Capítulo 5

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Larguei do estágio, peguei um Uber e partir direto para o prédio que a minha amiga, Wendy, morava no bairro de Boa Viagem

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Larguei do estágio, peguei um Uber e partir direto para o prédio que a minha amiga, Wendy, morava no bairro de Boa Viagem. Não sabia mais o que pensar sobre o que a minha mãe havia me falado.

Me casar para que meu pai não perdesse seus negócios. A construção dos prédios com vários apartamentos de qualidade para serem vendidos tinha sido um completo fiasco e agora queriam que tudo isso fosse minha responsabilidade. Eu estava no último ano da faculdade, terminando o estágio e pensava que meu pai me ajudaria a abrir minha tão sonhada clínica veterinária. Mas tudo foi por água baixo quando mamãe veio com esse papo de casamento forçado.

Procurei manter a calma, quase questionei o meu pai hoje pela manhã, mas preferi respirar fundo, por minha cabeça no lugar e esperar o mesmo se pronunciar sobre o assunto. Ainda não sabia muito sobre essa história e gostaria muito que ele me explicasse, eu pelo menos merecia saber como esse negócio havia sido feito. Meu irmão havia me ligado ontem, conversamos quase que a noite toda, e minha vontade era de despejar aquele assunto em sua cabeça, apenas para me ver livre daquela sensação angustiante. Mas como ele estava longe e não poderia fazer nada, resolvi me manter quieta.

Sai para o estágio, passei o tempo atendendo e o assunto sumiu da minha mente, mas quando deu a hora de sair, não pensei duas vezes e liguei para a minha amiga. Ela com certeza me aconselharia melhor. Júlia não pode vir, pois está passando dias na casa de sua mãe e prometeu nos encontrar quando voltasse a Candeias, lugar onde residia atualmente.

Wendy tinha hora com o Personal Trainer e eu cogitei não ir a sua casa para não atrapalhar seu dia de musculação, mas a mesma insistiu tanto que acabei subindo e deixando minhas coisas no seu apartamento e descemos para a academia. Aquele horário era tranquilo, não tinha muitas pessoas malhando e minha amiga ficou feliz que teria os equipamentos só para ela. Eu sabia que havia algo entre ela e o Personal quando se cumprimentaram e ele a olhou de cima abaixo, fazendo-me ficar sem graça diante daquela intimidade.

A mesma sorriu para mim e pediu para que eu me sentasse em um banco próprio para os acompanhantes, pois ali não era proibido visitas porque os moradores pagavam o condomínio e todos tinham certos privilégios. Revirei os olhos diante a sua performance na máquina de agachamento e passei a olhar o meu celular, mas antes de me pregar em algum livro online. Olhei ao redor e notei que tinham apenas algumas pessoas malhando sozinhas. Um rapaz alto e forte que corria desesperadamente na esteira enquanto duas mulheres revezavam a máquina de glúteo, e ainda tinha mais um grupo de homens e mulheres fazendo aula de ritmos, mas conhecido como Zumb Dance.

Na época minha mãe frequentava a academia do nosso condomínio e fazia todas essas coisas, porque se achava fora do seu peso ideal por causa das duas gestações. Quando passou um tempo malhando e fazendo dieta, conseguiu atingir seu objetivo e parou de frequentar e passou a ir trabalhar com o meu pai. Ela tinha formação em Arquitetura, mas só atuava quando era de seu interesse. Chegou a decorar vários apartamentos na época em que a empresa estava em ascensão e quando engravidou, não teve mais paciência para planejar e voltar a rotina. Nunca se interessou em abrir seu próprio escritório, preferia ficar nas custas do papai e trabalhar apenas quando sentia vontade.

Papai já havia lhe oferecido um escritório próprio, mas a mesma rejeitou alegando que não teria mais tempo de fazer nada, a não ser se dedicar a esse trabalho que lhe enchia de dor de cabeça. O fato de que Ana sabia de algumas coisas sobre o passado deles, me beneficiava, porque eu queria ter algo contra ela e me defender de suas críticas, mas isso só será possível quando ela abrir a boca e me dizer a verdade.

Passei um tempo ali lendo e mexendo no celular, quando me senti entediada e queria de todo jeito andar pelo local, conhecer mais o lugar e depois procurar um banheiro. Estava tão distraída que nem percebi quando esbarrei no rapaz alto e forte que corria na esteira alguns minutos atrás. Seus olhos eram azuis cristalinos, seus cabelos escuros sedosos chamaram a minha atenção. Tive vontade de tocar naqueles braços fortes e sua altura chegava a ser assustadora, era como se eu tivesse presa naquele homem, que mesmo suado, era lindo e deixaria qualquer garota de pernas bambas. Nunca senti algo tão forte por alguém, nem a quentura estranha que senti por Gael naquela praia chegava perto das palpitadas que meu coração deu por causa desse desconhecido.

Só me dei conta de que estávamos muito próximos quando Wendy me chamou e eu fui obrigada a me mexer e ir atrás dela. Andei tão rápido que quando menos esperei, esbarrei na minha amiga que sorria horrores da minha cara de assustada e desnorteada pelo rapaz. Como não consegui reagir, ela me puxou até o vestiário e tentou conversar comigo, falando sobre o meu momento com o desconhecido. O susto me levou a níveis extremos, senti um formigamento no pé da barriga e precisei me sentar porque minhas pernas estavam parecendo gelatina.

Tentei respirar e parecia que tinha sido pior, pois o cheiro dele invadiu as minhas narinas. Seu suor se transformou em perfume lhe deixando ainda mais bonito do que já era. Tentei me encostar na parede atrás de mim, queria me estabilizar e não sentir mais nada.

Não era possível que eu estava desse jeito por um cara que eu mal conhecia. Nem por Gael eu senti algo tão forte e parecido como senti por esse rapaz que chegou de repente, abalando todas as minhas estruturas. Aquilo me serviu para esquecer um pouco aquele assunto sobre o casamento, me deixando mais leve para o que ainda estava por vir. Mas de alguma forma eu sentia, que essa não seria a primeira e nem a última que nos veríamos...

 Mas de alguma forma eu sentia, que essa não seria a primeira e nem a última que nos veríamos

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Beijos e até o próximo capítulo...

Coagida a CasarOnde histórias criam vida. Descubra agora