Selando Uma Aliança

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Batucava no volante, pensando se era uma boa ideia.

As coisas saíam do controle antes mesmo que eu pudesse fazer algo. O caos no escritório por conta da aposentadoria repentina de Park SeoJun.

Os boatos corriam como loucos.

Era um sábado tenebroso de chuvas finas e um clima gelado. Eu me encontrava dentro do meu carro, estacionada na frente do prédio residencial mais estupidamente caro de Seul.

Lembro de ter repensado aquela decisão mais de mil vezes pela manhã. Mas sempre que recordava das jogadas sujas de SeoJae para difamar minha imagem de alguma forma, minha vontade de me aliar ao seu filho se tornava ainda maior.

Se bem que, sabia que boa coisa não viria com Jimin ao meu lado.

Apesar de iniciarmos um complô, ele ainda era um Park, e sabe-se lá qual era a sua intenção em se unir a um forasteiro como eu.

Saí do carro com fogo nos olhos, tentando me preparar pra qualquer coisa.

Antes mesmo de me apresentar ao porteiro do prédio, e pedir para liberar minha entrada, este apenas me deu um sorriso e chamou o elevador.

Franzi o cenho, mas imaginei que Jimin havia avisado sobre minha vinda.

Dentro do elevador, comecei a suar nervoso.

Querendo ou não, Park Jimin e seu narizinho empinado me davam um puta tesão, e eu estava prestes a ficar sozinho com ele num apartamento.

E a parte mais excitante era que ninguém, além de nós dois, sabia sobre aquele encontro.

Quando as portas se abriram, percebi que eu não havia tocado nenhum botão. Não havia corredor, apenas uma câmara de entrada. Então notei estar na cobertura.

Óbvio, o rubi favorito tinha uma cobertura só pra ele.

Quando ameacei bater na porta, ouvi a voz doce e melódica disparar:

-Está aberta! - suspirei por um momento, não esperando toda aquela situação confusamente assustadora.

Olhei em volta, buscando câmeras, e se existissem, estavam muito bem escondidas.

Apertei a maçaneta, empurrando a porta sem dificuldades.

-Oh, olá, senhor Coelho! - a saudação formou uma carranca em minha testa.

Poderia ter me estressado um pouco mais, porém, assim que ouvi a porta fechar sozinha atrás de mim, me deslumbrei com a figura extremamente atraente do garoto.

Ele estava dentro de uma camiseta oversize azul clara, de botões e listras fininhas quase imperceptíveis. Por cima, um gigantesco suéter cinza lhe cobria, e nas pernas gostosas, nada além de um short curto demais para ser considerado um short.

Era preto e apertava suas coxas roliças de pele pálida e sedosa. Engoli em seco.

Ele vestia meias cinzas que alcançavam sua panturrilha, pareciam ser de lã. Os cabelos perfeitos estavam bagunçados, e os lábios ainda mais vermelhos do que nunca.

Meu pau reagiu, mas me contive.

-Tentando me seduzir? - disparei, subindo os olhos até os dele.

Seu riso incrédulo me deu calafrios de raiva. Gostoso do caralho, ele sabia bem o que poderia fazer para me ter na palma de sua mão.

Mimadinho do cacete!

-Não sabia que coelhos eram presunçosos. - provocou. -Tire os sapatos. - indicou com a cabeça, na direção dos chinelos de pano para visita.

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