Capítulo 7 - Ódio que gera amor

357 28 7
                                    

Capítulo 7

 Hange Zoe 

— Ele mostrou o dedo do meio pra mim! Nanaba, aquele homem é insuportável! Eu não aguento mais! 

— Hange, calma. Você vai acabar assustando as crianças com seus gritos. — resmungo um foda-se e me jogo na cadeira de rodinhas. 

 Levi Ackerman, eu te odeio profundamente.

 …

— Cheguei! — grito entrando em casa. Falco está na cozinha, no meio de livros e cadernos. Adoro ver ele se esforçando nos estudos. Colt aparece também, de pijama. É um costume dele assim que chegar vestir o pijama depois de um banho quente.

— Oi. — dizem juntos. 

— Mãe, hoje à noite tem reunião na escola. — após Colt dizer, abre frizer, em busca de alguma comida congelada. Como cheguei um pouco atrasada, não vai dar tempo de fazer o almoço. Ele acha uma lasanha. 

— Tá bom. Filho, guarda esses livros e vamos almoçar. — digo ligando o forno elétrico para ajudar o Colt. Durante o almoço, noto que o Colt está bem distraído. — Tem alguma coisa que você queira me contar? — pergunto depois que a lasanha já está pronta e a coloco na mesa. 

— N-Não! Nada! — resolvo não insistir, mesmo sabendo que aí tem. Mas fazer o quê? Não posso força-lo a falar. Almoçamos juntos, sempre conversando. 

— Não vou ir trabalhar depois do almoço. — digo dando uma garfada na lasanha. — Vou acompanhar o Falco para fazer o trabalho. Tenho medo de deixá-lo sozinho com aqueles doidos.

— Sabe, essa quantia de ódio geralmente é amor. — comenta Colt. — Para o Falco odiar tanto a Gabi, deve haver uma pontada de amor entre eles. E digo o mesmo sobre você, mãe, e o Levi Ackerman. 

— O que?! — gritamos juntos. 

— A mãe pode ser que não, talvez seja apenas uma tensão sexual. Já que ela não se envolve com ninguém faz tempo.

— Eu adoraria saber como você descobriu isso. 

— Se eu te contar você vai me por de castigo. — arqueio a sobrancelha.

— Colt…

— E da onde você tirou que eu gosto da Gabi? Ela é uma chata! E pior, tentou me matar! 

— Geralmente as meninas agem agressivamente com a pessoa que elas gostam.

— Ok, sabichao, onde aprendeu isso? — dá de ombros. —  Hum… alguma experiência te fez entender isso? 

— Talvez.

 Dou uma risadinha. Está na cara que ele está apaixonado. 

 Depois que almoçamos, a diarista chega e Colt vai para o quarto cochilar. Ele costuma dormir um pouco de tarde e estudar depois.

 Sigo com o Falco para a cafeteria do insuportável. Lá,  vejo a Gabi numa das mesas, escrevendo no caderno. Falo para o meu filho ir até lá e eu vou para o balcão.

— Bom dia, o que deseja pedir? — pergunta uma garota parecida com o Levi. 

— O duende de jardim está aqui? — Ela parece confusa. Então o Levi aparece de uma porta. — E aí, baixinho? 

— O que eu fiz pra merecer esse inferno? — reviro os olhos. — O que você tá fazendo aqui, quatro olhos de merda? Eu falei só pro Falco vir.

— Achou mesmo que eu iria confiar meu filho à você? Eu carreguei ele nove meses na minha barriga e vou ficar de olho nele até o resto da minha vida.

— Até que você tenta ser uma boa mãe. Gostaria de saber como é o pai dos seus filhos.

— É inteligente, gostoso, esperto, gostoso, educado, gentil, gostoso, bom pai, gost…

— Já entendi que ele é gostoso.

 Eu gosto de enaltecer o Moblit, afinal, ele é meu melhor amigo.

— E como seria a mãe da Gabi? 

— Se ela estivesse viva, eu diria.

 É como se eu tivesse tomado um soco na cara.

 Eu não fazia ideia que a esposa dele tinha morrido. Deve ser por isso que a Gabi é tão… estranha? 

 Enquanto as crianças fazem a redação, fico sentada na banqueta tomando um cappuccino. Não tiro os olhos dele nunca, mas quando acabo desviando a atenção, eu encaro o Levi.

 Ele é bem bonito. É insuportável, mas bonito. Pena que eu gosto de homem mais altos do que eu, também tenho preferência por pessoas normais que não sejam malucas.

— Hange? — quem me chama é um garoto de aparentemente dezenove anos. Demoro um pouco para reconhece-lo.

— Eren! — levanto num pulo para lhe dar um abraço. — Quanto tempo! Você tá grande, hein? 

— Faz uns dois anos.

— Era só o que faltava. O tarado é amigo da maluca. — diz Levi.

— Eu sou o tarado?

— Sim. E acho que eu sou a maluca. — cruzo os braços. — Para a sua informação, baixinho, o pai do Eren dava aula na minha faculdade, então conheci o Eren versão bebê. Então você trabalha aqui? Como é ser empregado do diabo? 

— Hange…

— Girafa, ou você cala a boca, ou eu te jogo pela vitrine. Acredite, eu sou muito capaz de fazer isso. 

— Nossa, que medo. — bebo um gole do meu cappuccino. — Você não vai se livrar de mim tão cedo, Levi. Tem reunião de pais na escola.

— Merda, tinha me esquecido disso. Mikasa, se importa de fechar o café hoje?

— Pode deixar comigo.

— Ela é sua parente? Vocês dois são bem parecidos. — observo bem os traços dos dois. 

— Eles são primos. — diz Eren. — Mas a Mikasa é mais sociável.

— Infelizmente ela é mesmo, até arrumou o pior namorado possível. — bufou. 

— Não fale assim do Eren. — Disse firme. Essa garota é das minhas!  

— Você não presta nem pra escrever duas linhas?! — escuto gritos e me viro para a direção de onde eles vêm. É a Gabi, gritando com o Falco, que está vermelho de raiva.

 Eu e o Levi caminhamos até eles, mas não temos tempo de impedir a Gabi de jogar o seu refrigerante na cara do meu filho.

— Maldita! — pega seu chá gelado e joga nela. — Você é insuportável! 

— Você é um merda! 

— Falco! — puxo meu filho para mim, olhando mortalmente para a Gabi. — Sua mal educada! Filho, você tá bem? 

— Como você ousa jogar isso na Gabi? Eu vou te matar!

— Toca no meu filho, que eu te deixo com um metro! Eu te mato, Levi Ackerman.

— Quer ver quem faz isso primeiro? — avanço nele, segurando sua camiseta. — Tenta a sorte, Hange.

— Beleza. — Não perco tempo, acerto um soco na sua cara com toda a minha força. Levi dá alguns passos para trás e depois tenta avançar sobre mim, mas Mikasa o agarra por trás.

— Eu vou te matar, sua bosta! — Tenta de toda maneira chegar até mim. — Vou acabar com a sua raça! Me solta, Mikasa! — Eren também ajuda a segurá-lo.

— Bye… — antes que eu termine a frase, Gabi acerta um chute na minha canela. — Desgraçada! 

— Não toca na minha mãe! — dá um empurrão nela. Levi se debate, querendo me matar. Eu apenas pego a mão do Falco e vou saindo.

— Vão pro inferno. — digo e saímos.

Primeiro RoundOnde histórias criam vida. Descubra agora