Capítulo 9 - Ele emprestou as chaves

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— Você sabe usar isso? — Jisung segurou, morrendo de medo, uma máquina de tatuagem. Nunca tinha tocado algo do tipo e resolveu devolvê-la para o lugar antes que acabasse derrubando. Tudo bem que seu salário estava rendendo uma boa quantia de dinheiro, mas o perdão de Donghyuck não era algo muito fácil de comprar.

— Claro que não. Por que eu saberia? — Chenle cruzou os braços, encostado na poltrona hidráulica onde os clientes eram tatuados. Observou o rapaz curioso que fuçava tudo o que achava interessante naquele lugar, aproveitando que ele e o namorado eram os únicos no local.

Era feriado. As portas estavam fechadas.

Você deve saber como eles acabaram ali.

Difícil, era saber como Chenle havia convencido Donghyuck à emprestar as chaves do estúdio, sabendo das intenções do chinês.

— Sei lá. Você é todo cheio de surpresas... — Jisung se aproximou. Carregava um sorriso ladino, dando mil significados para aquela frase mal intencionada.

Chenle cerrou os olhos, incrédulo.

— Vou fingir que não ouvi isso. — Negou com a cabeça. Park já enroscava as mãos em sua cintura, selando seus corpos. — E só pra saber, o que você tatuaria? "Killjoys, make some noise?" — Ele citou My Chemical Romance em tom de deboche.

— Não. — Jisung respondeu. Então, percebeu que se pensasse bem, conseguia visualizar a frase perfeitamente estampada em alguma parte de seu corpo, numa fonte rabiscada. — Hm, talvez...

— Emo. — O mais velho revirou os olhos, envolvendo o pescoço de Jisung com seus braços. O puxou para um beijo.

Fez um encaixe molhado ao juntar seus lábios aos de Jisung. Abriu sua boca num pequeno espaço, sentindo a língua do maior preenchê-la com lentidão. Chenle chupou o músculo sem pressa e passou a esfregar suas línguas. Jisung cravava as unhas em sua cintura como resposta.

Chenle estava cada vez mais apertado entre o corpo do Park e a cadeira alta atrás de si. O silêncio absoluto do estúdio fazia que ouvissem atentamente cada estalo que saía daqueles beijos. Escutavam até mesmo ruídos mais discretos, como o som metálico feito quando os dedos de Jisung percorriam o cinto de correntes usado pelo namorado.

Era uma trilha sonora peculiar. Meio gostosa de ouvir, mas não era daquele jeito que faziam normalmente.

— Coloca música... — Jisung sussurrou, quando suas bocas se afastaram. A cor de seus lábios desenhadinhos estava realçada, e uma camada fina de saliva os deixava com um aspecto brilhante. Chenle passou alguns segundos hipnotizado por aquela imagem, antes de dar atenção para o pedido dele.

Percorreu o quadril do mais novo com suas mãos. Tateou a bunda de Jisung até achar seu próprio celular em um dos bolsos da calça dele.

Apoiou-se na poltrona atrás de si, enquanto abria o aplicativo de música. Vagou pelos títulos sem clicar em nada.

— O que você quer ouvir? Tem que combinar com o momento, se não, nada feito. — Chenle determinou, mostrando um sorriso ousado.

— Como assim? — Jisung ergueu uma sobrancelha, mas também sorria, curioso.

O menor aconchegou seu rosto no pescoço do Park, devagar, sentindo-o com a ponta do nariz.

— Vou te explicar. Se você escolher algo tipo Nine Inch Nails... — Chenle agarrou um punhado de pele entre os dentes, deixando uma mordida provocativa no local. Jisung riu baixinho, entendendo. Também tornou ainda mais forte o aperto que fazia na cintura dele. — E se você escolher algo meio Nirvana... — Passou a língua no outro lado do pescoço de Jisung, de um jeito delicado, mas nada inocente.

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