Capítulo 2

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Izuna estava no campo de batalha.

Ele não esperava encontrar aquilo.

O cheiro de sangue era muito forte, e tudo o que ele conseguia pensar era isso. A lama era por causa do sangue e talvez isso causasse um frio na espinha de Izuna.

O garoto estava com o pai, sabia que provavelmente mataria alguém naquele dia, e colocaria a culpa disso em seus antepassados.

Eles estavam passando por um grupo de homens que estavam rindo e comemorando.

Izuna olhou para aquele grupo e viu um corpo pequeno no meio deles.

— Pai. - aquela palavra lhe causava repulsa - do que eles estão rindo?

Tajima olhou para o grupo.

— Mataram um soldado Senju.

Izuna olhou para o grupo que se dispersava, o corpo era pequeno, um menino de cabelo castanho claro, parecia ter uns dez anos, mas a pior parte era que os soldados tinham tirado a armadura dele, e alguém tinha feito coisas horrendas, talvez enquanto ele ainda estivesse vivo.

Izuna conteve a ânsia de vômito.

O exercício estava marchando, Madara estava em um outro pelotão, bem na frente de batalha. Izuna só conseguia pensar nisso, mas tentou se concentrar na missão de encontrar espiões na floresta.

Estava na hora do almoço, e Izuna decide fazer uma oferta para o falecido pelo qual passaram, e ia aproveitar para vestir ele com a armadura novamente, ele não merecia ficar daquele jeito.

Não demorou muito para chegar na clareira em que o corpo estava quando o Uchiha ouviu um grito alto.

— KAWARAMA!

Parecia a voz do Hashirama.

Ele olha para cima escondido atrás de uma árvore.

Hashirama estava desesperado, chorava a ponto de soluçar e ao lado dele estava Tobirama e um garoto que devia ser Itama.

Atrás dos três estava Butsuma com uma sombra passando pelos olhos.

Izuna olhou para Tobirama que estava pálido e com os olhos marejados, ele olhou justamente para o ponto em que Izuna estava escondido.

Izuna pôde ver os punhos cerrados de Tobirama e sabia que a dor deveria estar sendo demais para ele.

Itama se curvou e vomitou, Hashirama foi até o corpo do irmão mais novo e abraçou o menino ensanguentado enquanto chorava.

Izuna não aguentava ver aquela cena, voltou para o pelotão, não conseguiu comer nada, sua mente estava em silêncio absoluto e ele agia de forma mecânica, como se fossem apenas ordens programadas em seu cérebro e ele não conseguisse fazer mais nada.


[...]


No final do dia, Izuna encontrou Madara, eles estavam em uma barraca perto do riacho, o curso apenas alguns quilômetros acima do lugar em que eles se encontravam com Hashirama e Tobirama.

A barraca era um pouco longe do acampamento, então eles não se preocuparam quando viram duas figuras do outro lado do riacho.

Hashirama correu na direção de Madara chorando e soluçando.

Tobirama andava devagar, os olhos vazios.

— Hashi? O que foi?

Hashirama apertou Madara bem apertado e Madara fez o mesmo.

— Mataram ele Mada. – ele soluçou dolorido – Mataram o Kawarama.

Madara olhou para Izuna que ficou cabisbaixo.

— Eu cheguei quando ele já estava morto, um grupo de homens mataram ele, e acho que violaram o corpo.

Hashirama tentava se conter, já que os quatro morreriam se fossem pegos, mas os soluços estavam fora de seu controle.

Tobirama chegou perto deles, Izuna olhou para ele sabendo que ele deveria ser o que mais estava sofrendo.

— Tobirama. – chamou ele.

Tobirama só virou o rosto e suspirou.

Izuna sabia que ele precisava fazer alguma coisa.

— Vem comigo protótipo de Uchiha. – falou ele baixinho.

Ele correu, e Tobirama correu junto, eles correram por um tempo até Izuna achar que estavam longe o suficiente para ninguém ouvir os gritos de Tobirama se ele fosse gritar.

— Põe pra fora cara, eu sei que tem alguma coisa aí.

Tobirama olhou para ele com ódio.

— Você não sabe de nada.

Izuna sabia que dali para frente, as coisas nunca mais seriam as mesmas.

— Você estava lá, eu te vi, e não me importa que não tenha sido você, você vai morrer, todos os Uchihas vão. – Tobirama falou em um tom firme e assustador.

Tobirama tirou as espada e começou a golpear Izuna.

Izuna desviou alguns, outros ele não conseguiu.

— Vai lá Tobirama, me bate, vai ser melhor.

Tobirama estava cego de raiva, então jogou a espada de lado e começou a socar o ar, tentando socar Izuna.

— A CULPA É DO SEU CLÃ! SE ELE NÃO TIVESSE EVITADO O ACORDO DO MEU PAI, KAWARAMA AINDA ESTARIA TREINANDO E NÃO TERIA MORRIDO.

A fala não fazia sentido nenhum para Izuna, mas ele sabia que era o que Tobirama precisava tirar do coração.

Izuna percebeu os olhos marejados do Senju.

A luz da lua passava pelas folhas das árvores, fazendo os olhos de Tobirama ficarem brilhantes com as lágrimas.

Tobirama parou de repente, arfando e ofegando, passou a mão nos olhos e percebeu que chorava, então caiu de joelhos e desabou.

Izuna não sabia o que fazer.

— Eles mataram ele Izuna, e violaram o corpo, ele era uma criança. – falou Tobirama entre sussurros e fungadas baixinhas.

Izuna sentia empatia pelo garoto, sabia que a cabeça dele estava quase explodindo e o coração devia estar sangrando.

Mas era diferente do que Izuna imaginava.

Tobirama chorava baixo, um choro sofrido, daqueles que faz outras pessoas a sua volta chorar também, ele estava encolhido, fazendo barulhos baixos além dos soluços e fungadas.

Izuna se aproximou enquanto Tobirama tampava os olhos com as mãos.

Naquele momento Tobirama parecia ainda mais novo do que era, parecia uma criança muito pequena.

Izuna se abaixou e colocou a mão no ombro de Tobirama.

— Eu te entendo sim, por mais que não pareça. Tobirama, eu sei que você deve estar com um ódio fodido de todos os Uchihas, mas isso vai acabar, a gente só precisa ser paciente.

Tobirama olhou para Izuna e Izuna sentiu seu coração se quebrar um pouquinho.

O albino tinha um olhar tão perdido.

Izuna abraçou Tobirama.

O albino escondeu o rosto no pescoço de Izuna e deu um soluço sofrido.

— Vai acabar quando Izuna?





Confesso que enquanto eu revisava, quase chorei.

Edo Tensei - Reencarnação impuraOnde histórias criam vida. Descubra agora