Capitulo 7

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 Ainda era cedo de manhã. O jovem garoto corre apressado por entre os corredores da grande casa, ele não consegue e não aceita acreditar no que o foi falado. Atrás dele, ele sabia que estava sendo perseguido. Ele não podia ser impedido de seu caminho. Precisava e veria com seus próprios olhos o que ouviram dizer.

 Ele sobe as escadas pulando de dois degraus por vezes. Ele tropeça em um deles e cai de joelho na escada. Se levanta e volta a correr, ele não podia parar. Agora estava perto, já podia ver a porta do quarto. Por aquele cômodo da grande casa o clima parecia mais denso e sua respiração parecia doer em seu peito.

- Gabriel! Você não pode vir aqui.

 A governanta da casa grita por ele ao começo do corredor. Ele a ignora e continua até a porta do quarto. Antes que pudesse abri-la ela se abre em um baque e um homem não mais alto que ele sai de dentro com uma expressão de desgosto. Antes que o homem fechasse a porta, Gabriel pode vê-lo lá dentro. Ele estava deitado a cama, enrolado em muitos lençóis. Parecia chorar e seus olhos estavam cobertos com algum tipo de venda. Gabriel sente seus olhos se apertarem e arderem. As lagrimas descem por seu rosto. Ele havia feito aquilo.

 O homem que havia saído de dentro do quarto então segura em seu ombro e o leva para longe do quarto. Gabriel então repara no rosto do homem de cabelos vezes loiros, vezes castanhos e em seu olhar transmitia medo a Gabriel. Aquele era seu pai, ele esteve com Castiel dês de que este voltou do hospital. Ninguém além de Chuck tinha permissão para chegar perto daquele quarto.

- Emily, o que ele está fazendo aqui? – Seu pai pergunta a governanta sem lhe dirigir o olhar.

- Me desculpe senhor Novak. Eu não consegui impedi-lo.

- Você não consegue segurar um garoto como ele? – Chuck dessa vez direciona o olhar a Gabriel com desprezo.

- Não é culpa dela. Eu só queria ver como ele está.

- A sim. Você queria ver o resultado da sua irresponsabilidade.

- Pai, não foi minha intenção fazer mal a Castiel. – Gabriel morde os lábios segurando a vontade de chorar.

- Não foi minha intenção pai... Eu não queria. – Chuck imita a voz infantil de Gabriel com sarcasmo. – É engraçado, quantas vezes eu já não ouvi você dizendo isso... Como daquela vez que você derrubou a estátua Vênus de Milo no Museu do Louvre em Paris. Até hoje eu me pergunto, como caralhos você fez isso, uma escultura que sobreviveu dês do século dois antes de Cristo. Destruída pelo idiota do meu filho. Mas não importa, porque deu pra resolver aquilo com alguns pedidos de desculpas e pagando pelos danos que não saíram baratos...

- Aquilo foi um acidente. – Gabriel interrompe seu pai e este faz uma carranca.

- Não! Me interrompa novamente. – Chuck grita com seu filho que se cala na hora. – Já reparou Gabriel, como os seus "acidentes", sempre custam caro para mim? Tem alguma ideia de como vamos resolver esse problema? – Chuck pergunta olhando fixo para seu filho que ainda se mantem em silencio. – Eu te fiz uma pergunta!

- Não meu pai... Eu não sei o que devemos fazer. – Gabriel responde de cabeça baixa, ainda segurando a vontade de chorar.

- Olhe nos meus olhos enquanto fala comigo.

 Gabriel então sobe o rosto para encarar seu pai. O jovem se sente completamente ofendido e desamparado, ele sente ódio de seu pai, ele sente ódio de si mesmo por reconhecer que tudo fora culpa dele. Castiel não queria ir. Ele o convenceu, e não tinha outra pessoa culpada se não fosse ele. Gabriel respira fundo e tenta se manter firme sobre o olhar impiedoso e julgador de seu pai.

Na Escuridão de Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora