No caminho de Estocolmo, começou a nevar

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Hermione Granger bateu no volante em frustração. — Eu odeio dirigir do outro lado da estrada, sem falar do outro lado do carro! — ela bufou.

Seu companheiro não disse nada, mas ela tinha certeza de que ele estava erguendo uma sobrancelha desdenhosa, o que a irritou ainda mais.

Ela olhou pelo para-brisa, sem se impressionar com a beleza alpina da paisagem sueca que passava. — E tenho quase certeza de que essas são nuvens de neve. Que merda! Também não me sinto confortável dirigindo na neve.

— Bem, se você apenas tivesse deixado eu arranjar uma chave de portal, como eu sugeri Granger — seu sotaque dele continha mais do que uma sugestão de 'Eu avisei.'

— Você sabe que isso não era prático, Malfoy! Temos todo esse equipamento e a localização está longe de ser exata. Poderíamos ter ido parar em uma montanha deserta em algum lugar com temperaturas abaixo de zero.

— Tenho minhas dúvidas. — Ele parecia entediado.

Hermione podia ver com sua visão periférica que ele estava estudando o mapa trouxa, virando-o para um lado e para o outro. — Tem certeza de que sabe ler isso? — ela perguntou, olhando de soslaio para ele.

— Pela terceira ou quarta vez, sim — ele disse, sua exasperação finalmente quebrando sua calma. — Acho que podemos estar no caminho errado, no entanto. Devemos encostar.

Hermione olhou para os flocos brancos e gordos que começavam a se acumular no para-brisa e deu um suspiro enquanto freava e ligava o pisca-alerta. Essa viagem estava rapidamente descendo ladeira abaixo. Não que ela tivesse muito a percorrer. Ela já estava condenada antes de começar...

2 semanas antes

Quando o Ministério da Magia da Escandinávia fez o pedido de Graphorn para o DMC, Hermione ficou em êxtase. Ela queria trabalhar com essas criaturas há muito tempo e a chance de interagir com elas - especialmente na natureza - era extremamente rara. Além disso, ela estava indignada com a rede de contrabando que tinha como alvo os rebanhos, abatendo os animais para obter seus chifres de valor inestimável, e satisfeita por poder ajudar a protegê-los.

A maioria dos rebanhos europeus já estava protegida por poderosos feitiços e proteções, alguns dos quais Hermione ajudou a criar. Mas esses rebanhos, um em uma parte remota da Suécia e outro na Noruega, conseguiram se manter escondidos até agora, quando um excesso de seu pó de chifre chegou ao mercado negro de poções e feitiços de diagnóstico revelaram suas origens.

Hermione não tinha percebido que receberia um parceiro da força-tarefa investigativa do Departamento de Polícia de Defesa, mas os dois departamentos decidiram que faria sentido combinar esforços. O agente do DMLE reuniria evidências sobre os caçadores ilegais e forneceria proteção, enquanto Hermione avaliaria os animais e lançaria os feitiços de proteção. Hermione não podia discordar disso, seria bom não ter que ficar de olho em suas costas enquanto ela realizava magias complexas. Ela meio que esperava que o agente designado fosse Harry, embora soubesse que ele estava trabalhando em um caso intenso e que dificilmente seria afastado.

Quando ela descobriu que seu agente designado era Draco Malfoy, ela teve sentimentos confusos. Por um lado, Malfoy era um dos melhores e mais meticulosos aurores do departamento. Hermione respeitava sua ética de trabalho e métodos, assim como Harry, que o havia acompanhado em vários casos. Por outro lado, ele não tinha feito muito trabalho de campo - e ele ainda era, bem, Malfoy. Ainda irritadiço e sarcástico. Ainda arrogante e frio.

E era ainda lindo, sussurrou a voz interior de Hermione, embora ela impiedosamente a suprimisse. Só porque um homem se vestia impecavelmente e tinha cabelos e estrutura óssea perfeitos, não significava que ela tinha que perder a cabeça. Bastava se lembrar de como ele tinha sido um babaca na escola e os pensamentos perturbadores geralmente desapareciam. Bem, a maioria deles.

De qualquer forma, ela decidiu tirar o melhor proveito possível da situação com Malfoy e até colocou uma nota especial no pedido de designação dizendo que achava que ele seria ideal para o trabalho, o que ela sabia que ele veria.

Ela estava ansiosa pela viagem novamente até que, um dia, passou pelo balcão de entrada do DMLE quando estava indo almoçar com Harry. As meninas que preenchiam os pedidos estavam fofocando e ela ouviu o nome de Malfoy, então parou para escutar descaradamente.

— Você viu como os olhos dele ficam prateados quando ele está chateado?

— Oooh, sim. Tão quente.

Hermione revirou os olhos.

— Bem, eles estavam praticamente faiscando quando ele saiu do escritório de Robards. E seu cabelo estava um pouco bagunçado como se ele tivesse passado os dedos por ele...

Bem, isso realmente parecia bastante intrigante, sussurrou a traiçoeira voz interior de Hermione. Ela a mandou calar a boca.

— PARE. Você. está. me. matando. Por que eu tive que faltar por estar doente naquele dia? Você sabe por que ele estava chateado?

— Eu não. Eu só consegui ouvir trechos através da porta. Algo a ver com contrabando e a Suíça? Ou era a Suécia? E eu ouvi Malfoy meio que levantar a voz e dizer, 'Eu não vou fazer isso!' em um determinado momento. E Robards disse: 'falaremos sobre isso mais tarde' quando Malfoy saiu.

As sobrancelhas de Hermione se juntaram em uma carranca feroz e ela passou por elas em direção ao escritório de Harry, com o rosto vermelho. Então ele não queria ir para a missão dela, não é? Quando ela havia se esforçado especialmente para deixá-lo saber que ela aprovava? Que idiota. Ela jurou, naquele momento, que não cederia um centímetro sequer àquele idiota loiro. Por ela, ele poderia congelar nas terras áridas da Escandinávia.

Just Like Christmas | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora