Coagida a Casar

Capítulo 10

Dias depois...

Estacionei o carro em frente a Pet Dream, se tratava de um hospital veterinário, o mesmo que Helena Borges me informou que a filha estagiava. No início, hesitei em procura-la, mas minha irmã aconselhou-me a me redimir com Kiara, pois a mesma havia escutado a proposta indecente que eu tinha feito e ficou decepcionada comigo por ter pensando que a menina era qualquer uma e aceitaria fácil as minhas condições. Mas porque ela seria tão diferente? Afinal, estava se casando comigo por contrato para que sua família não fosse a falência e ela perdesse a boa vida. Mas o que eu sabia sobre isso não era totalmente verdade, pois o contrato que foi feito existia algumas coisas que estavam ainda pendentes para serem ditas, pois eles haviam assinado o contrato assim que receberam a proposta, mas a segunda parte interessada ainda estava protelando porque não concordava com a mentira que estava sendo dita. A verdade sobre o acordo era: Avillis Borges devia dinheiro ao meu pai, e para quitar a dívida de milhões, ofereceu a filha como pagamento porque meu pai comentou que precisava casar o filho para que eu me tornasse um homem de respeito para assumir o seu lugar na presidência da empresa de automóveis. Me perguntei se a filha tinha conhecimento da verdade, ou o pai escondeu esse pequeno fato apenas para conseguir se livrar da dívida.

- Olá, sou Noah, preciso falar com uma de suas estagiarias. – Informei na recepção. – Kiara Borges.

A recepcionista rapidamente pegou o telefone e digitou uns números, falou alguma coisa com a pessoa do outro lado e finalizou a chamada. Informando que ela se encontrava na loja de Pet Shop, indicando algum medicamento para um cachorro que estava se tratando com ela na clínica. Em dado momento virei-me para seguir o caminho indicado pelas recepcionistas e assim que a mesma se deu conta de que minha presença era real, tentou disfarçar e fingiu que não me conhecia. Estranhei seu posicionamento, já que havia pedido para nos encontrarmos no dia do jantar em minha casa, mas a mesma nunca mais entrou em contato para me dar uma resposta, então ela não deveria estar tão surpresa por me ver ali em seu local de trabalho. Mas eu entendia, a mesma estava chateada pela minha atitude e não fez questão de esconder isso.

- Vai mesmo fingir que não estou aqui! E se eu fosse um cliente? – Questionei quando me aproximei mais dela.

- Se fosse um cliente, estaria com algum animal de estimação. – Falou, me dando as costas, mas não deixei que se afastasse.

- Não faça isso, vamos conversar, dessa vez civilizadamente.

- Vai me fazer outra proposta? Se for, perdeu a viajem.

Suspirei, a mesma conseguiu me calar, pois não tinha como eu rebater ao seu argumento em relação a nossa conversa na minha cobertura. Eu realmente havia pensado mal dela, não me parecia ser uma pessoa ambiciosa, pois mesmo com tudo o que estava acontecendo, estava bem plena vivendo sua vida normalmente. Enquanto eu me martirizava diariamente porque mês que vem estarei casado permanentemente com uma pessoa que se quer conheço direito por no mínimo um ano. Caso acontecesse algo que a desagrade, meu pai colocou no contrato que eu teria que a indenizar. Isso era um absurdo.

- Não é sobre isso, quero apenas tirar a má impressão que você ficou de mim. – Confessei, me mostrando mais maleável. Como minha irmã me aconselhou.

Porque diabos eu estava seguindo os conselhos de Natália? Minha irmã não entendia nada do que eu estava passando. Mas por ser mulher, achava que tinha o direito de opinar.

- Podemos conversar daqui a pouco, estou em horário de trabalho, se não percebeu!

Assenti e avisei que lhe esperaria num dos restaurantes mais famosos de piedade, o Boi Brasa. Ele havia sido reformado e inaugurado recentemente, então o ambiente era chique e ao mesmo tempo agradável aos olhos. Assim que entrei no estabelecimento peguei uma mesa para dois e pedi um vinho tinto, eu o tomaria enquanto a mocinha estressada não chegasse. As horas passaram e avistei-a entrando toda sem jeito no grande salão, o movimento era pouco e haviam muitas mesas disponíveis, não foi difícil me encontrar. Kiara sentou-se de frente para mim, cruzou os braços e começou a balançar a perna esquerda freneticamente.

- Vamos pedir? – Incentivei, para quebrar o gelo, pois a mesma se mantinha calada desde quando chegou.

- Não vou almoçar com você, só vim porque quero saber o que tem a dizer. – Falou, as expressões tensas evidentes em seu rosto.

- Não seja mau educada, aceite meu convite.

- Como me encontrou aqui? Não lembro de termos conversado sobre isso. – Perguntou de repente, parecia que só agora estava se dando conta de que eu sabia onde estagiava.

- Coincidentemente encontrei sua mãe, conversamos e ela acabou me contando que você estagiava aqui. Então resolvi procura-la para conversarmos sem a pressão da nossa família. – Deixei claro, olhando o cardápio.

Kiara descruzou os braços e suspirou, sabia que a mãe estava feliz com o casamento e provavelmente queria de todo jeito que a filha cedesse e cumprisse o combinado. Mas o que eu estava vendo aqui era totalmente o contrário, a segunda parte interessada estava em desacordo e agora era um bom momento para conversarmos sobre essa situação.

- Eu sei que não está feliz com esse acordo. – Comecei, cauteloso, olhando o cardápio.

- Eu não queria aceitar isso, meus pais fizeram tudo pelas minhas costas. – Confessou, suspirando, parecia cansada de tanto que deveria pensar nisso.

- Mas podemos fazer dar certo, não precisamos nos envolver, apenas cumpriremos as cláusulas impostas e depois cada um segue sua vida. O que acha? – Sugeri, tentando amenizar a situação. Porque eu queria o cargo de CEO e ela provavelmente tinhas os sonhos dela. Então poderíamos nos ajudar nesse sentido.