Suco de abacaxi; capitulo dez.

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Eram quase sete horas da noite de um sábado chuvoso, tinha passado a semana inteira sem ir treinar, por conta que ainda não conseguia encarar Rubens pessoalmente. Quer dizer, não conseguia encará-lo de forma alguma! Porém, sentiu muita falta de seus colegas de time e soube, por meio de Taehyung, que eles também sentiram a sua, isso fez o coração dele esquentar subitamente.

"3 dias para a final."

Mais um traço é adicionado no post-it colado à parede, que estava ao lado das fotos em polaroid com ele e o namorado juntos. Jeongguk tinha tido a ideia de última hora, assim que viu uma postagem de Chaeyoung no Instagram — na verdade, roubou a ideia da amiga. 

— Está todo concentradinho aí por que, hein? — perguntou Taehyung, acordando-o do transe com a voz metálica no outro lado da chamada de vídeo. O celular estava posicionando de uma maneira que desse para ver somente o seu perfil. — Fiquei curioso. — Ele estava com uma toalha enrolada na cabeça e no tronco, pois havia terminado de sair do banho. Pingos de água caíam de sua pele, embaçando a câmera do celular.

— Nada demais — respondeu, erguendo os ombros e começando a prestar atenção no celular. —  E, respondendo a sua pergunta anterior a esta. Eu não vou. 

— Baixinho… — Taehyung resmungou. — Você deveria pensar melhor, meu amor. Olha, você não acha que merece explicações? Ou uma conversa saudável com seu pai? Eu te conheço e sei que no fundo você quer isso.

O moreno suspirou, pegando o celular e caminhando até a cama, sentando-se nela em seguida. Bagunçou o cabelo, fazendo-o cair em cima de seus olhos e coçou a ponta do nariz. 

— Por que só agora? É isso que eu não entendo — disse, sentindo-se inseguro, armou um bico com os lábios. — Tinha dezessete, dezessete anos para que essa conversa acontecesse. E ele só veio agora? Do nada? E ainda é meu treinador… A porra do meu treinador, vida! — Ele estava irritado, tentando não xingar seu pai/treinador com todos os xingamentos possíveis e até mesmo inexistentes. 

Percebeu que o cacheado estava quieto, encarou-o por uns segundos e viu o olhar meigo dele cair sobre si, deixando-o amolecido e de cabeça fria para pensar melhor sobre o assunto.

— Mas, talvez você esteja certo. — suspirou outra vez, coçando a testa. Taehyung começou a sorrir. 

— Depois do jantar, nós podemos fazer algo juntos, se você quiser. — Taehyung sugeriu.

Jeongguk permaneceu quieto e pensativo por alguns minutos, até surgir uma ideia em sua cabeça, como se uma lâmpada fosse acesa. 

— Você pode ir comigo? 

— Quê? Pra onde?

— Jantar com o Rubens. — Sorriu amarelo.

— M-Mas, baixinho, é al-algo entre pai e filho, o que eu iria estar fazendo ali? — perguntou de uma forma retórica, tirando a toalha enrolada da cabeça e jogando em um canto. 

Uma luz acendeu na janela e alguns segundos depois escutou um som de estrondo alto. A chuva ficou mais forte, então logo Jeongguk correu para trancar as janelas. 

— Por favor! Eu não vou querer ficar ali sozinho. — implorou. — E eu não vou a lugar nenhum sem você.

Ficou ansioso, sem dúvidas, não tinha esperança de que ele fosse aceitar. Porém, ao ver que os  olhos do cacheado reviraram, seu peito encheu-se de alegria.

— Tá bom, tá bom, eu vou! Mas só se você pagar.

Ele abriu um sorriso largo.

— Eu te amo, Taehyung Kim! — declarou-se, socando o próprio peito de leve como se tivesse levado uma flechada invisível. Taehyung começou a rir no outro lado, falando que o amava também de uma forma meio embaralhada. Jeongguk aproveitou o som da risada dele, porque era de fato a melhor que já tivera escutado. — Queria que você estivesse aqui, estou com saudades e com um pouco de medo desses trovões. 

Dez Passos Para (não) Conquistar Chaeyoung. | taekook 🥅Onde histórias criam vida. Descubra agora