Epílogo

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Divirtam-se!!
 
 
Kara estava na cozinha de sua casa fazendo algumas panquecas para o café da manhã. Ao longo dos anos, aprendeu a cozinhar e aos fins de semana, fazia com prazer uma mesa farta de comidas. No entanto, aquele café da manhã tinha um motivo muito especial, então precisava estar tudo perfeito.
 
Com um sorriso nos lábios, a loira cantarolava baixinho uma música qualquer. Sempre aproveitava o silêncio da manhã dos fins de semana para poder colocar seus pensamentos em ordem, mas dessa vez, estava usando esse tempo para relembrar de alguns momentos de sua vida.
 
Depois que desistiu de casar com Imra e foi atrás de seu grande amor. Kara finalmente começou a sentir que tudo estava em seu devido lugar. Tinha desejado tanto ter Lena mais do que sua amiga, que quando finalmente conseguiu, ficou com medo de tudo não passar de um sonho.
 
Mas tudo era muito real.
 
Naquela noite em que foi até a mansão Luthor e disse a Lena tudo o que deveria ter dito há muitos anos, elas nunca mais se desgrudaram depois. Todos os dias se dedicavam àquilo que estavam dispostas a construir em conjunto.
 
Elas ainda eram melhores amigas, continuaram com os mesmo costumes que tinham antes de finalmente estarem juntas. E com o passar dos dias, ambas já se consideravam o porto seguro uma da outra. E, todas as vezes que dormiam juntas, faziam milhares de planos para o futuro.
 
A relação delas se tornou algo leve, de muita compreensão, de apoio e surpresas um tanto extravagantes por parte de Lena. Kara ficava feliz a cada conquista que a morena tinha na L-Corp e não parava de dizer o quanto a admirava. E Lena, incentivava a repórter em todos os momentos de sua carreira.
 
No dia em que Kara chegou no apartamento de Lena dizendo que Cat iria fazer dela sua editora chefe, a morena chorou de emoção com ela, pois sabia o quanto merecia tudo aquilo. A loira que já estava emocionada pelo o que havia conquistado, acabou se emocionando um pouco mais quando as lágrimas de Lena molharam sua camisa social durante o abraço.
 
Quando Cat decidiu vender a revista e Lena a comprou dando-a de presente de aniversário para Kara, a loira ficou surpresa e depois brigou com ela. A briga não durou mais de uma hora, pois a repórter foi até a morena para se acertarem e explicou a ela o motivo de sua reação. A Luthor entendeu, mas não podia mais voltar atrás na sua compra e também explicou o porquê quis fazer aquilo. Mais uma vez, conseguiram se acertarem sem mais problemas.
 
Apesar de todas as adversidades que apareciam no caminho, eram sempre assim. Poderiam até haver algumas discussões, todo casal tem, mas sempre conseguiam se acertarem. Sempre eram sinceras sobre tudo e expunham os seus pontos de vistas sobre a situação.
 
Se lembrando dessas coisas, Kara sorriu mais. Tudo isso aconteceu só no primeiro ano de relacionamento e estava muito vivo na sua memória, apesar de já ter se passado uma década.
 
Do outro lado da cozinha, Lena a observava fazendo todas aquelas panquecas com cuidado. Estava ali há algum tempo, gostava daquela cena familiar aos fins de semana.
 
— Vai ficar só me olhando ou vai me dar um bom dia descente?
 
— Como você sempre sabe? — se aproximou dela a abraçando por trás.
 
— Só sei — deu ombros colocando a última panqueca em um prato e então se virou para ficar de frente para a morena — bom dia, meu amor! — depositou um singelo beijo em seus lábios.
 
— Bom dia! — sorriu — o cheiro está maravilhoso. Está até fazendo minha barriga roncar.
 
— Fiz tudo o que você gosta — deu uma olhada para a mesa para conferir se havia feito mesmo — sabe que dia é hoje? — a abraçou com cuidado.
 
Claro que Lena sabia.
 
— Não faço ideia — a encarou — pode refrescar a minha memória?
 
— É o dia em que, primeiro, completamos vinte anos de amizade. Segundo, nove de casamento — a beijou novamente — ainda me lembro como se fosse ontem quando você toda emocionada me pediu em casamento — suspirou.
 
— Não foi assim que aconteceu.
 
— Como não, se é o que eu lembro?
 
— Nós duas fizemos o pedido na mesma hora e, até onde eu me lembro, você que chorou como um bebê.
 
Lena também havia chorado, mas nunca confessou isso só porque gostava de ver a cara indignada da esposa.
 
— Não é desse jeito que eu me recordo, não.
 
Quando completaram um ano juntas, combinaram um jantar em um restaurante em outra cidade. Quase no fim da noite, mostraram ao mesmo tempo as alianças que estavam dentro de caixinhas de veludo. No momento foi muito engraçado aquilo e romântico. Depois descobriram que a todo momento foram influenciadas a fazer o pedido naquele jantar pelo quinteto fantástico. Apesar disso, não diminua em nada o desejo de estarem juntas.
 
Embora Lena se dissesse contra casamentos, com Kara, ela quis realmente tudo. Ela quebrou todas as suas regras de solteira por causa da loira que amava e não se arrependia de nada. Para agradar a noiva, a Danvers caçula aceitou de muito bom grado uma cerimônia simples apenas para família e amigos íntimos.
 
A data do casamento foi a em que elas completariam onze anos de amizade. Nenhuma delas precisou pensar muito para escolher aquele dia, pois ele tinha o mesmo significado para ambas.
 
No dia do casamento, a única surpresa que tiveram foi encontrar Gayle acompanhada de Imra. Toda vez que se recordava disso, Lena ria sozinha ao se lembrar as palavras da loira que se tornou sua amiga. Gayel disse ao se aproximar com duas taças de champanhe:
 
— Conseguimos roubar as noivas. Deveríamos brindar a esse feito.
 
E elas brindaram.
 
Foi assim que o quinteto acabou se transformando em sexteto. E logo depois, vieram os mascotes do grupo. Alex e Kelly adotaram uma menininha, a pequena Esme. Sam e Andrea tiveram a pequena Ruby.
 
— Feliz nosso dia — Kara sussurrou próximo aos lábios da esposa — sou muito feliz por tudo o que você me proporcionou. Principalmente uma empresa de 750 milhões de dólares.
 
— Então admite que foi uma boa compra? — a beijou rapidamente — deveria me agradecer por parir suas filhas e aceitar o seu cachorro bagunceira.
 
— Obrigada por isso também — segurou seu rosto — suas filhas são mais bagunceiras do que meu cachorro. E eu falei que poderíamos adotar eles assim como fizemos com o Krypto. Você tá se esquecendo, mas você tem um gato que só sabe derrubar as coisas dos móveis.
 
— Tá comparando suas filhas com o cachorro? E deixa o Salém fora dessa discussão.
 
— Claro que não estou comparando elas a meu cachorro — sorriu — e eu falei que eu podia ter as suas crias, mas você que ficou emocionada vendo a Sammy grávida e quis fazer igual.
 
— AÍ veio em dobro.
 
— Duas cópias de Lena Luthor. Não bastava uma em minha vida, agora tenho três.
 
— Está reclamando?
 
— Quanto mais de você melhor.
 
— Eu adoraria uma mini você pela casa — sorriu ao pensar em uma criança com as características da loira — vamos conversar sobre isso em breve.
 
— Como quiser — distribuiu alguns beijos por seu rosto e depois juntou lábios.
 
Aproveitando que nenhuma criança havia aparecido ainda, se dedicaram àquele beijo. Não importava quantas vezes haviam feito aquilo ao longo dos anos, sempre parecia como a primeira vez.
 
Era com esses gestos de amor que tentavam transmitir tudo o que não cabia em palavras. Kara sempre segurava o rosto da morena como se fosse uma joia enquanto a beijava com extrema paixão. Lena sempre gostava de ter seus braços em volta da sua cintura, como se tivesse medo que ela escapasse durante o beijo e a retribuía na mesma intensidade.
 
Sem querer parar o que faziam, acabaram sendo interrompidas por um Golden pulando nas pernas da loira e um gatinho preto tentando chamar a atenção de Lena.
 
— Lá vem elas — a morena disse dando um último selinho na esposa antes de se afastar.
 
Não demorou muito, duas meninas de pijamas e cabelos bagunçados entraram correndo na cozinha atrás dos animais. Para completar a bagunça, Kara corria atrás dela. Lena apenas estava sentada na mesa esperando que as três crianças da casa se juntassem a ela para o café.
 
Apesar de Kara insistir que as gêmeas eram uma cópia de Lena, Lena achava que elas até poderiam ter seus traços, mas todo o resto haviam puxado da loira. Elas eram muito mais uma Danvers do que uma Luthor.
 
Quando a correria e gritaria acabaram. As duas garotinha de seis anos finalmente notaram a outra mãe.
 
— Boa dia, mamãe.
 
— Bom dia, Olivia — recebeu um beijo na bochecha e a deu outro.
 
— É Liv, mamãe — falou com uma voz chorosa e fazendo biquinho, assim como a outra mãe havia ensinado.
 
— Bom dia, mamãezinha — a outra garotinha se aproximou para beijá-la.
 
— Bom dia, Elizabeth — depositou um beijo em sua testa.
 
— É Lizzie, mamãezinha — fez a mesma cara que a irmã.
 
Aquele diálogo acontecia todos os dias pela manhã.
 
Liv e Lizzie foram muito bem planejadas pelo casal. Quer dizer, pensaram que primeiro viria uma e depois outra, mas ainda assim, estava nos planos. Elas queriam muito aumentar a família, só Krypto e Salém — que estavam com elas há oito e sete anos, respectivamente — não parecia ser o suficiente.
 
Ao descobrirem que realmente seriam mães duas garotinhas. Acabaram saindo da cobertura de Lena — Kara realmente havia conseguido ir morar lá — e se mudaram para um casa maior.
 
Nos primeiros meses, não foi fácil se adaptarem a dois bebês. Porém, tiveram ajuda de todas as amigas e das avós que faziam tudo pelas netas.
 
Mesmo que fosse o aniversário de casamento do casal, elas não se importavam nem um pouco em estarem com as filhas. Costumava ao menos uma vez na semana tirarem um tempo só para elas, então decidiram deixar a comemoração para esse dia e aproveitariam o final de semana em família.
 
O dia inteiro, Kara correu com as filhas e Krypto pela casa. Enquanto isso, Lena estava no sofá com Salém em seu colo. O gatinho parecia estar julgando toda aquela bagunça.
 
Ao anoitecer, as garotinhas simplesmente apagaram e Kara as colocou para dormir já que era seu dia.  
 
Saindo do banho depois de um maravilhoso dia ao lado de sua família, Kara finalmente se deitou na cama ao lado de Lena que estava lendo um livro.
 
— Hoje elas me cansaram — suspirou se encostando na cabeceira.
 
— Amanhã tem mais — fechou o livro o colocando em sua escrivaninha — eu me cansei só de ver vocês correndo.
 
— Deveria ter se juntado a nós — olhou para a esposa.
 
— Eu me juntei.
 
— Quando eu te joguei na piscina — rebateu.
 
— O que foi errado da sua parte. Eu deveria te punir.
 
— Isso, me pune me enchendo de beijos.
 
Kara se ajeitou para beijar a esposa. Conforme se entregavam mais ao momento, mais estavam deitando da cama. Usando a mão direita, a loira desligou o abajur. Mas Lena interrompeu o beijo para ligá-lo de novo.
 
— O que foi? — perguntou franzindo o cenho apoiando, seu peso nas mãos, pois parte de seu corpo já estava por cima da morena.
 
Com as mãos em seus rosto, Lena admirava a sua esposa que tinha um expressão confusa.
 
— Só estou verificando se estou dormindo com a garota certa — observou a loira abrir um sorriso.
 
— Agora está — voltou apagar o abajur e a beijá-la.
 
— Veronica — Lena fingiu um gemido.
 
A loira até poderia ficar brava por aquela brincadeira, mas tudo o que fez foi começar a rir por mais uma vez se lembrar onde tudo começou. Mesmo que fosse estranho admitir, foi graças a Veronica que tinham se conhecido e nunca mais saído uma da vida da outra.
 
— Eu te amo — Kara falou entre a risada e o beijo.
 
— Eu também te amo.
 
Era só a primeira década juntas de muitas que viram. Esperavam que todas fossem tão boa quanto essa. E se não fossem, sabiam que tinham capacidade de fazerem tudo dar certo.
 
 
 
Chegamos ao fim de mais uma fic. Obrigado a todes que acompanharam. Espero que tenham gostado.
 
Até a próxima!
 
:)

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