A Resposta

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As garotas não sabiam dizer o que havia sido mais vergonhoso: o fato de que estavam bêbadas quando Mina chegou ao apartamento, elas terem dormido porque Mina as colocou na cama ou pior ainda, dar de cara com Mina com cara de quem acabou de acordar. Se estavam pagando algum tipo de pecado, sua dívida estava quitada agora mesmo.

Felizmente, Mina era alguém compreensiva. Ela deu todo o tempo que Jeongyeon precisou para tomar um banho e também Chaeyoung, que foi logo procurando alguma roupa para as duas ficarem mais apresentáveis.

Era um terrível desastre. Mina, da sala de estar, ouvia esbarrões e alguns xingamentos vindos do quarto. Sozinha, ela riu, até que Chaeyoung chegou na sala exalando um cheirinho gostoso. Provavelmente ela usava sabonete para bebês, embora tivesse um estilo mais ousado cheia de tatuagens e alguns piercings.

Jeongyeon também não demorou, aparecendo logo em seguida com aquele rostinho inchado de sono e cabelos úmidos. Sim, aquela era sua Jeongyeon favorita, Mina diria. Ela gostava de como as duas garotas estavam agora. De caras limpas, apenas elas em seu mais puro jeitinho de ser.

— Fiz o café da manhã pra vocês. Não me entendam mal, okay? Chaeyoung, você deixou eu dormir na sala e disse que eu poderia ficar à vontade aqui.

Jeongyeon deu um tapa na nuca de Chaeyoung.

— Por que você não colocou ela pra dormir na cama? A gente devia ter dormido no sofá.

Enquanto Chaeyoung também queria se dar um tapa por ter vacilado daquele jeito, Mina passou por elas acariciando as duas. Jeongyeon no braço, e Chaeyoung na nuca onde levou o tapinha.

— Foi agradável, eu prometo. Vamos para o café da manhã? Quer dizer, isso se vocês quiserem que eu... fique.

— Mulher, o que eu mais quero é que você fique. — disse Chaeyoung, expondo todos os seus sentimentos. Ela queria Mina, queria desde o início. Sua paixão por ela parecia apenas aumentar a cada instante.

Logo, o olhar de Mina alcançou Jeongyeon.

— Vamos, vamos tomar café da manhã.

Elas seguiram juntas para a mesa da cozinha e, estranhamente, parecia que ali era onde sempre pertenceram. As três juntas, entre risos e histórias engraçadas. Enquanto Jeongyeon pôde ter o seu encontro com Mina, Chaeyoung não teve a mesma chance. Ao menos era uma oportunidade de descobrir mais daquela japonesa.

Mina tentava falar sobre sua vida no Japão antes de vir para o novo país, e claro, não deixou de compartilhar o quanto adorava a culinária que os pais de Jeongyeon executavam. Chaeyoung e a Yoo se perdiam entre suspiros idiotas e seu jeitinho de querer mais e mais conhecer Myoui Mina. De compartilhar suas vidas com ela.

Então, enquanto degustavam uma panqueca de chocolate feita por Mina, chegou a hora de pôr os panos na mesa. Chaeyoung foi quem pigarreou, e então, puxou o assunto desconfortável.

— Eu odeio cortar a história de como Jeongyeon ficou com o braço preso na parede aquela vez mas — ela murmurou perdendo o sorriso. A história de Jeongyeon era ótima. — o que veio fazer aqui ontem a noite, Mina? Ontem foi um péssimo dia e tanto eu como Jeongie fomos idiotas quando fomos ao restaurante, ferramos com tudo e você se demitiu e tudo. Não parece justo que esteja aqui agora porque talvez mereça pessoas melhores do que nós.

O clima pesou, e Mina se remexeu desconfortável no lugar onde estava. Jeongyeon prestou atenção em tudo o que ela fazia naquele instante.

— Acontece que eu pensei inicialmente que vocês duas estivessem apostando entre si, eu não sei. Achei que estavam fazendo algo para provar quem era a melhor. Quando sua amiga apareceu no restaurante, aceitei o que ela dizia mas, estava um pouco fora de órbita. Quando vocês chegaram, perdi a cabeça, e nem mesmo quis ouvir uma explicação.

Mina suspirou, então continuou após umedecer os lábios.

— Mas aquilo que vocês disseram parecia real. Parecia que realmente queriam me conhecer, Jeongyeon foi real comigo no nosso encontro e você, Chaeng, era real em cada vez que nos falávamos. Eu fiquei em uma dúvida gigantesca sobre tudo, sobre o que vocês queriam. Então preferi me livrar da dúvida vindo aqui, mas vocês estavam bastante alteradas ontem a noite. Por isso, Chaeyoung, Jeongyeon, o que vocês querem de mim?

Jeongyeon e Chaeyoung se entreolharam. Talvez, aquele fosse o momento que chegaria ao fim. Finalmente, Mina poderia se decidir entre elas.

— Eu e Jeongyeon nos apaixonamos por você, Mina, e isso foi à primeira vista. Não me pergunte como, apenas, sentíamos que você era a pessoa para nós.

Jeongyeon riu sozinha se lembrando do início de tudo.

— Inclusive, Tzuyu deu a ideia de te fazermos a proposta de nos tornar um trisal. Sabe, eu amo Chaeyoung, ela é tudo o que eu tenho, Mina, mas não nos amamos de forma romântica.

— Apenas você despertou este lado em nós. Tipo quando a gente está passando por uma loja e vê um bolo muito bonito, e pensa, caramba eu preciso provar esse bolo.

— Está comparando ela a comida de novo, Chaeng. — delicadamente, Jeongyeon esbarrou a perna na de Chaeyoung para avisar.

Enquanto isso, Mina ainda ouvia em silêncio, o que dava espaço para que dissessem o que quer que precisassem dizer. Era o espaço das duas, para que Mina pudesse finalmente vislumbrar quem elas eram.

— Então entramos em um acordo de sair com você. Nós duas gostamos muito de você, então, restava apenas que você se apaixonasse por uma de nós.

— O tempo inteiro dependia de mim? — a voz de Myoui demonstrava o tamanho de sua surpresa.

As duas riram sem graça, então, após terminar as panquecas, Mina se levantou deixando de lado o guardanapo.

— Bom, se dependia de mim, eu já tenho uma resposta. Eu já sei com quem eu quero ficar e nutrir um sentimento de verdade.

Mina olhou Chaeyoung com seriedade, e por fim, Jeongyeon. Faria sentido que fosse Jeongyeon, afinal, o encontro havia sido com ela. Elas combinavam. Mas Jeongyeon queria que fosse Chaeyoung, e isso porque queria ver a melhor amiga feliz.

Já não havia porque enrolar mais, então, veio a sua resposta.

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