Capítulo 5

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" Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura [...] "

- Soneto 116, Shakespeare

- Soneto 116, Shakespeare

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Meus olhos se abriram com um feixe de luz que adentrou o quarto e o iluminou parcialmente. Resmunguei e me levantei para fechar a cortina direito, Alicia deveria estar no milésimo sono e eu também só queria dormir por agora, julguei ser por volta das sete e meia da manhã e voltei a me deitar na cama, me jogando com tudo no meio dos travesseiros fofinhos.

O problema era um só: Eu não conseguia voltar a dormir.

Estava ansiosa, íamos voltar para casa e tínhamos combinado de ir ao bar que eu havia ido com mamãe e visto Romeo e os amigos tocando. A cena dele tocando permeava em minha mente e ainda estava tão, tão viva que parecia ter sido na noite passada. Tive uma conversa de uma tarde inteira com Alicia sobre Romeo e então descobri que ele namorava.

Bem, eu estou sim meio frustada, não tenho porque mentir. Nunca tive interesse em ninguém, digo, nada que alguém soubesse. Enquanto estive fora eu tive sim meus... Casos perdidos. Estava fora do país, sozinha e num lugar aonde todas as pessoas são atraentes e inteligentes... E atraentes!

Beijei diversas pessoas, devo ter perdido a conta, perdi minha virgindade com um amigo que havia feito numa biblioteca e não me arrependo de absolutamente nada. Foi tudo tão natural, acho que eu deveria dizer a mamãe qualquer dia desses.

Me levantei rapidamente e senti minha visão escurecer brevemente.

- Eita... A pressão baixou.. - sorri comigo mesma e fiquei parada por um instante até voltar ao normal - Agora eu posso ir.

A vida em Londres era ótima, eu me virava para cozinhar e comprar minhas coisas e até cheguei a achar um emprego de meio período numa cafeteria próxima ao internato, tudo escondido, claro. Eu havia me aproximado muito da diretora e ela me adora, muitas das meninas podiam ir e vim quando desejassem desde que tivessem a permissão de Jolenne.

Meus cabelos estavam até que bonitos nessa manhã. Comecei a procurar uma presilha para o prender, não queria que ficasse caindo no meu rosto, iria me atrapalhar quando fosse pintar.

Eu pinto, toco piano, falo francês e tentei fazer ballet. Não deu certo por que sou de longe a pessoa mais destrambelhada que existe então eu decidi partir para as artes marciais, também não durei muito se me permite falar. Parti então para o xadrez, estava certa de que iria me dar bem e se lhe contar que fui um completo fracasso você não estaria surpreso né? Então eu finalmente fui para a ginástica que não é tão diferente do ballet mas por alguma razão eu acabei gostando.

Olhos JulietianosOnde histórias criam vida. Descubra agora