Capítulo 3

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A despedida é uma dor tão suave que te diria Boa Noite até o amanhecer...

A despedida é uma dor tão suave que te diria Boa Noite até o amanhecer

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Julieta

Estava ainda atordoada pelo o que aconteceu hoje mais cedo. Eu ficava olhando para o livro e dedilhando sua capa, queria poder devolver ao rapaz e perguntar a ele se precisava de ajuda. Aqueles olhos escuros como a noite permeavam em minha cabeça e eu sabia que não iriam embora tão cedo.

- Juli. - escuto a voz da minha governanta atrás da porta - O café está na mesa, você vem?

- Já estou indo Luísa! - me levanto da cama e suspiro.

Estava nervosa, não parava de alisar minhas roupas e estalar os dedos. Hoje papai iria comer em casa e eu não sei se quero o ver agora tão cedo. A nossa última discussão ainda estava marcada, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Meus pés foram forçados a se mover para fora do meu quarto e ir até a sala de jantar.

- Boa noite Julieta - ouço a voz do meu pai e vejo que ele e minha mãe já estavam sentados á mesa.

Forço um sorriso e vejo a tensão estampada na cara da minha mãe, ela segurava os talheres de forma desajeitada e tinha um sorriso amarelo nos lábios.

- A Madeleine fez... Lasanha, daquela que você tanto gosta - minha mãe se encolheu quando meu pai a olhou de canto de olho.

Concordei com a cabeça e me sento á mesa, me servindo logo em seguida. Tudo estava quieto, quieto demais. Bebo um pouco do suco que Luísa havia servido no meu copo.

- Suas notas decaíram no último semestre Julieta, andou se distrando? - meu pai comentou enquanto levava um pedaço da lasanha até a boca.

Sinto minha garganta secar e minhas mãos travarem sob a mesa.

- Eu não... Estava me sentindo muito bem mas eu recuperei minhas notas..

- Não teria que recuperar as notas se não estivesse se sentindo mal. Não tem motivo para se sentir mal Julieta.

- Não é necessário..
- O que disse? - ele largou o talher sob seu prato e encarou meus olhos.

Meu coração parecia querer sair pela boca e meu estômago revirou de forma brusca. Eu o odeio de tantas formas diferentes que não caberia nem em um livro de mil e uma páginas.

- Não é necessário ter um motivo para se sentir mal. É normal do ser humano se sentir mal em alguns momentos da sua vida e agora se não se importam eu vou me retirar.

- Garota respondona. - ele resmungou enquanto empurrava o prato e se levantava - Eu vou sair Martina, preciso resolver algumas coisas da empresa.

- Mario é que hoje..

Ele não a esperou terminar de falar e apenas saiu da sala de jantar, escuto um suspiro alto vindo da minha mãe e a olho preocupada. Ela tinha um semblante cansado.

Olhos JulietianosOnde histórias criam vida. Descubra agora