Capítulo 9

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Dean acorda na manhã seguinte com o calor do sol queimando em seu rosto. Seu corpo todo está quente como se fosse ferver. Ele não sente seu braço direito, apenas a sensação de dormência causada pelo peso da cabeça de Castiel. Seus corpos abraçados e entrelaçados embaixo do lençol de lã grossa no dia ensolarado, começa a incomodar Dean pelo calor infernal que o proporciona.

O Winchester movimenta um pouco seu braço dormente para melhorar a posição de Castiel em cima dele. Ele tenta se afastar dos raios de sol que o acerta em seu rosto, porém Castiel o segura mais firme o prendendo naquele ponto do colchão. Dean então movimenta as pernas um pouco para pelo menos retirar o lençol que cobre eles e o joga no chão com um chute. Sem o lençol, Castiel relaxa mais o aperto em Dean, mas não acorda.

Sem muito o que fazer, ele se dá por vencido e continua ali deitado, suando e queimando no sol. Pelo menos Cas está com ele. Por ele vale a pena continuar no sol sem reclamar.

...

Não. Mudando de ideia. É claro que não dá pra ficar nessa cama.

Lentamente, Dean puxa seu braço de baixo da cabeça de Castiel para sair da cama um pouco. Antes que ele puxe seu braço todo, Cas passa o braço por sua cintura e o puxa para mais perto, agora deitando a cabeça no peito de Dean. Fazendo um som de estresse pelo movimento de Dean.

- Dean, você está atrapalhando o meu sono.

- Eu tô com calor, o sol tá bem na minha cara. - Cas bufa frustrado.

- Tudo bem, já vou me levantar. - Cas diz para Dean, mas continua com os olhos fechados por um tempo. Quando sua respiração fica lenta de novo, Dean percebe que ele voltou a dormir.

- Cas, eu preciso me levantar. - Dean volta a falar balançando Castiel, que acorda de uma vez.

Castiel se estica um pouco em cima de Dean jogando mais de seu peso em cima dele e esfrega os olhos com as costas da mão. Ele abre os olhos lentamente, um olho mais aberto que o outro, sem expressão alguma. Castiel deita a cabeça entre o espaço do pescoço de Dean e respira fundo, ainda com os olhos abertos e sem reação.

Dean fica parado apenas observando o rosto de Castiel, seu cabelo escuro bagunçado e a barba por fazer que cresce em seu rosto mal barbeado. O sol da manhã entra pela janela e ilumina seu rosto bonito. Dean engole em seco e sente um aperto no coração quando percebe que a luz do sol acerta os profundos olhos azuis de Castiel, mas isso não causa reação alguma em suas pupilas que não respondem a luz.

O Winchester continua observando os olhos de Castiel e sem que ele percebesse seus olhos parecem estar húmidos com vontade de chorar. Castiel é cego. As vezes Dean acaba por se esquecer disso porque nunca vê Castiel reclamar de sua condição. Castiel não pode ver nada. Castiel nunca viu o rosto de Dean, e nunca verá. Se um dia eles forem a ter filhos, Castiel nunca os verá. "Ele se parece com você". Palavras vazias, sem um significado real para Castiel. E pensar essas coisas entristece cada vez mais a Dean que preferiria não pensar nisso.

Dean respira fundo pela boca e tenta conter o barulho do pequeno choramingo que sai de sua garganta. Ele leva sua mão direita até o rosto de Castiel e o acaricia. Beija a testa de Castiel, beija no espaço entre seus olhos, sua têmpora, bochecha e por fim em seus lábios. Castiel sorri e o beija de volta. Dean tenta sorrir de volta, mas pela expressão de Castiel fica claro que ele percebeu que Dean está incomodado com algo.

- Dean, por que você está chorando?

- Você sempre repara em tudo. - Dean sorri e Castiel passa a mão em seu rosto sentindo suas lagrimas.

- Eu gosto de reparar em você.

- Como aconteceu?

- Bom, acho que começou quando você me deu comida no seu bar pela primeira vez.

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⏰ Última atualização: Jul 07, 2022 ⏰

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