Twentieth (20)

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P.O.V Marília Mendonça

𝕄eus pais sempre foram do tipo ausente, mas para compensar, não poupam gastos.

Mas eu não os culpava, foram criados assim pelos meus avós, achavam que dinheiro e babás era tudo que uma criança precisava. Nona, apelido carinhoso que dei, desde criança, para Marieta Miller, minha babá que me criará, enquanto minha mãe, decorava mansões e castelos, e meu pai estava arquitetando projetos milionários, sempre me amou o máximo que pode, me tratava como um de seus filhos, e até hoje em dia, era presente em minha vida.

Quando eu completei meus dezoito anos, pedi para meu pai me comprar uma casa, ele ficou confuso, pois já tínhamos uma ótima, e já tinha me comprado um belo apartamento na cidade onde eu iria fazer a faculdade, mas eu não precisei insistir muito para ele comprar, uma casa, onde eu queria, é claro, que eu fiz tudo pensado, queria ficar perto da Maraisa.

E morar no mesmo condomínio que ela não poderia ser uma solução melhor.

Mas acabou que tivemos nosso desentendimento, isso porque, a imbecil da Maraisa falou que eu somente queria sexo dela, e eu fiquei revoltada com isso, após pensar muito, eu percebi que talvez eu tenha dado a entender isso. Mas eu queria que ela viesse atrás de mim, OK, talvez eu seja louca, mas não me culpem, é ... Da minha essência?

Enfim, não consegui ficar longe dela, e mesmo se fosse atormentando ela, isso me gerava alguns minutos de sua atenção, e ela ficava muito bonitinha com raiva.

Isso não me torna menos babaca, eu a fiz passar vergonha na frente de várias pessoas, não que eu não tivesse feito já, mas dessa vez foi diferente, ela queria sair do colégio! E eu não podia permitir isso, eu sou apaixonada por ela, sou uma imbecil, mas uma imbecil apaixonada.

Mas ao que parece, agora estávamos bem, não como eu gostaria, mas melhor do que eu imaginava.

Eu consegui convencer a Isa a passar a noite comigo, e céus, eu estava tão, mas tão feliz. Sou uma sortuda! Queria gritar de felicidade.

Ela ligou para a mãe dela e falou que estava na minha casa, que ficava a alguns metros de distância da sua própria, e que passaríamos a noite jogando e comendo besteiras.

Queria ir na sua casa, buscar roupas, mas eu não deixei, tinha medo que se deixasse ela sair, ela não voltasse, e eu, não queria perder nenhum segundo desse sonho que era estar com ela, longe de todos, e podendo tocar ela, como sempre quis.

Ela devia estar no segundo andar, tomando banho no meu quarto, e eu aproveitei para fazer alguma coisa para a gente comer, ela devia estar cheia de fome.

Eu adorava me aventurar na cozinha, sempre que podia cozinhava, pois amava.

Eu estava, grelhando filés de frango quando ouvi passos descalços apressados, eu não pude deixar de sorrir, mas tentei esconder fingindo que não tinha notado a presença da brasileira.

— Hey.

Maraisa veio até o meu lado de cenho franzido e um sorriso nos lábios, não pude deixar de morder os lábios ao olhar para a minha blusa favorita, toda preta, escrito na frente em branco "Hey, chill out!" Ela não vestia nada, além disso aparentemente, os cabelos longos estavam úmidos e caíam pelas costas, a mistura do meu shampoo com seu cheiro natural, era incrível, queria poder sentir mais vezes.

— Não sabia que você podia cozinhar — falou olhando para mim ainda sorrindo.

— Você não sabe muitas coisas sobre mim, Pereira.

— Você tem razão, será que algum dia, vou poder desvendar você, Mendonça? — Ergueu uma das sobrancelhas.

— Quem sabe, mas acho que levará algum bom tempo — sorri com uma piscadela, e resolvi mudar de assunto. — Espero que goste de frango.

— Sim, e céus... Eu definitivamente estou faminta! Mesmo estando com vontade de te beijar, pois o cheiro está maravilhoso, ainda estou surpresa...

— Por quê não quero que morra de fome? — Ri. — Sou uma ótima anfitriã, e tenho que te tratar bem, afinal quero que você volte — ergui minhas sobrancelhas várias vezes divertida.

— Se o gosto for tão bom, quanto o cheiro, definitivamente, vou voltar... — Levantou o olhar da nossa futura refeição para me olhar de cima a baixo. — E não para comer só o seu frango grelhado — revirei os olhos rindo e sendo acompanhada por ela. — Não se sente sozinha? — a olhei confusa. — Digo, morando sozinha aqui...

— Nona, minha antiga babá, sempre está aqui, pelo menos umas três vezes por semana, para cuidar da minha bagunça, já que sou péssima com organização — ri negando com a cabeça. — Mas, no geral, não, como já disse, meio que sempre morei sozinha, e eu até gosto da paz.

— E seu namorado mauricinho? — Perguntou como quem não quer nada, e eu revirei os olhos pela forma que ela se referiu a ele.

— Murilo sempre está treinando, ou eu estou, quando ambos estamos livres, eu geralmente prefiro ficar em casa descansando — dei de ombros, realmente, não desejava mais contato com Murilo, eu e ele éramos mais amigos que qualquer coisa.

— E porque me chamou se queria descansar? — Perguntou divertida.

— Porque, você me cansa de um jeito delicioso — mordi os lábios, maliciosamente.

— Ah é? — Ergueu uma das sobrancelhas, enlaçando minha cintura com os braços, molhei os lábios e dei um beijo rápido nela, não aprofundando muito, gerando um gemido de frustração de Maraisa.

— Minha blusa ficou melhor em você do que em mim, mas eu estou louca para arrancar ela de você, Pereira.

A Vadia Da Minha Crush | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora