Baile de Caridade

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Aqueles últimos dias estavam se tornando um bizarro e gigantesco caos. 

Os últimos preparativos para o Baile de Caridade da Ruby estavam me dando dores fortes de cabeça, principalmente quando esses detalhes vinham acompanhados por fofocas sobre mim. 

O boato sobre minha sexualidade se espalhou mais do que deveria, chegando num ponto em que eu me pegava surpreso se não ouvia nada a respeito de tal durante um dia inteiro. 

E se tivesse ficado apenas nisso, estaria tudo bem, era até mesmo suportável. Não era mentira, afinal. Eu era gay, e as pessoas a quem eu deveria contar e me justificar, já estavam cientes sobre. 

Mas o problema foi a história sobre minha família. Pseudo família, nem sei se somos mesmo parentes de verdade. 

O boato sobre as dívidas do meu pai, as quais eu paguei todas. O boato sobre minha mãe ser prostituta, o que era em parte verdade, mas antes mesmo de eu nascer ela já não era mais. E talvez, o pior dos boatos... Sobre eu ter me submetido a "testes de sofá" para chegar onde eu cheguei.

Era um absurdo. Não me importo com quem faça algo desse tipo, mas eu jamais faria, pois eu acredito que o sucesso vem com o trabalho duro. 

E eu dei a minha vida para estar onde estava. 

Ouvir de alguns chefes de departamento da empresa, falando sobre a possibilidade de eu ter me deitado com alguém importante para conseguir aquela vitória na minha vida... Aquilo me deixou com tanta raiva, mas tanta. 

Me perguntava de SeoJun sabia sobre o caos que se formava no escritório. Mas ele mal aparecia no trabalho. Passava mais tempo com o neto do que qualquer coisa.

Ele parecia determinado em ficar cada segundo ao lado de Jimin.

E por falar no loiro... 

Jimin estava trabalhando ao meu lado nos últimos tempos. Organizamos juntos o planejamento do Baile de Caridade. De fato, ele era alguém produtivo e competente, e parecia outra pessoa dentro de uma sala de reuniões. 

A relutância do outros a respeito dele, havia caído por terra. Jimin era mais do que útil, e isso os encantou um pouco mais.

Jimin, Jimin... Tenho pensado mais nele do que no trabalho, o que era incomum. 

Passei um sábado inteiro bebendo enquanto encarava a pasta com seu nome em minha mesa. Seu perfil, montado por ele mesmo. Páginas e páginas sobre sua personalidade, sobre sua história. 

Nem mesmo conseguia cogitar a ideia de o ler. Não depois do olhar sincero e nervoso que ele me dera ao pedir. 

"Não leia", ainda me dava calafrios.

Eu não li, jamais o faria. 

E isso estava me corroendo brutalmente. 

-Fez um excelente trabalho, JungKook. - ouvi a voz de Park SeoJun. 

O Baile de Caridade enfim havia chegado. Tudo estava perfeito e o salão impecável. Os convidados foram chegando pelas sete da noite, todos dentro de roupas de gala geniosas e esplêndidas. 

Eu trajava um smoking de marca, algo básico. Paletó e gravata, junto de sapatos italianos. 

Estava na primeira taça de champanhe, me perguntando se seria a única.

-Chefe Park. - me curvei em respeito, ouvindo seu riso frouxo e alegre. Sorri juntamente. SeoJun era um bom homem, e um amigo grandioso. 

-É sempre impressionante ver os seus resultados, JungKook. - sorriu gratificado. 

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