Pedimos uma pizza grande e realmente era a maior que eu já havia visto, comemos tudo e ficamos tão cheios que cambaleamos para fora da pizzaria um pendurado no ombro do outro.
— Eu acho que vou explodir — resmunguei — Por que não foram para a festa de formatura?
— Por que iríamos a uma convenção de babacas? — ironizou Brian.
— E você? — me dirigi a Brad — Por que veio?
— É assim que minha namorada fala comigo? Eu estava com saudades.
— Depois conversamos — sussurrei para ele.
— Pelos menos fizemos alguma coisa juntos antes de você se auto-despachar para Nova York — falou Oliver — Vou sentir falta do seu mau humor.
— Vou ter que encontrar outra cobaia para minhas experiências estressivas — Jasmine disse.
— Vou sentir falta dos seus dias de TPM — Brian era tão estranho que ignorei esse comentário.
— Obrigada e não vou sentir falta de nenhum de vocês — falei, embora a verdade fosse totalmente o contrário disso.
Todos riram, me conheciam o bastante para saber que eu estava sendo irônica. Decidimos parar em um parque que havia no caminho, não era o tipo de lugar que víamos nos filmes, alegre e com algum tipo de coisa que chamava as pessoas para aproveitar um dia de sol ali. Bom, ele já teve seus dias de glória até ser abandonado e transformado em um cenário sombrio e deprimente. Nos sentamos em um banco que ficava logo de frente para a rua, o clima estava frio apesar de o inverno se encontrar a meses de distância, devia ter sido a chuva que caíra mais cedo. Brian tirou um maço de cigarros do bolso, acendeu um e ofereceu para cada um de nós.
— Você sabe que eu parei — recusei quando chegou a minha vez de responder — Na verdade, eu preciso ir. Tenho que partir ainda hoje.
— Sem despedidas deprê, Aurora? — indagou Oliver.
— Isso mesmo — consegui esboçar um sorriso.
Apesar de todo o meu esforço colossal não me contive em abraçar cada um deles, me aturaram por tanto tempo que deveriam receber medalhas de honra. Jasmine, a garota que conheci há quatro anos atrás quando me emprestou uma caneta antes da prova de biologia, Oliver era o garoto mais insultado da escola até eu defendê-lo na frente do time de basquete do qual virou astro depois, Brian que ganhou meu respeito quando cedeu generosamente seu lugar para mim na fila do lanche no dia que eu estava passando mal e Brad é o meu primeiro namorado assim como o primeiro idiota que me beijou.
— Preciso de uma carona — falei.
— Eu estou de carro — Brad disse balançando as chaves na mão.
— Tudo bem — suspirei aliviada e nervosa ao mesmo tempo — É melhor irmos logo.
Olhei para meus três amigos já sentindo um aperto no coração com a possibilidade de nunca mais vê-los. Sorri com o canto dos lábios e eles sorriram em resposta. Entrei no carro e Brad logo depois, me inclinei para a janela do motorista e acenei uma última vez para o trio.
— Por que não me ligou? — perguntei assim que Brad deu a partida no carro.
— Eu estava ocupado organizando umas coisas do trabalho do meu pai — respondeu distraído.
— E por acaso ele tomou seu celular? Impôs um toque de recolher, proibiu você de sair de casa?
— Olha, amor...
— Amor? — bufei — Me desculpa Brad mas já faz tempo que você não me chama assim e eu sei que isso é um sinal de que está tentando fazer as pazes comigo, mas desta vez não vai funcionar.
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O lugar que nunca dorme
RandomAurora termina o segundo grau e se vê perdida quanto ao rumo de sua vida. Morando em Lexington com a família e cansada de lidar com os problemas de sua mãe ela decide ir para a casa de seus tios em Nova York. Lá conhece Dean, que muda sua visão sobr...