Capítulo 5

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Madara se levantou com rapidez e desferiu um golpe com a Kunai, cortando o rosto de Tobirama.

Tobirama defendeu mais um golpe e quando Madara foi atacar mais uma vez, Hashirama chegou, tomando o lugar do irmão na luta.

— O que você tá fazendo, Madara? – perguntou o líder Senju.

— O ACORDO ESTÁ ACABADO!

Hashirama só podia imaginar a dor de Madara naquele momento, mas o medo de perder o irmão era grande demais.

Tobirama não queria estar ali, sabia que se olhasse para baixo, veria o corpo já sem vida, por isso se virou de costas. Ele era um covarde, mas não conseguia simplesmente olhar para o corpo de Izuna.

Hashirama e Madara lutaram até que já não conseguissem mais continuar.

Hashirama apontou a espada para Madara, que estava no chão.

— Madara, Izuna sonhava com o fim disso e você sabia. – falou Hashirama com o coração apertado de ver Madara daquele jeito.

O Uchiha tinha lágrimas nos olhos, mas se recusava a chorar na frente de qualquer um alí.

— Chega de guerra Madara. Queremos ir para casa, viver pela primeira vez na nossa existência.

Ficou mais difícil para Madara segurar as lágrimas, mas ele seguiu firme, se lembrando do que o maldito do progenitor o dizia: Suas lágrimas são amostras de sua fraqueza, não chore... Nunca chore.

Madara olhou ao redor.

Ninguém mais lutava, Senjus e Uchihas, todos observavam. Seu povo olhava esperando uma reação, com medo da morte de seu líder e sentidos pela morte de alguém querido no clã.

— Eu quero paz Hashi. – falou Madara com o rosto cansado.

E naquele dia, os acordos começaram a ser discutidos.


[...]


Naquela noite, Hashirama foi ver Madara antes do funeral.

Madara não olhou para ele no início, ele ainda não havia esboçado reação à morte de Izuna, e Hashirama estava preocupado.

— Mada.

— Eu quero paz Hashi. – repetiu ele baixo e sofrido, fazendo Hashirama se aproximar e o abraçar.

Nenhum dos dois disse nada, Madara apenas se agarrou àquele abraço, se agarrando à única coisa que impediria de se afundar no luto.


[...]


Tobirama observava de longe o cortejo fúnebre.

Era surreal que Izuna estivesse naquela caixa de madeira, era doloroso não poder chorar sua morte em público.

Madara era o primeiro depois do caixão.

Ninguém esboçava reação, ninguém cantava uma marcha triste, ninguém usava preto, ninguém nem sequer falava, parecia que as crianças de colo compreendiam que a situação era séria e nem se atreviam a chorar.

Já Tobirama chorava, chorava com vontade de gritar para os quatro ventos qualquer coisa que tirasse aquele sentimento.

Ele sentia que algo lhe rasgava o peito de dentro pra fora, sentia que a qualquer momento Izuna levantaria, mas sua mente o lembrava que não havia como e então ele sentia uma fraqueza nos joelhos.

Tobirama saiu daquele lugar, sentiu que não conseguiria ficar muito tempo alí sem acontecer algo.

Ele correu, e correu.

O albino só conseguia pensar no rosto de Izuna, no sorriso dele quando interagia com o grupo que eles tinham, na voz dele brigando ou apenas conversando, no cheiro que ele sempre conseguia de alguma forma manter igual mesmo com a guerra, na risada dele que era tão gostosa que deixava Tobirama um pouco estranho admirando o próprio Izuna em silêncio, no cabelo que ele sempre mantinha preso mas que soltava quando estavam sozinhos.

Tobirama se deu conta que estava quase chegando na aldeia Senju e parou de correr.

Ele estava ofegante, suado e chorando.

Não havia percebido que estava chorando até parar.

Tobirama começou a caminhar e antes de chegar ao clã, entrou na cabana que ele mantinha como escritório.

Ele viu os papéis alí espalhados, algumas roupas, canecas sujas, pratos, hashis, um prendedor de cabelo que ele uma vez havia pego de Izuna e por aí ia.

Ele olhou ao redor e percebeu que nada disso tina valor para ele, nenhum desses estudos tinham tomado tanto tempo quanto o tempo em que ele vinha para pensar em Izuna, tentar desenhar seus traços suaves e compor poemas sobre ele.

Em um ato de total devastação, Tobirama pegou os estudos na parede e rasgou, jogou os pratos e canecas no chão escutando todos eles quebrando e nem se importando.

Ele pisou nos cacos de vidro e não registou a dor quando chegou perto da mesa e encarou a última pesquisa.

Era um papel com os dados que havia reunido sobre DNA combinado com Chakra e a dúvida entre sinais de mão.

Ele havia começado a acumular chakra e feito um sinal de mão para o estilo suiton ser usado e destruir aquilo tudo quando uma conversa com Izuna lhe veio à memória.

"— Izu...

— Fala.

Depois de uma pausa longa, Tobirama diz:

— Lembra aquele jutsu que eu tenho trabalhado?

Izuna acenou positivamente.

Tobirama se virou de costas e se apoiou nas costas do mais novo.

— Eu escrevi toda a teoria, testei na prática, mas não deu muito certo. Se alguma coisa acontecer comigo, eu quero que você continue trabalhando nele.

Izuna se levantou de uma vez.

— Não fala isso! Nunca mais fala isso!"

Tobirama leu e releu as próprias anotações.

— Se eu terminar...– falou Tobirama sussurrando.

Ele abriu o projeto na mesa e prendeu com tachinhas, se afastando logo depois e analisando suas opções.

— Por ele.

Edo Tensei - Reencarnação impuraOnde histórias criam vida. Descubra agora