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Rosamaria


  Hoje iria acontecer o julgamento do meu pai. Eu estava nervosa, vai que ele consegui sai ileso dessa acusação, e o pior eu ter que viver com ele de novo. Ela vai me matar.

   No meio desta bagunça toda, eu consegui contato com a minha vó. Ela não estava muito bem de saúde, não tinha condições de cuidar de mim, os pais da Carol, falaram pra ela que iria cuidar de mim, ela ficou mais calma. Mais me fez prometer que ligaria pra ela na hora, se acontecesse alguma coisa de ruim comigo.

  Eu estava numa salinha do fórum. Estava muito nervosa, a advogada Gizelly Bicalho, garantiu que ele ia sair preso daqui, ela falou que tinha uma carta na manga. Eu torcia pra ela certa.

- Amor calma - Carol segurou minha mão com força- Tudo vai dar certo - beijou minha buchecha.

- Tenho medo dele ser soltou - confesei- E levar eu de volta pra aquela casa - só de pensar isso eu ficava com medo.

- Isso não vai acontecer amor - me abraçou de lado.

  Ficamos mais um tempo na salinha, até a advogada avisar que iria começar o juramento. Por eu ser menor não fiquei cara a cara com ele. Coisa que eu agradeci muito. Estava uma briga boa, minha advogada era muito boa com as palavras. Quando ela usou o vídeo do dia que ele foi preso, eu não consegui olha, eu fechei os olhos e só sabia chorar. A mãe da Carol me abraçou forte e ficou me dando forças.

  O advogado dele também era bom com as palavras infelizmente. Parecia que ele estava se livrando. A advogada falou que tinha uma testemunha, eu fiquei sem entender nada, quem poderia saber de alguma coisa além de mim. Entrou um homem alto novo, quando ele viu o homem ele ficou pálido e com os olhos arregalados.

- Qual o seu nome? - perguntou o juiz.

- Bruno Rezende- falou calmo.

O juiz faz fez umas perguntas, que não prestei muita atenção, falou que ele não poderia mentir, que correria risco de sair preso. O juiz deu a palavra pra ele

- Bom - falou nervoso - Este senhor - apontou pro meu pai - Contratou o meu serviço- falou calmo - Eu trabalho montando é desmontado carros - Olhei pra ele - Eu modifico carros pra eles ficar mais veloz - não podia ser o que estou pensando- Ele me pediu pra modificar o carro da esposa dele - meu sangue parou de circular no corpo.

- Protesto - o advogado dele falou.

- Protesto negado - falou o juiz - Continua- falou pro Bruno.

- Ele me falou que era só pra assustar ela - voltou a falar - Era pra fazer o pedal do freio vira acelerador- falou - Mais eu deixei um botão próximo do volante que se ele aperta o carro volta ao normal- Eu expliquei toda esta função pra ele - ele encarou meu pai - Mais pelo jeito ele estava com má intenção.

- Você tem como provar isso? - o juiz perguntou

- Sim - falou calmo - Sempre que contratam meu serviço pra fazer coisas que pode colocar alguém em risco - ele encarou meu pai- Eu tiro prints e mando tudo pro celular da minha esposa- a advogada pegou uns papéis e entregou pro júri- Tem áudio dele falando como queria o carro, e tem áudio de eu explicando como fazia pra volta o carro ao normal.

- Você sabe que tem uma parcela de culpa neste acidente? - o juiz falou.

- Estou ciente disso- falou calmo - Mais eu não poderia me calar mais - respirou fundo - Eu me sento muito culpado por tudo que aconteceu- deixou umas lágrimas caírem- Mais estou aqui pra pagar pelo que fiz- respirou fundo- E espero que este homem pague também.

- Obrigado Bruno- falou o juiz- Pode se retirar - o homem saiu de cabeça baixa- Agora a menor Rosamaria Montibeller- respirei fundo.

   Depois de contar, todas as agressões que passei desde o momento que pisei naquela casa, contei dos dias que fiquei com fome. Eu falava entre soluços, percebi que as pessoas que estava presente também chorava. A parte mais dolorida foi contar das tentativas de estupros, eu falava de cabeçabaixa eu tinha vergonha desta parte. Depois de contar tudo, a mãe da Carol me abraçou e eu me permiti chora no seu colo.

- Vai dar tudo certo querida - falou passando a mão no meus cabelos- Você foi muito forte.

- Obrigada- falei com dificuldades.

- Já passou amor - Carol segurou minha mão- Ele vai pagar por tudo que ele fez com você- fez carinho na minha mão.

   O juiz começou a falar alguma coisa, mais eu não queria ver nem ouvi nada, tinha medo dele ser solto. Fiquei abraçada com a Carol e a mãe dela, ouvi um silêncio na sala, meu mundo parece que parou junto. Logo depois eu pude respirar aliviada quando soube que ele estava condenado. Eu chorei mais ainda, só que desta vez era choro de felicidade, eu estava livre dele.

- Você está livre minha filha- a mãe dela falou - Não chora - começou a limpar minhas lágrimas.

- E de felicidade- falei chorando.

- Você nunca mais vai sofre - me abraçou bem apertado - Ele nunca mais vai te fazer nenhuma mal.

- Obrigada - Carol me abraçou e deixou um beijo na minha testa.

- Agora você está livre amor - falei rindo entre lágrimas também.

- Obrigada por está comigo - falei rindo pra ela.

- Sempre vou estar do seu lado - piscou pra mim. Vi a advogada vindo na nossa direção.

- Obrigada doutora- Cidinha falou.

- Não precisa agradecer- me encarou - Espero que você seja muito feliz agora - riu pra mim.

- Obrigada doutora- falei.

  Dona Cidinha foi conversar com a advogada sobre coisas burocráticas, fiquei abraçanda com a Carol esperando ela. Eu estava feliz agora, só de saber que eu não iria passar por aquilo de novo. Ele vai pagar por tudo que fez comigo e minha mãe. Só de pensar que ele queria matar eu e ela. Ele teve a audácia de contar um cara pra mexer no carro dela sem ela saber. Ele foi muito mal caráter. Ele tem que apodrece na cadeia. Eu não queria nunca mais ter contato com ele.

   Agora é colocar um ponto final nesta história, e seguir novos caminhos, sem sofrimentos. Agora começa uma nova história da minha vida.



Continua...

You showed me love  (Rosattaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora