Depois de poucas semanas um acordo foi firmado e os clãs de juntaram.
Tobirama ainda sentia o luto e sabia que Madara também, mas mesmo assim, lá estavam ambos, no meio da multidão, começando uma celebração pelo fim da guerra.
Madara tinha o rosto impassível enquanto apertava a mão de Hashirama.
Tobirama se sentia mal, sabia que a relação deles estava abalada, mas torcia para que se acertassem.
Tobirama saiu sem ser notado assim que pôde, as mudanças das últimas semanas foram intensas, os clãs Uchiha e Senju entraram em paz e outros clãs resolveram se juntar a eles, tudo estava sendo encaminhado para que em breve eles se tornassem uma aldeia. Hashirama estava sendo indicado como líder, e com certeza seria apoiado.
Tobirama foi para casa, direto para o porão onde estavam suas pesquisas.
Tobirama particularmente não via sentido em tudo isso, não queria fazer qualquer coisa, não tinha vontade.
Talvez nunca fosse ter.
[...]
Algumas semanas depois, Tobirama estava em casa em seu dia de folga, ele havia sido chamado para trabalhar com o Hokage, no caso Hashirama.
Havia acabado de comer, lavava o prato quando ouviu uma batida à porta.
Ele limpou as mãos e foi até a porta, abriu e viu Madara parado à sua frente.
— Foi você?
Tobirama ficou confuso.
— Eu o quê?
— Você que disse pro Hashi que ele tinha que casar?
Tobirama apenas negou.
— Eu não sou o único conselheiro dele.
Madara pareceu desmontar em sua frente.
— Porquê? Porque você fez isso? O Izuna era a única coisa que eu amava nesse mundo.
Tobirama abriu passagem para Madara.
— Entra.
Madara entrou e sentou no sofá.
— Não tem um dia na minha vida que eu não lembre daquele dia. – disse Tobirama cruzando os braços e se escorando na parede – Foi o pior dia da minha vida.
— Eu não consigo entender. Eu até agora não consigo, na verdade eu vim aqui pra matar você, mas não consigo, você é importante pro Hashirama e eu não conseguiria viver sabendo que causei dor a ele, mas eu queria entender... Você e Izuna eram tão próximos, tão... Conectados, na verdade pensei que se amavam.
— Eu o amo. Até hoje. Eu queria conseguir um jutsu pra voltar no tempo e concertar isso, mas não existe e demoraria muito pra criar.
— Você gosta de rir de mim?
— É a verdade, Madara. Naquele dia... Um homem estava atacando Izuna, e eu sempre tentava proteger ele, aquele homem era um conselheiro, eu nunca gostei dele, e ele estava atacando Izuna, eu tentei proteger ele mas eu não sei o que aconteceu, ele pulou por cima de Izuna e acabou que foi Izuna no lugar dele.
Tobirama sentia os olhos úmidos.
— Em um segundo eu tinha a pura certeza que tinha acertado, mas no seguinte eu sentia tudo desacelerando, como se me dessem um pouco mais de tempo com ele, mesmo que apenas um segundo a mais.
Madara tinha lágrimas escorrendo pelo rosto, mas a expressão impassível, como se o rosto estivesse paralisado.
— Você matou o cara?
Tobirama acenou positivamente.
— Ótimo.
Madara se levantou e passou por ele abrindo a porta.
— Com quem o Hashi vai casar? – perguntou Tobirama antes que Madara saísse.
— Uma mulher do clã Uzumaki. Ela é realmente muito bonita, dê meus parabéns pra ele. – disse e saiu.
Tobirama sentia que vomitaria o almoço se continuasse naquela sala. Desde a morte de Izuna, não se sentia bem no próprio corpo, não sentia que tinha um lugar seguro no mundo. Na verdade não tinha mundo, ele havia ido com Izuna.
Tobirama sentia falta de conversar com ele, então desceu para o porão, o único lugar que tinha uma lembrança dele.
Tobirama ascendeu a luz em cima da mesa e pegou o pote com o prendedor de cabelo de Izuna.
Ele notou que tinha alguns fios de cabelo.
Seu jutsu requeria DNA... E um corpo.
Ele havia descoberto que por mais que ele tivesse o DNA, não era o suficiente para trazer a pessoa à vida temporariamente, um corpo era necessário.
Ele havia desistido... Mas aquele prendedor de cabelo havia renovado sua esperança.
Ele pensou em como faria... E logo sua mente começou a funcionar.
[...]
Tobirama não se orgulhava, mas também não se arrependia de ter pego um corpo qualquer para fazer o Jutsu.
Ele havia colocado um dos fios de cabelo junto do corpo e começou a acumular Chakra.
O coração batia acelerado, as mãos suavam enquanto ele fazia os selos.
Tobirama deu um passo para trás assim que uma reação começou a acontecer do jutsu.
O corpo começou a se modificar, e a ficar em pé.
Tobirama sentia a felicidade o invadir.
O corpo tomou a forma de Izuna, mas logo percebia-se uma coisa estranha.
Tobirama olhou para ele, e de repente se viu novamente naquele dia, a roupa era a mesma.
Izuna não expressava reação, mas o corte em sua roupa e o sangue espalhado pelo seu corpo não trazia dúvidas á Tobirama.
O albino caiu de joelhos.
Havia uma chance, mas um caminho tortuoso deveria ser seguido para que chegasse ao resultado perfeito.
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Edo Tensei - Reencarnação impura
FanfictionA vida na guerra tira pessoas importantes de nós, e infelizmente não podemos fazer nada para mudar isso, mas havia uma pessoa que podia. Essa história pode conter gatilhos como: Agressão Morte Estupro