Divirtam-se!!!
Assim que atravessou a porta do pequeno do pequeno depósito, Lena sentiu vontade de chorar. A última vez que havia se sentindo daquele jeito, foi quando sua mãe faleceu.
Realmente tinha entendido tudo o que Kara disse, mas o fato de não ter uma resposta imediata sobre o que ela queria, a deixou um pouco frustrada. Era por já esperar um comportamento como aquele, que quando descobriu que ela viajaria para Escócia, decidiu ficar quieta.
Ouvir um sim ou o não, seria muito mais do que ficar no escuro. Entendia que a situação era complicada e delicada. Desejava que Kara a escolhesse. Só que não tinha ideia se era isso que iria acontecer.
Chegando do lado de fora do pub, entrou em um dos carros que estavam a disposição do grupo, e pediu para ser levada de volta ao castelo. Um tempo depois, estava entrando em seu quarto pegando suas malas que já estavam arrumadas.
Não demorou muito, com a ajuda de um dos empregados, estava levando suas coisas para o carro. Colocando a última mala na traseira do automóvel, ouviu alguém chamar por seu nome. Nesse momento sua respiração faltou e seu estômago revirou.
— Lena, não faz isso. Não desse jeito.
Lentamente, a morena se virou e deu de cara com a melhor amiga.
Não dava para voltar atrás no que tinha dito. Precisava ir para a sua casa e assim tentar assimilar tudo e, independentemente do que acontecesse, seguir com sua vida.
Não era fácil olhar para a amiga e não querer saber o que ela tinha a dizer. Mais um vez iria ceder àqueles olhos azuis brilhantes. Porém, outra voz surgiu e não era de nenhuma de suas amigas.
— Kara! — Imra saiu do castelo se aproximando da noiva — voltaram cedo — tentou cumprimentá-la com um beijo, mas a loira desviou — está tudo bem?
— Eu já vou indo.
— Está indo embora, Lena? — a morena a olhou.
— S-sim — coçou a sobrancelha — preciso resolver umas coisas de última hora.
— Mas você é uma parte importante do nosso casamento — falou sem entender enquanto segurava a mão da sua noiva.
— Não posso resolver isso depois e a Kara já sabe de tudo — olhou para a amiga que permanecia séria e depois voltou a olhar para Imra — obrigada pela hospedagem. Nós vemos por aí, Imra. Tchau, Kara.
Olhando mais uma vez para a amiga, Lena entrou no carro e pediu para ser levada ao aeroporto.
Kara ficou parada apenas observando o carro se afastar. A noite estava indo de mal a pior. Não queria que Lena fosse embora, pois queria conversar melhor com ela. Entendia o seu ponto de vista sobre as coisas e porque dela estar voltando para casa, mas antes que pudesse dar uma resposta a ela, tinha que conversar com Imra e isso não dava para adiar.
Agora, Kara nem mesmo entendia porque havia aceitado o pedido de Imra. Talvez tenha achado que conseguiria amá-la ou algo assim, ou apenas estivesse deslumbrada por aquele contato inicial. Só que teve um choque de realidade, percebia que desde o começo tudo foi uma péssima ideia.
Parecia que o achou que sentia por Imra foi apenas fogo de palha. Gostava de sua companhia e conversar com ela, mas não passava disso. No jantar de noivado já tinha reparado que seria difícil se adaptar aquela família. Até mesmo seria difícil se adaptar aquela que seria sua esposa por suas diferenças.
Imra, a primeira vista, parecia ser a pessoa perfeita para ela. A jovem podia a oferecer tudo o que desejava em seu íntimo — ao menos achou isso. Só que idealizar demais o que querer pra uma relação poderia ser frustrante, pois quando começou a perceber que a morena não corresponderia as suas expectativas, começou a se sentir estranha.
Mesmo assim, como já tinha aceitado o pedido de casamento, estava disposta a seguir em frente. Tudo poderia dar certo se tentasse um pouco mais. O fator Lena existia e pesava muito em sua decisão. Mas sentir que eram peças tão distintas de um quebra-cabeça que não se encaixavam, estava pesando muito mais.
Dizem que os opostos se atraem e os iguais se retraem. Para convivência humana, isso nem sempre dava certo. Imra e Kara eram muito diferentes em muitos aspectos. Tinham uma visão de mundo muito diferentes, realidades muito diferentes e opiniões muito diferentes.
Kara e Lena também eram assim, mas ao longo dos anos se permitiram tentar ver as coisas sob a perspectiva uma da outra, ajudando as a se aproximarem e criarem laços cada vez mais profundos. Poderia ter dado tudo errado, mas souberam se moldar, estavam dispostas a compreender e a ceder para que mantessem a amizade.
Com Imra, já tinha notado que não seria assim. A morena não era uma pessoa ruim, provavelmente existia alguém que a acharia perfeita do que jeito que ela é. Só que Kara não era essa pessoa. Não após dois míseros meses de relação onde ficava se questionando se o que faria era correto. Se Imra fosse a pessoa ideal para a loira, apesar do pouco tempo, não haveria dúvida alguma de casar com ela era a melhor opção.
Além disso, a morena nunca parecia estar disposta a ceder para que o relacionamento caminhasse bem. Esse era até um dos motivos para ter decidido ir morar na Escócia. Quando aceitou, ainda parecia ser o certo a se fazer. Foi daí em diante que, aos poucos, foi percebendo que não era.
Se continuasse tentando caber em uma caixa que a sufocava e casasse, tudo iria acabar tão rápido quanto começou. Adiar o que já estava fadado a acontecer só seria pior. E Kara se odiou por ter deixado tudo chegar onde chegou. Lena pode até ter contribuído para que apreçasse sua decisão de conversar com sua noiva sobre tudo isso, mas desde que Imra deixou National City e voltou para Escócia, já vinha pesado os prós e os contras, e o resultado sempre era o mesmo.
— Está tudo bem, Kara? — Ardeen olhou para a noiva que continuava imóvel — Sinto muito por ela ter ido embora.
— Eu também sinto — limpou a garganta que parecia ter um nó depois de ver Lena a deixando para trás — nós precisamos conversar. Não dá pra adiar mais isso.
— Depois dessa frase nada de bom vem — a puxou pela mão a levando para dentro do castelo. As duas entraram em um escritório e Imra fechou porta — podemos conversar aqui.
******
No dia seguinte, já no anoitecer, Lena chegou na casa de sua mãe. Queria conversar com alguém sobre o que havia acontecido e como suas amigas ainda estavam na Escócia, só sobrou Lilian.
Depois que saiu do castelo, mandou uma mensagem para Sam resumindo o que aconteceu e disse que passaria a semana na casa de sua mãe. Sabia que ela contaria para as outras toda aquela história, então não se importou em falar com mais ninguém. O único motivo de tê-la avisado, era que quando ela voltasse para National City, ficaria responsável pela L-Corp sozinha até que Lena retornasse.
Durante toda a viagem cansativa que teve, ficou relembrando a todo momento o beijo entre ela e Kara. Já havia beijados muitas pessoas, mas nenhuma a fez sentir nem 1/3 do que sua amiga a fez em poucos minutos. Queria muito ter continuado com aquilo ou pelo menos ter permanecido abraçada com a loira, porém não podia. Seria melhor para si se retornasse para casa.
Assim que tocou a campainha da mansão, a governanta da casa foi atender.
— Senhorita, Luthor! Que bom vê-la — deu espaço para ela passar.
— Que bom vê-la também — deu um pequeno sorriso — minha mãe está?
— Sim. Está em seu escritório.
— Pode pedir para alguém tirar minhas malas do taxi, por favor? Já está pago.
— Sim, senhorita Luthor.
Fazendo um maneio com a cabeça, Lena seguiu por um longo corredor que dava ao escritório que costumava ser usado por Elizabeth.
Olhando tudo em volta, Lena reparou que Lilian contiuava deixado a mansão do mesmo jeito que sua outra mãe gostava. Nada estava fora do lugar, era sempre igual. Até os porta retratos com fotos delas juntas ou separadas continuavam nos mesmos lugares. A Luthor mais velha já tinha casado várias vezes, mas nunca permitiu que movessem um alfinete.
A porta do escritório estava aberta, Lilian estava com uma taça de vinho na mão e segurando uma foto ao mesmo tempo. Lena imaginava de quem seria a foto, já havia visto a mãe com aquele mesmo olhar antes e ele só era destinado a uma pessoa.
— Atrapalho? — perguntou entrando.
— Lena? — a encarou surpresa — você não deveria estar na Escócia vendo a mulher que você ama casar?
— Era — respondeu em um suspiro — mas vim embora mais cedo.
Se aproximando, sentou numa das cadeiras vazias de frente para mãe.
— Posso saber o motivo?
— Era meu plano desde o começo — Lilian arqueou a sobrancelha esperando uma resposta melhor elaborada — eu só estava tentado dizer a Kara o que sentia — se levantou um pouco curvando sobre a mesa e pegando a taça de vinho da mãe — como não consegui fazer isso aqui, fui na tentativa de dizer e vir embora — virou toda a bebida de uma vez.
— Se você está bebendo assim e com essa carinha triste, isso significa que tudo deu errado? — guardou a foto que olhava na gaveta.
— Não sei como te responder isso — apoiou a taça na mesa — Kara não me deu uma resposta sobre o que esperar dela.
Lilian analisou a filha por alguns instantes. Ela só ficava com a aparecia tão triste quando tinha algo a ver com sua amiga. Era incrível como, em relação aos sentimentos que tinham uma pela outra, conseguiam se magoarem por falta de comunicação.
— Se ela não te disse um não, há uma grande possibilidade de haver um sim — tentou animá-la. E acreditava realmente no que dizia.
— Não estava esperando uma declaração de amor — olhou para as mãos — só esperava uma resposta mais certeira, entende? Basicamente ela disse que precisava conversar com a noiva antes de me dar uma resposta. Eu entendo isso, mas seria mais fácil pra mim saber o que esperar.
— Dê um tempo a ela, Lena. A situação de vocês não é fácil, ainda mais tendo um casamento a vista.
— Mas e se eu ficar igual uma idiota esperando e ela continuar com a ideia de casar? — voltou a olhar para mãe.
— Lena, ela disse que teria que conversar com a noiva antes de te dar uma resposta — se levantou indo até a morena — ela não está errada em resolver uma questão primeiro e depois outra.
— Eu só precisava de um sim ou um não — bufou.
A Luthor mais velha puxou a filha para um abraço. Compreendia a agonia de sua menina, certamente não estava sendo fácil esperar uma resposta de sua amiga.
— Quando Andrea volta de lá? — perguntou ainda a abraçando, então Lena se afastou para olhá-la.
— Eu não sei — franziu o cenho achando a pergunta estranha — porque?
— Vou me divorciar. Espero que ela volte logo para dar entrada nos papéis.
— De novo, mãe?
— Minha quinta esposa não me ama como eu gostaria — suspirou, mas claramente não estava nenhum pouco abalada aquilo.
— Era a sexta — viu a mãe voltando para a cadeira que estava sentada anteriormente — sabe que dá para namorar sem casar, não é?
— Pelo jeito nem eu e nem a adorável Kara sabemos — Lena revirou os olhos — se anima, o casamento é sábado. Muitas coisas podem acontecer até lá.
Mãe e filha ficaram conversando até o momento em que o jantar foi servido. Durante a refeição, Lena continuava pensar sobre os lábios quentes da amiga nos seus e o jeito que gostou de estar envolvida em seus braços. Era só pensar em Kara que deixar um suspiro escapar.
Sua mãe observava a tudo atentamente, e imaginava que algo mais havia acontecido, mas não forçaria a filha contar.
Depois de comer, Lena deu boa noite a mãe dizendo que iria descansar. Realmente ela estava exausta da viagem. Como se já não bastasse o cansaço físico, sentia que ele estava maior por também estar cansada sentimentalmente. Não que estar morrendo de amores por Kara fosse cansativo, mas já estavam há muitos anos naquela enrolação e o ápice foi a noite anterior.
O que Lena não entendia era, se Kara correspondeu ao seu beijo de forma tão intensa, porque nunca disse nada a ela. Por muito tempo a Luthor achou que queria aquilo sozinha. Parece que, no fim, as duas sempre erraram nesse ponto específico de suas vidas. Parece que decidiram sempre tomar o caminho mais fácil. Enquanto a loira se metia em relações — e um casamento — que jamais dariam certo. Lena fugia de qualquer relação e apenas queria aproveitar.
Se fosse a oito semanas atrás, nesse momento Lena estaria em algum bar flertando alguma loira que visse. Ela queria sim flertar com uma loira, beijá-la, abraçá-la, dormir com ela — nos dois sentidos da palavra — mas ela estava em outro continente.
Após tomar um banho para relaxar, Lena colocou uma roupa confortável e foi para a cama. Sua roupa confortável se resumia em uma blusa grande e um pouco velha que pegou de Kara da última vez que dormiu em seu apartamento. A loira a havia emprestado para que pudesse ficar mais confortável e ela acabou “pegando emprestado”, mas não tinha intenção de devolver. Gostava de sentir o cheiro da amiga enquanto dormia.
Antes de apagar a luz do seu abajur, Lena deu uma olhada no quarto que costumava a ser seu. Sua mãe também mantinha tudo ali no lugar. Seus perfumes, algumas de suas roupas e sapatos , os pôsteres de bandas nas paredes e alguns ursinhos de pelúcias. Pelo menos estar ali a fazia bem.
Apagando a luz e fechando os olhos, logo caiu no sono. Depois de algumas horas de sono tranquilo, começou a sonhar com Kara. Ela vinha a seu encontro e dizia que a havia escolhido e que também a amava. Estava tudo bem entre duas que sorriam sem parar e então a loira chamava por seu nome.
Escutando a voz cada vez mais nítida em seu ouvido. Lena abriu os olhos e sentiu a presença de alguém em seu quarto, mais especificamente, ao seu lado na cama. Assustada e sonolenta, pegou o vidro de perfume que estava em sua escrivaninha e se virou para esguichar em quem quer que estivesse ali. Logo um grunhido de dor invadiu o ambiente.
— O que é isso? — perguntou a voz chorosa e conhecida — é spray de pimenta?
Quando Lena voltou a acender a luz do abajur, viu Kara rolando sobre sua cama com as mãos nos olhos. Sem acreditar naquilo, piscou algumas vezes para ter certeza de que não era um sonho.
— O que faz aqui? — perguntou ainda desacreditada.
— Não é um pouco óbvio o que eu vim fazer aqui? — fungou — acho que você me deixou cega — choramingou.
— Vem comigo.
Pegando em suas mãos, Lena a levou até o banheiro para que pudesse lavar seus olhos.
— Eu sabia que um dia se vingaria de mim pelo o que eu fiz quando nos conhecemos, mas não imaginava que seria hoje — fechou a torneira enquanto piscava rapidamente.
— Me desculpa — se aproximou com uma toalha começando a enxugar o rosto da loira — eu me assustei com a sua presença. Não esperava você aqui e, muito menos, em cima da minha cama.
— Você quis é me deixar cega por vingança. Isso sim — Lena soltou uma risada — vou precisar de olhos novos. Se não como vou poder ver você?
Agora Kara entendia como Lena se sentiu no dia em que se conheceram. Seus olhos estavam ardendo a ponto de algumas lágrimas terem descido por seu rosto.
— Consegue me ver agora? — perguntou quando terminou de secar o rosto da loira e então a viu abrir os olhos.
— Oi — levou as mãos até cada lado da cintura da morena — acho que novos olhos não serão preciso — sorriu enquanto a olhava — não tenho mais certeza se gosto do cheiro do seu perfume depois disso — a Luthor riu pelo comentário.
Se Kara estar bem a sua frente fosse um sonho, Lena não queria acordar nunca mais.
— O que faz aqui? — se afastou voltando para seu quarto — ou melhor, como sabia que eu estava aqui?
— Sammy me contou. Então eu liguei para sua mãe e combinei com ela que na hora que eu chegasse eu viria para cá — a seguiu — algum tempo depois de você ter vindo embora, eu arrumei as minhas coisas e vim também.
Pensando sobre aquela resposta, Lena se sentou nada cama encostando-se na cabeceira. O quarto estava com pouca luz, pois só um abajur estava aceso, mas era o suficiente para ver com perfeição a loira que se aproximava.
— Então, quando eu cheguei aqui, minha mãe já sabia que você iria aparecer? — esta a surpresa por aqui.
— Sabia, mas o combinado foi ela fingir que não — se sentou na beirada da cama — só cheguei essa hora, pois conseguir pegar o último voo da madrugada. Desculpa pelo susto, não queria fazer isso.
O coração de Lena estava quase saindo pela boca por causa de tudo aquilo. Mas queria ouvir da boca de Kara o que aquilo significava, só assim acreditaria que não estava sonhando.
— O que traz ao meu quarto às — olhou para o seu celular — quatro da manhã?
— Você — pegou uma de suas mãos com delicadeza e beijou — eu tinha que dá uma resposta. E como você não me esperou, eu vim até você.
As duas estavam nervosas com aquele momento, Kara com o que iria falar e Lena com que poderia ouvir.
— Então você decidiu?
— Decidi — assentiu com a cabeça — assim que você foi embora, eu conversei com a Imra. Eu contei tudo, até do beijo. Ela disse que me perdoava por isso e que, se eu quisesse, poderíamos nos casar ainda.
— E você...?
Não era difícil de ninguém compreender qual foi a escolha de Kara, mas Lena ainda tinha que ouvir dela a confirmação.
Kara sorriu quando percebeu que Lena esperava uma resposta menos vaga e mais definitiva. Há anos ficaram vivendo de achismos e meias palavras em relação a se gostarem. No mínimo, agora mereciam algo mais concreto.
— Lena, eu estou aqui na sua frente, segurando a sua mão — a morena arqueou as sobrancelhas — eu gostei de você desde que te vi. Gostei mais ainda enquanto você tentava ser minha amiga. Aquela foi a época que eu me confundi muito, pois não sabia se tudo aquilo tinha segundas intenções.
— Tinha. Mas você parecia não se impressionar com nada que eu fazia — apertou os lábios.
— Mas eu me impressionei. Só que eu tinha medo de tudo dar errado e nem sermos mais amiga — revelou com um pouco de pesar.
— Esse também sempre foi meu medo. Só que... que não quero mais estar nessa posição de sua melhor amiga. Eu quero tudo com você — admitiu o que guardava há muitos anos — se você quiser tudo comigo, claro — abaixou o olhar.
— Modigliane — Lena a fitou — eu sou tão apaixonada por você, quanto eu fiquei pelas obras dele. Sempre foi assim. Sempre foi você. Eu também quero tudo com você, Lena — começou a ver um sorriso nascer nos lábios da morena — eu não poderia me casar com outra pessoa te amando tanto. Achei que daria, mas não dá.
— Você me deixou um dia inteiro no escuro.
— Eu sei — beijou sua mão novamente — mas não podia me dedicar a você estando presa a outra pessoa. Eu precisava ser sincera com a Imra. E agora estou sendo sincera com você — olhou no fundo de seus olhos — o que acha de passar as próximas décadas sendo mais que minha amiga?
Rapidamente, Lena a abraçou e Kara apertou forte.
Finalmente, tudo estava acontecendo depois de anos de ciúmes, de confusões e má interpretações das duas partes.
— Você acabou de sair de um relacionamento — se afastou um pouco para olhá-la — quer mesmo entrar em outro?
— Isso é um pedido de namoro? — sorriu ladeado.
— Kara...
— Não precisamos ter pressa — puxou Lena para se sentar em seu colo — só quero estar com você sem perder mais dez anos. Quero que você me abrace quando eu dormir e que continue me levar para comer em vários lugares — a morena gargalhou — só quero continuar beijando minha melhor amiga.
— Então você me escolheu?
Levando um de suas mãos até o rosto delicado de Lena, Kara se aproximou um pouco mais para beijá-la. Ainda parecia muito surreal que aquilo estava acontecendo. Mas estava. E agora poderiam se dedicar uma a outra se conhecendo de outras maneiras.
Quebrando o beijo, Kara roçou seu nariz sobre o pescoço da morena enquanto apenas deslizava sua boca por ali. Lena sentia seu corpo estremecer com o toque superficial.
— Eu ainda gosto muito do seu perfume — disse sentindo Lena deixando uma caricia em seus cabelos — e gosto de você na minha camiseta velha. Se não ficou claro ainda. Eu te amo. E minha escolha sempre seria você.
— Já tinha ficado claro, mas queria ouvir você dizer.
— Você sabe que eu vou querer uma festa de casamento, não é? — escutou Lena rir — vou esperar o pedido vir de você. E quero morar na sua cobertura. Espero que lá possa ter animais porque vou querer um cachorro.
— Parece que já planejou tudo — deixou um casto beijo em seus lábios e se afastou um pouco só para olhá-la.
— Levei uma década planejando — sorriu.
Próximo capítulo será o último.
:)
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A Melhor Amiga da Noiva
Fanfic[Concluída] Lena Luthor é uma jovem que evita compromissos sérios e tem vários relacionamentos. Kara, sua melhor amiga, encontra a mulher ideal justamente quando Lena descobre que realmente a ama. No entanto, Kara pede para ela ser sua madrinha de c...