8 - Avôs?

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O dia correu bem, fui para casa depois do dia até agradável que tivemos, tinha que me preparar emocionalmente para conhecer a família do Stephan, tinha medo de rejeitarem o nosso filho, mas acredito que eles não fariam isso, a mãe dele me conhece de vista e nunca foi desagradável comigo, a irmã também é bem agradável, quanto ao pai e o irmão, na verdade nunca cheguei a vê-los, porém acredito que eles não sejam mal educados ou coisa do tipo.

- Então cê vai mesmo?

- A gente vai ter que falar sobre isso de qualquer jeito então é melhor ser agora. - Falei, nervosa.

- Espero que não se arrependa depois, e que esteja fazendo a melhor escolha para vocês dois - Alisou minha barriga.

- Eu também espero isso Mila, eu fico com medo mas fazer o que, já temos o não agora é correr atrás do sim.

- Agora vamos colocar uma roupa bem aesthetic menina do campo pra dar boa impressão.

A Mila me fez experimentar vários estilos de roupas, calça, saia, cropped, short e tudo mais que tinha no meu guarda roupa, no final escolhemos uma roupa mais vibes, casual chic, uma calça solta cinza, uma blusa gola alta preta, um tênis branco e uma bolsa também preta. Ficamos de dez até as onze da manhã escolhendo roupa. Fui para o banheiro tomei um banho de banheira relaxante e me arrumei, coloquei um pouco de maquiagem e um colar de saturno, combinou com o look.

- Me deseje sorte Mimi, por que a minha boca grande é meu único defeito.

Olhei pela janela da sala, e lá estava ele, encostado no carro preto de sempre me esperando; olhar para ele assim me faz pensar em tudo que passei para chegar até aqui, os altos e baixos, os traumas e até as brigas; minha vida nunca foi fácil, o fato das pessoas se aproximarem de mim pelo simples fato de eu ser a filha de empresários me trouxeram varias inseguranças com minha personalidade, me conformar que isso era problemas com eles e não comigo mesma demorou um certo tempo, devo dizer que até hoje não superei completamente essa insegurança, tento sempre não conversar com pessoas que não conheço, meus amigos que sempre falavam comigo e puxavam assunto, se não fosse isso não seríamos nem conhecidos.

Após todo esse desvaneio desci até a entrada do condomínio, a cada passo que dava pensava se minha decisão em seguir em frente com isso estava certa, se realmente ir até aquela casa iria fazer bem a mim e ao meu filho, se aceitar essa farsa sem pé nem cabeça daria certo.

- Pensei que passaria mais uma hora dentro daquele apartamento. - Stephan tinha um sorriso sínico nós lábios.

- Está reclamando da minha pontualidade? Se é assim posso voltar e demorar mais uma hora para podermos sair.

- Nem pense moça, se demorarmos mais para vermos meus pais eu posso morrer de ataque cardíaco.

- Sinta o que eu senti, me desculpe dizer mas...é satisfatório ver o seu sofrimento.

- Olha só, você tem seu lado sádico então.

- Pode se dizer que sim, principalmente quando é você, acredite.

- Porque tanto ódio contra um ser tão bondoso quanto eu? - Jogou sua cabeça para o lado, com um ar inocente.

- Não é ódio, é que você era insuportável, mimado e egocêntrico. - Sua cara de incrédulo era impagável.

- Era? Não sou mais; senhorita? - Esse senhorita saiu em um tom deveras sensual.

- Por agora não, mas se continuar a falar e não abrir a porta desse carro, sim. - Repeti o ato com a cabeça que ele tinha feito antes.

Stephan deu-se por vencido e abriu a porta do carro para mim, o cheiro aqui dentro é estranhamente refrescante, não tem cheiro de menta ou de eucalipto, é um cheiro amadeirado e cítrico muito específico, se tivesse de descrever esse cheiro em uma cor seria verde oliva, que é um tom refrescante de olhar.
Estávamos a cinco minutos de sua casa, tínhamos entrado em um condomínio afastado da parte caótica da cidade, era um lugar arborizado e de tons frios, uma floresta de coníferas rodeava o local; as casas eram de tons cinzas e de aparência mais moderna.

The Second HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora