual um animal selvagem, parecia uma vaca descontrolada!

Ela acabou de me chamar de vaca? É isso mesmo?!

— E você uma serpente cuspideira de veneno, calculando a hora do ataque!

Marília me fuzilou com os olhos, mas logo sorriu, parecendo ser uma ameaça.

— Então você além de descontrolada, é burra, por ter se metido comigo.

Ergui as sobrancelhas, rindo.

— Ai ai, que bom que você se cura rápido né, não é todo mundo que sai toda estropiada como você e fica de boa com isso...

— Você não brinca comigo, Pereira, acabo com você num estalar de dedos — me apontou o dedo, com uma coloração avermelhada no rosto de raiva.

— Não estou vendo suas amiguinhas, eu sento se você quiser, para esperar elas chegarem, porque você sozinha não é capaz de nem me fazer cócegas — revirei os olhos para depois começar a rir.

— Não sou, é? Quer testar?

— Não vejo nenhum impedimento para isso! Pode vir, que resolvemos isso agora mesmo! — Me praguejei por estar apenas de toalha, e ela estava de roupas íntimas, provavelmente eu ficaria rolando pelada no chão, trocando socos, mas não ia fugir da briga, então tentei deixar minha toalha bem presa ao corpo e levantei meus pulsos fechados em punho chamando ela.

— Eu vou mesmo! Aqui ninguém vai tirar você de perto de mim quando estiver apanhando — jogou a toalha sobre um dos bancos e se aproximou a passos pesados. — Eu luto Karatê — sorriu sem mostrar os dentes.

Grande coisa! Eu luto combate de rua — me preparei para o duelo, já sentindo meu sangue quente.

Eu iria ser expulsa, mas quem liga? Eu ia acabar com essa desgraçada!

A Vadia Da Minha Crush | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora