4 - Eu Não Acredito

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  Eu acordei, e com a sonolência também veio a ressaca, nunca tinha tido uma tão forte assim toda minha vida, as bebidas que serviram naquela festa eram de derrubar um elefante.

Percebi após alguns segundos que não estava na minha minha casa, no meu quarto ou em qualquer outro lugar que podia reconhecer, estava nua e minhas roupas espalhadas por aquele recinto; o que caralhos eu tinha feito na noite passada? Na minha cabeça começaram a passar flashes sobre tudo o que aconteceu, eu não estava acreditando no que fiz, transei com um cara que nem o rosto eu sabia qual era.

Alguns momentos sentada na cama me ajudaram a raciocinar, procurei pela pessoa que teoricamente era para estar ao meu lado; reparando com um pouco mais de atenção ao meu redor ouvi barulhos de água caindo adentro de uma porta branca, provavelmente  o cara que tinha ficado ontem estava tomando banho. Sabia que aquela era minha chance, vestiria minhas roupas e sairia daquele local sem ser notada, ou era isso ou eu enfrentaria as consequências, coisa que não poderia deixar acontecer, meu chefe não iria permitir de me atrasar por causa de uma noitada. Falando do Stephan, meu Deus!!! A bendita festa, que horas são? OITO E MEIA!!?? Se eu não correr daqui minha cabeça não se encontrará mais em meu corpo. Meu desespero na verdade só aumentou, fugir desse lugar e sair correndo para chegar na empresa para meu chefe não me matar; eu só me ferro. Meu plano entrou em ação, peguei minhas roupas, coloquei elas o mais rápido possível pus o meu salto na mão mesmo e saí correndo daquele quarto, estava toda desgrenhada porem evitei um grande constrangimento - e provavelmente minha morte.

Chamei qualquer taxi que passasse por ali, estava sem minha bolsa, carteira, celular, dinheiro ou documentos, espero que a Jena tenha pegado tudo se não eu vou ter que tirar segunda via de todos aqueles documentos e eu provavelmente não teria paciência para isso. Cheguei que nem o flash dentro de casa, entrei coloquei uma camisa social branca com uma saia executiva preta e o salto que se encontrava na minha mão, como o cheiro de álcool ainda era perceptível passei um litro de perfume e desodorante, escovei os dentes e passei enxaguante bucal. A merda da ressaca não queria ir embora, tive que tomar um remédio de dor de cabeça qualquer e beber um café bem forte que Mila deixou pronto antes de sair, chamei um Uber e corri para a empresa.

(....)

- Ainda bem que você chegou. - me surpreendi com a Loise e esperando na saída do elevador.

- Ele deve estar uma fera né? - já me preparei para ouvir os gritos quando chegasse em sua sala.

- Na verdade ele ainda nem chegou, mas você aqui o quanto antes é melhor.

- Não chegou? Como assim? Devem ser os deuses fazendo algum milagre para essa pobre alma porque não é possível, ele consegue ser mais pontual do que o Fernand e ainda não chegou?

- Tô desse mesmo jeito ai. - Fernand surge na conversa. - Ele acabou de ligar para o RH dizendo que vai chegar mais tarde por causa de um imprevisto.

- Ah; agora eu entendi, ele disse ele disse para mim que ia para uma festa ontem, provavelmente esse imprevisto é alguma mulher que ele ficou e agora tá no pé dele.

- Será mesmo? Ele nunca se atrasou para trabalhar por causa de mulher nenhuma.

- Loise, você sabe que quando queremos alguém tudo pode acontecer né? Ainda mais quando se está falando de Stephan Leblanc.

Antes que essa conversa se estendesse demais e acabasse chegando em assuntos que não queria entrar em detalhes fui logo para minha mesa e organizei tudo o que tinha para organizar, eu tinha que aproveitar todo o tempo que houvesse, essa festa com certeza iria tirar todo o meu tempo e não é como se eu tivesse muito disso agora.

The Second HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora