Capítulo 6

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O Sabores Tropicais costumava ser o meu local favorito

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O Sabores Tropicais costumava ser o meu local favorito. Depois de uma semana estressante na faculdade, íamos sempre para estudar, conversar e comemorar quando passávamos nas provas finais de cada matéria, era como se fosse um ritual. Mas depois de tudo o que aconteceu, passou a ser apenas o restaurante de um dos meus melhores amigos. Na época o estabelecimento era gerenciado pelo seu avô, Joseph, que morreu anos atrás em decorrência a um ataque acardíaco fulminante. Foi tão de repente que a família ficou em choque, ninguém imaginava que isso pudesse acontecer. Ricardo, havia prometido que seria como ele, um grande chef, como ele tinha sido. Ele estudou, se formou e hoje comanda o restaurante, o mais famoso da região.

Ele tinha sido avisado que eu estava o esperando em uma das mesas reservadas. Tinha noção de que o mesmo se surpreenderia com a minha visita ao seu local de trabalho. Foi por isso que resolvi fazer uma surpresa, tanto que deixei minhas paranoias com a desconhecida de lado e resolvi focar no que me interessava, o casamento. O fato do meu pai querer me impor uma noiva estava me incomodando e eu até o momento não tinha esquecido a nossa conversa. Depois da academia voltei para casa e decidi evitar meus pais, mas minha irmã tentou conversar comigo a mando de mamãe e me explicou a situação, mas eu não quis ouvi-la naquele momento e acabei expulsando-a do meu quarto. Queria ficar sozinho e esquecer tudo o que senti com aquela morena de corpo bonito e cabelos escuros sedosos. Nem queria pensar dessa forma, mas infelizmente sua imagem invadiu minha cabeça enquanto eu esperava o meu amigo aparecer.

Só me dei conta de que o mesmo se encontrava bem na minha frente quando estalou os dedos em frente ao meu rosto, me tirando do transe. Era como se tudo o que aconteceu nesta manhã se repetisse e a mesma se materializasse em minha mente. Eu nunca havia sentido isso por ninguém. Estava fadado a enterrar tudo o que eu senti por que não queria mais saber de se envolver intimamente com ninguém a não ser que fosse apenas casualmente como havia sido na noite passada. Eu não queria dar esperanças a ninguém, nem estava afim de relacionamento. Queria apenas viver a vida sem ninguém no meu pé.

Eu tentei formar uma família, mas infelizmente eu não tive sorte com isso e prometi a mim mesmo que jamais pensaria nisso novamente. Mas como sempre meu pai era do contra e queria as coisas do jeito dele. Me ver casado e ainda por cima ameaçando o cargo de CEO que havia prometido me dar para viver sua tão sonhada aposentadoria, viajar com mamãe e curtir sua vida.

Eu queria muito poder aceitar a proposta do meu pai, mas era impossível que isso desse certo e mesmo que isso prejudique meus sonhos futuramente, vou manter a minha palavra. O casamento não é a melhor opção.

Meu amigo estava sentado à minha frente, queria que eu contasse o que de fato estava acontecendo, o porque o liguei tão aflito daquele jeito. O mesmo me conhecia e sabia que tinha algo me perturbando. Desandei a falar minutos depois de trocarmos cumprimentos simples e ele me ouviu sem questionar, era seu jeito de analisar melhor antes de dar sua opinião sobre o assunto. Depois de horas falando e desabafando, ele me deu alguns de seus sábios conselhos, me tranquilizando, mas o que me disse a seguir, me fez refletir ainda mais sobre o assunto.

— Quanto mais você brigar com seu pai, pior vai ser a convivência de vocês. — Disse ele, coçando a nuca.

— O que você quer que eu faça? Aceitei a noiva que ele está impondo para mim? — Digo, exasperado, não querendo que ele confirmasse e sim me apoiasse na decisão de que tudo aquilo era uma loucura e que eu estava agindo certo.

— Eu não disse isso. Você já parou para pensar se ela quer se casar com você? — Indagou, me fazendo cair em si e pensar um pouco mais sobre o assunto. — Porque até agora você só enxergou o seu lado da história, mas, e o dela?

De fato, ele tinha razão, em nenhum momento parei para pensar no lado da moça que estava sendo obrigada a se casar comigo, e se é que ela realmente estava sendo totalmente obrigada como eu naquele momento. Porque nem disso eu sabia direito. Mas como ele falou, eu teria que conversar com essa menina e fazer com que ela desistisse dessa loucura.

Mas para que tudo isso desse certo, eu precisaria comparecer ao jantar amanhã à noite. Meus pais estavam animados para a recepção e não aceitariam que eu faltasse. Minha vontade era fazer essa desfeita, sair e me divertir como há muito tempo não fazia, só para irrita-los. Mas já que não tenho escapatória, vou precisar aceitar essa situação, jogar o jogo dele e fingir que estou aceitando tudo, apenas para descobrir mais sobre o acordo e tentar burlar algumas regras que com certeza vão ser impostas no contrato que provavelmente será assinado amanhã durante o jantar.

— Você está com cara de quem vai aprontar! — Exclamou, escondendo o riso.

— Claro, se é para casar, que seja nos meus termos.

Dito isso, o mesmo precisou voltar para a cozinha, pois estavam presenciando dele. Nos despedimos e ele pediu para que eu tomasse juízo e não enfrentasse o meu pai, para que nada ficasse fora de controle.

Eu assenti, porque também não queria isso e jamais deixaria as coisas piorarem, mas uma coisa eu iria fazer, conhecer mais a moça que escolheram para ser a minha futura esposa. Quero irrita-la e convence-la de que não sou a melhor pessoa para se conviver, fazer com que ela me ache insuportável ao ponto de convence-los do desastre que será esse casamento. Mas nada seria fácil, principalmente se ela fosse alguma interesseira que aceitou essa proposta apenas para usufrui da minha herança. Coisa que jamais eu deixaria que a mesma fizesse. Ou eu não me chamo Noah Carvalho.

 Ou eu não me chamo Noah Carvalho

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