A bronca que Chaeyoung e Jeongyeon levaram de Tzuyu foi tão grande que poderia se comparar à altura dela. Brigaram feio por um longo tempo, e isso ainda no restaurante, da saída do restaurante, a caminho pra casa. Tzuyu reclamou tanto, mas tanto, que no dia seguinte poderia até mesmo ficar sem voz, e se ficasse, estaria feliz porque sabia que havia sido por uma ótima causa, que era arruinar suas amigas. Para completar o pacote completo, Chou tomou a chave que elas tinham de sua casa, então, as deixou à própria sorte no apartamento de Chaeyoung.
Jeongyeon tinha tirado a blusa e estava chorosa compartilhando com Chaeyoung uma garrafa de tequila. Já nem sabiam o quanto haviam bebido, estavam apenas esparramadas pelo chão entre fungadas e vozes chorosas. Claramente bêbadas, a ponto de que se suas mágoas pudessem realmente ser afogadas, estariam a nível do Titanic nesse instante.
Infelizmente também, elas escolheram comer sorvete para completar o estado de sua tristeza. Porém o açúcar expulsava o álcool de seu organismo, então começaram a ter vontade de chorar outra vez ao lembrar do fiasco em que se meteram. E ainda havia a voz de Tzuyu que iria reverberar em suas mentes por algumas semanas.
— Eu aceitaria que ela ficasse comigo e com você. Juntas. — Jeongyeon falou em um biquinho. A mente estava tão embriagada que ela fazia os dedos dançarem uma música que tocava apenas em sua mente. — Mas estragamos isso, não é, Chaeng? Estragamos tudo.
— Acho que colocamos os planos no jogo cedo demais. — Chaeyoung comentou. — Acho que no final não era pra ser. Nem eu, nem você, nem Mina. Só sorvete.
Chaeyoung e Jeongyeon resmungaram juntas odiando a sensação, incluindo o pote de sorvete de chocolate branco que compraram para celebrar sua tristeza. Era como se algo faltasse, uma partezinha de seu coração onde ele nem mesmo nunca chegou a ter. Era idiota se sentir assim, mas sentiam. Não havia o que fazer, se apaixonaram por Myoui Mina cegamente e estavam prontas para lutar por aquela semente que poderia crescer com seu cuidado. Mas agora, não havia semente mais, era como se a terra tivesse sufocado até a morte o seu grãozinho.
E fadadas ao seu destino, colocaram música triste e beberam mais tequila. Outra vez, perderam a conta de sua realidade, e por isso pareceu irreal ouvir batidas em sua porta. Quer dizer, já era bem tarde da noite. Tzuyu com certeza seria a última pessoa que viria procurar por ela porque estava puta da vida, então, talvez pudesse ser algum vizinho vindo inventar motivos para reclamar de Chaeyoung, como sempre faziam.
Ela iria ignorar, mas o toque da campainha pareceu urgente. Ela se levantou desbalanceada e cambaleou até a porta pronta para xingar pra valer quem tivesse a incomodando. Entretanto, ao invés disso, recebeu uma enorme carga em seu peito, onde o coração começou a bater feito louco. Chaeyoung tombou de lado a cabeça, se perguntando se realmente ela estava ali.
Mina parecia cansada, tinha olheiras por baixo dos olhos. O nariz estava um pouco vermelho, poderia ter chorado também. Mesmo estando triste, ainda parecia melhor do que Chaeyoung. Sem álcool em seu sangue, ela sentiu o cheiro, captando logo os sinais.
— Por deus, o que vocês duas fizeram? — ela se colocou para dentro do lugar sem nem mesmo esperar um convite. Chaeyoung abraçou ela por trás, como se fosse um bebê coala.
— Mina, a gente gosta muito de você. Desculpa por tudo, eu juro que, Mina. Mina seus cabelos são da hora e o seu corpão violão.
Mina franziu o cenho, então, olhando totalmente em dúvida para Chaeyoung, riu. Tá certo, era um pecado rir de Son naquele jeito tão tristinho e talvez um pouco desesperado, mas se estava bêbada assim, nem se lembraria das risadas no dia seguinte.
— Mina? — Jeongyeon balbuciou confusa, notando a repentina visita.
— Eu também gosto de vocês. Vocês duas, idiotas. — ela murmurou, então riu sozinha. — Vocês nem vão lembrar disso tudo pela manhã, certo, lindas? Tudo bem, hora de ir pra cama.
— Não, a gente não... pediu desculpas, Mina. A gente não tava te enrolando, acontece que
— Sorvete de chocolate branco é muito gostoso. Você é gostosa também, mas Mina eu não tô falando disso.
Mina se permitiu rir mais um pouquinho do estado embriagado daquelas duas. Ela se sentou no sofá por um instante, e então, fez carinho na testa de Jeongyeon ajeitando a franja dela. Em seguida, seguiu para Chaeyoung, a puxando para perto.
— Dizem que quando as pessoas estão bêbadas, elas dizem a mais pura verdade. Vocês realmente... gostam de mim? As duas?
Elas assentiram, embora Jeongyeon tivesse os olhos fechados como se a presença de Mina finalmente relaxasse seu nervosismo. Chaeyoung ficou olhando para Mina se perguntando se ela era real, até que não demorou em apagar também.
Para ambas as mulheres, aquela noite foi dividida em beber pra caramba e acordar na cama de Chaeyoung com roupas limpas e banho tomado. Dormiram de conchinha e tudo, até que acordaram com dor de cabeça e todos aqueles sintomas chatos de ressaca.
Chaeyoung foi a primeira a despertar, então, ao bocejar, acordou Jeongyeon também. Elas ficaram enrolando, até que chegou o momento de enfim se levantar.
A surpresa veio quando encontraram à mesa um café da manhã posta para elas. Havia uma cartela de comprimidos para dor de cabeça e frutinhas frescas. Além disso, ela ainda estava lá.
— Mina?
Mina sorriu, enfim percebendo que as garotas haviam acordado. Ela ficou nervosa, afinal, estava na casa de uma pessoa estranha. Mas fez o seu melhor em sorrir amistosa.
— Bom dia, meninas. Acho que podemos começar o nosso encontro agora, certo?
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Sorvete de Chocolate Branco
FanfictionYoo Jeongyeon e Son Chaeyoung, amigas e almas gêmeas, se encontram apaixonada pela mesma pessoa: a nova garçonete de seu restaurante favorito. Será que elas vão conseguir chegar a um acordo em quem conquistará Myoui Mina ou a história do sorvete de...