Twenty first (21)

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P.O.V Maraisa

𝔼u e Maiara estávamos sentadas na quinta fileira da arquibancada, com as mãos recheadas de comida, e tentávamos equilibrar o refrigerante.

Quando enfim conseguimos nos acomodar, eu de longe, vi Naiara se beijando com um dos jogadores de futebol, e quis rir, tadinho dele, mal sabia onde estava se metendo, agradeci mentalmente pelo fato de desde nossa conversa e da minha pequena mentira contada a ela, Naiara não voltou a me dirigir a palavra, mas a fofoqueira resolveu contar pra Maiara que eu ''estava gostando dela'', vocês podem imaginar que Maiara riu até perder a voz.

— Que porra de mentira foi essa Maraisa? — A risada dela era escandalosa, ela estava chamando atenção de todo mundo em volta, e eu pedindo pra ela rir mais baixo, morrendo de vergonha. — Ela me contou e eu tive que segurar a todo custo pra não rir da cara dela. Que nojo, eu e você?! Poderia ter falado qualquer outra pessoa.

Fiz uma falsa cara de ofendida.

— Eu não sabia o que dizer, só queria afastar ela da minha cola — revirei os olhos. — E você falando assim parece que eu sou horrível — obviamente eu estava brincando com ela, também sentia repulsa em pensar em algo assim.

— Você sabe que é gostosa, mas isso é nojento, nós podemos não ter laços sanguíneos, mas eu sinto que você é minha irmã, minha alma gêmea, minha metade — agora ela parou de dar risada, falando sério mas sorrindo. — Tenho certeza que em outras vidas nós duas somos irmãs!

— Deve ser incrível — soltei uma risada nasal, imaginando. — Eu estou brincando, também nunca teria algo com você, foi só uma mentira pra afastar a grudenta, você é minha irmãzinha.

Nós duas nos abraçamos, foi um momento fofo, Maiara disse que não contaria pra Naiara sobre minha mentirinha.

Cerca de dez minutos depois, Maiara começou a tagarelar sobre seu relacionamento e sobre os problemas de sua vida enquanto eu corria meus olhos pelo campo tentando achar minha loira.

Sim, minha loira, a gente estava tendo um lance, mesmo que informal, OK, talvez eu seja um pouco iludida, mas acontece que passamos todo um final de semana juntas, e Marília estava tão amorzinho... É claro, que ninguém sabia que a gente andava se pegando pelos cantos, mas isso é totalmente compreensível, visto que só faz uma semana que estamos tendo, seja lá o que estamos tendo.

Eu sempre tive um grande empenho em tomar no cu, poderia ter várias pessoas afim de mim, mas eu sempre ia na pior opção, talvez eu fosse masoquista, tantas pessoas pra mim ficar apaixonadinha, e eu logo fui ter um crush na mais vadia do colégio, aquela que todos odeiam por ser o diabo no ensino médio, o pesadelo dos calouros e professores.

Marília Mendonça.

Mas eu não podia fazer nada, não mandava no meus sentimentos otários, então sim, eu estava com um crush desgraçado nela, não que eu deixasse transparecer claro.

Quando consegui achar ela, quase suspirei, ela estava tão, mas tão gostosa, naquele uniforme de líder de torcida, talvez eu tivesse um pequeno fetiche por ela de uniforme... Ou sem ele.

— Ai! — Virei chocada ao sentir um forte impacto no meu delicado braço, achei Mai de olhos semicerrados. — Está louca?!

— E você? Está surda? Estou te perguntando a horas sobre algo importante e você com essa cara de lesada, parecendo uma tarada olhando pras nuvens — revirou os olhos. — Você não anda pegando ninguém, anda? — Arregalei os olhos e neguei com a cabeça, fazendo Maiara ficar com uma cara desconfiada. — Uhm... E drogas?

— Não! Caramba! — Bufei. — Eu estava pensando na Potiguar.

— Ah sim, entendi — pareceu acreditar e voltou a falar sobre como Evan era lindo, perfeito e o amor da vida dela, me deixando ainda mais entediada.

E Marília nem olhava para mim, parecia muito ocupada em ensinar uma garota alguma coreografia de líder de torcida, isso já estava me deixando puta, ela só queria falar comigo por baixo dos panos, usar meu corpinho para ser mais exata.

Mas eu estava relevando, afinal, não é como se estivesse namorando ou tendo algo mais duradouro que uma semana, embora essa uma semana tenha sido ótima.

Mesmo que debaixo dos panos, mas o que ninguém sabe, ninguém estraga, não é?

Hoje era quinta feira, e eu estaria mentindo se dissesse que não estou nenhum pouco ansiosa para chegar a sexta, esperava passar esse final de semana com ela novamente.

Minha mãe ficou me provocando, pois acha que eu estava com algum interesse romântico, e ela não está errada, vive falando para eu levar a garota para ela conhecer.

E eu realmente espera poder, porque eu estava gostando dela, não apenas por ela ser a garota mais gata que eu já conheci, e ser a mais quente também, acontece que nesses dias que estivesse com ela, mesmo podendo parecer poucos, eu conheci ela de um jeito diferente, Marília era muito carinhosa, interessante e eu não consegui parar de rir em nenhum momento com ela, e era extremamente fofa sem nem perceber, me fazia ter vontade de morder ela, me mostrou que era mais que a "popular gostosa rica" do colégio.

E eu estava me praguejando por me deixar envolver com tão pouco tempo, mas não me julguem, era inevitável não o fazer com ela, e não, eu não tinha esquecido que ela vivia constantemente infernizando minha vida, e que me fez receber vários apelidos... Mas, aff, eu era uma otária.

— Quieta, vai começar o jogo — Maiara me olhou chocada.

— Ei! Não me mande ficar quieta! E desde quando você gosta de futebol?! Você nem sabe como é o nome da bola.

— A bola tem um nome? — Pperguntei de cenho franzido.

— Não sei, mas viu, você também não sabe — revirei os olhos e me concentrei no jogo.

Fiquei sabe deus quanto tempo fingindo assistir o jogo, quando na verdade, estava apenas olhando para a Mendonça e o jeito que ela mordia os lábios entusiasmada com o jogo.

Eu estava louca para beijar ela, esperaria todas as garotas tomarem banho, para depois invadir o vestuário, Marília sempre era a última a tomar banho, podia aproveitar alguns minutos com ela, e chamá-la para sair na sexta a noite, a verdade é que a gente nunca teve um encontro, e eu estava louca para levar ela no cinema, ou talvez em um parque.

Parecia que eu ia ver ela somente para sexo, e eu não queria que ela achassem isso, pois eu estava realmente gostando dela.

— Enfim essa porra acabou, não sei porque ainda venho com você para essas merdas, odeio qualquer esporte — ouvi minha metade murmurar já se levantando, e estralando as costas. — Está esperando o que?! O time da nossa escola ganhou, ebaaaa, agora vamos!

— Eu vou ficar mais um pouco, quero falar com a Naiara — menti.

— An?! Você está insana? Você inventou aquela mentira nojenta pra voltar a falar com ela? Essa garota já está se pegando com um cara, o manco — falou horrorizada.

— Vai embora Maiara, Evan está te esperando — ela sorriu e concordou com a cabeça.

— Tchau metade — bateu na minha cabeça e saiu correndo, parecia até que estava no cio, não julgo, também estava pela Marília, o jogo tinha acabado de acabar, nós ganhamos, parece que por causa de Murilo.

Mas não foi isso que me chamou a atenção, quando estava todos os garotos gritando como animais pela vitória, Marília entrou no campo e se agarrou com Murilo, parecia que iam se comer ali mesmo, ficaram um bom tempo se pegando, para depois se desgrudar.

E eu quis me batar por ser tão idiota! Como pude me esquecer dele?! Eu imaginava, e queria acreditar, que ela tinha terminado com ele, mas parece que não, ela continuava feliz com o mauricinho, negou com a cabeça suspirando.

Maldita hora que eu fui nascer trouxa.

A Vadia Da Minha Crush | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora