Capítulo 8: Eu transformo a destruição em criação repetidamente.

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𝟔 𝐝𝐞 𝐒𝐞𝐭𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝟏𝟗𝟗𝟕.

𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐕𝐈𝐒𝐓𝐀: 𝐊𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍𝐄 𝐁𝐔𝐑𝐊𝐄.


— Katherine! Katherine! — A voz de Ginny invadiu meus tímpanos ardendo minhas orelhas, me viro na cama em negação. Minha cabeça doía e latejava. — Acorda, porra! — Ginny puxa minha coberta do meu corpo e o ar gelado arrepia meu corpo todo.

— O que foi? — Pergunto rabugenta, evitando abrir os meus olhos e fazendo um biquinho. Era cedo demais e era sábado, queria dormir até depois do almoço.

— Quem era aquele gato que te trouxe aqui ontem? — Ginny perguntou sem rodeios, abro um de meus olhos e encaro a ruiva no pé da minha cama, de braços cruzados com uma única sobrancelha levantada.

— Não me lembro de nada disso. — Minto. Puta merda.

— Sua mentirosa. — Ginny fala alto e brava puxando meu pé para fora da cama.

— Para! Para! — Imploro me agarrando nos lençóis para não cair no chão de madeira gelado e Ginny para, ainda segurando o meu pé.

— Vai me dizer quem é? — Ela pergunta desconfiada, eu balanço a cabeça dizendo sim. Ela solta meu pé com tudo. — Desembucha, Burke.

— É uma longa história.

— Imagino mesmo. — Ela diz, creio eu que relembrando da aparência quase angelical de Nathaniel. — Você anda me surpreendendo muito, não estou gostando.

— Nathaniel Greengrass.

— O caçula dos Greengrass? — Ginny diz indignada com os lábios abertos. — Merlin e Potter que me perdoe com os pensamentos que eu tive com esse idiota. — Os pensamentos nojentos de Ginny fogem da sua mente e uma lâmpada se acende no topo da sua cabeça. — A quanto tempo você sabe disso? Que eles estão aqui?

— Desde ontem, eu acho. — Digo pensativa. — Porra!

— O que foi?

— Você não vai me julgar? — Pergunto ficando de pernas cruzadas em cima da minha cama, Ginny se senta do meu lado com um olhar de "eu nunca te julgo, eu sou pior".

— Vamos, Burke! Estou curiosa!

— Desde que voltamos, há algo ou alguém me observando. — Digo apontando para a janela. — Eu pensei.. eu pensei que fosse ele, por isso que eu beijei o Malfoy, para provocá-lo.

— Puta merda.

— Sim, eu sei. — Exclamo de volta para a ruiva.

Sete anos se passaram e eu ainda estou o procurando, mesmo sabendo que ele não está aqui. Às vezes pego-me pensando em mil memórias, em tudo que passamos e talvez eu esteja voltando no tempo demais ultimamente, tentando congelar o tempo quando eu tinha ele.

Verões sem fim e sorvetes derretidos na beira do mar inglês, a velha sensação dos ventos salgados acariciando o meu rosto e seu nome me assombrando.

Mattheo Thomas Riddle. Senhor Matthew da Casa Riddle. Mattheo Riddle. Delinquente Juvenil. O diabo de Durmstrang. Filho indesejado. Chave de Azkaban. Meu Theo.

Eu estive o esperando desde o dia que ele partiu, desejando que as coisas voltem a ser como antes para apenas vê-lo novamente em minha porta.

O seu cabelo é castanho-escuro e seus olhos ficam dourados na luz do sol, especialmente no amanhecer e entardecer. Ele é bem mais alto do que eu e em toda minha infância, ele foi a pessoa mais importante que o destino me fez conhecer, aliás sempre achei que ele é o ser vivo mais lindo do mundo, não sou a única que pensa isso.

O último verão de nossas vidas - Mattheo Riddle.Onde histórias criam vida. Descubra agora