Capítulo 3: A fraqueza dele

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Um sereno gelado me desperta. Quando abro os olhos, vejo a lua no céu e as ondas que se elevam e quebram ao mesmo tempo. Levanto-me assustada, gritando que havia dormido demais. Ali mesmo, percebo um casaco laranja cobrindo minhas pernas.

— Olha só quem acordou. Como foi o sono, Aurora? — perguntou Gustavo, olhando-me profundamente.

— Droga, eu dormi demais! Cadê o Nicolas e os outros? — Handou caminhou pela areia, pegou o casaco e respondeu à minha dúvida.

— Ele foi para casa. Queria te levar, mas, vendo que você estava dormindo de um jeito tão fofo, pedi para ele te deixar comigo, assim podia te vigiar um pouco mais.

— Bom, vamos lá. Tenho que trabalhar amanhã, e você, dona Karen, tem que estudar.

Levantei-me enquanto ele dizia isso, passei por ele e, rapidamente, beijei sua bochecha. Abaixo a cabeça, escondendo meu rosto agora corado nas sombras da noite. Entrei no carro de Handou e, agarrando uma blusa jogada no banco, escondi meu rosto com ela. Quando aproximei a roupa do meu rosto, senti o perfume de Gustavo, o que me derreteu em partes, deixando-me presa naquele aroma agradável. Ele se aproximou, e, para não admitir o que estava acontecendo, joguei a blusa para o banco de trás e me ajeitei no assento.

A caminho de casa, nenhuma palavra foi dita por nós dois. No entanto, uma memória veio à minha mente: a memória de um ponto fraco dele, relacionado ao estereótipo de garota mais velha com corpo de menina mais nova em animações orientais. Porém, não usei esse ponto fraco, pois não queria distraí-lo.

Chegando à porta da minha casa, abri a porta do veículo, retirei o cinto e desci do carro. No momento da despedida, após ele dar um "tchau" bem vazio, decidi usar minha memória recente para atormentá-lo.

— Tchauzinho, Gustavo Senpai — essas palavras saíram da minha boca com um tom infantil. Esse ato teve um efeito inesperado, que se manifestou em um comentário bem aleatório e divertido.

— Karen, a Loli de 26 anos. Melhor eu sair daqui antes que me considerem um lolicon.

Fechei a porta, mostrando o dedo para meu amigo, que arrancou com o carro enquanto eu dava risada, lembrando da minha ação recente.

Casal não assumidoOnde histórias criam vida. Descubra agora