Na Escuridão de Seus Olhos

Capítulo 5

  Castiel odiava trabalhar com Dean, ele não aguentava mais ter que aturar o seu agora patrão todos os dias com exceção das segundas, o rapaz cego sentia que poderia surtar a qualquer momento, no começo tudo pareceu que ocorreria bem, ele e Dean estavam muito amigos e Dean era sempre paciente com ele e o ajudava em qualquer dificuldade, porém com o passar do tempo está paciência foi diminuindo, agora não fazia nem dois meses que eles trabalhavam juntos, mas parecia que brigavam todos os dias.

 Cas agora estava levando garrafas de bebidas para as mesas que pediram, ele odiava ter que servir as mesas, mesmo que com o tempo ele já houvesse decorado onde ficava cada mesa e aprendido a reconhecer ela pelos seus números, Dean pedia para que os clientes não se movessem muito ou mudassem as coisas de lugar porque esta interferência prejudicava o serviço de Castiel, Castiel era grato pelas coisas que Dean fazia para adaptar o bar para ele, porém o problema era o próprio Dean.

 Durante os momentos que eles não estavam trabalhando ainda eram bons amigos, porém durante o serviço essa amizade parecia sumir e Dean tratava Castiel como um funcionário que não está dando lucro, Castiel odiava ser tratado assim pelo homem que ele dizia ser seu amigo, Castiel não gostava de ser mandado ou apressado, por isso agora enquanto lavava alguns copos com pressa e irritado ele não percebe se desliga torneira ou não até ouvir ser chamado atenção.

- Castiel, já é a terceira vez hoje que você deixa essa torneira ligada, se continuar assim vou te entregar a conta de água junto com seu salário. - A voz de Dean diz alto trás de Castiel.

- Eu tenho muito o que fazer, desculpa se esqueço uma torneira. - Cas caminha por entre as mesas levando o que precisavam e Dean murmura irritado atrás dele.

  Castiel volta a receber os clientes que ficam nas mesas, elas chamam por ele e ele reconhece onde estão pelo som de suas vozes, Pamela estava no balcão e passava os pedidos para ele e informava para qual mesa ele devia levar cada prato ou bebida, de vez em quando ele esbarrava em algum cliente que se recusava a ficar sentado, mas ele não reclamava, havia uma área no bar onde ficava a mesa de sinuca e naquela área Cas não costumava passar porque ali as pessoas podiam andar e correr a vontade, então ele considerava aquele ponto muito movimentado para ele atravessar.

 Atendendo quem chegava de mesa em mesa, muitas vezes era um trabalho confuso e que fazia Castiel se sentir ainda sim assustado, porém também tinha seu lado bom, ele adorava estar em interações com as pessoas da cidade, todos eram super respeitosos com ele e ele não havia tido problemas com ninguém, embora as vezes algumas pessoas comentassem que não achavam bom para ele estar trabalhando ali, Cas dizia a todas essas pessoas que ele era tão capaz de trabalhar como qualquer um deles

- Cas, quero você no balcão, deixa as mesas pra Pamela.

 Dean fala segurando em seus ombros e o guiando para o balcão, Cas fica incomodado com o toque de repente e movimenta os ombros para que Dean solte dele, Castiel para atrás do balcão e se apoia por um momento, ele só quer poder voltar para casa logo, tomar um banho e descansar em paz.

- Hey Castiel. - Dean o chama, porém Castiel continua em silencio. - Cas... Fala comigo amigão. - Cas ouve algo como compaixão em sua voz.

- Conversamos depois Dean, agora é hora de trabalhar.

- Promete falar comigo mais tarde?

- Claro que sim. - Castiel sorri ao terminar sua sentença para passar confiança a Dean.

  Castiel gosta de ficar no balcão, lá as coisas eram mais calmas e ele podia ficar só parado no mesmo lugar sem se preocupar com as pessoas andando o seu redor, poucos clientes realmente paravam pelo balcão e ali o atendimento era rápido, quando precisava servir bebidas era simples, Dean havia deixado todas as garrafas do que era mais pedido em locais de fácil alcance para Castiel e ele já estava quase decorando todas elas, cada garrafa tinha um formato único e se ele estivesse confuso entre elas, ele poderia apenas passar os dedos pela garrafa e sentir nos relevos as letras que mesmo sendo confusas ajudavam muito, para encher os copos era fácil, ele sabia uma base do tempo que seria virando a garrafa, 8 segundos de queda daria uma dose de 50 ml, Cas gostava de preparar as bebidas.