Michael.
Chutei uma pedra enquanto caminhava pelas ruas movimentadas. Apenas mais um dia chato sendo eu. Atravesso a rua e passo pela entrada da biblioteca do centro da cidade. Eu sei, certo... muito legal. Eu vou para a biblioteca todos os dias. Eu posso observar pessoas, ler revistas, escutar música. Enquanto eu não tiver que conversar com alguém, eu estou bem. Quero dizer, eu converso com as pessoas, mas só se elas falarem comigo primeiro.
Não tenho nada contra conversar, eu só não tenho nada para falar, e quando tenho guardo pra mim ou esqueço. Eu sinto como se minha voz irritasse as pessoas, então mantenho a boca calada. Normalmente as pessoas ficam entediadas comigo muito rapidamente. Algumas meninas já me abordaram na biblioteca fazendo todas aquelas perguntas sobre mim obviamente tentando flertar comigo. Eu apenas finjo um sorriso, mas logo que eu falo com elas, ficam entediadas ou apenas não ligam e caem fora. Não que eu me importe, pessoas só vão te machucar ao longo do tempo de qualquer jeito.
Entro no elevador sozinho e fico até chegar ao último andar. Dou uma olhada e caminho até o fundo da sala, sentando contra a parede. Este andar guarda toda a história e essas porcarias. Então, desde a metade do verão, os adolescentes não estão aqui procurando por algum papel idiota, o andar está sempre vazio. Eu não tenho que me preocupar com uma única alma.
Botei meus fones de ouvido e dei play em uma música, o som emanando dos fones para meus ouvidos. Canto suavemente junto com as palavras, a letra me acalmando. Eu fecho meus olhos e deixo a música me tomar. Uma hora depois tenho a estranha sensação de estar sendo observado, abro os olhos, a luz inundando minha visão, pisco algumas vezes e suspiro olhando ao redor da sala.Espreitando através da estante de livros, meus olhos se encontraram com um par de olhos azuis acinzentados. Eles olham para mim curiosos. Eu preguiçosamente fiquei o olhando por um momento absorvendo sua beleza, antes de eu retirar meus fones de ouvido. Eu não falo nada. Eu espero o garoto dizer alguma coisa. Ele se levanta completamente e aparenta ter 1,80 de altura, seu cabelo loiro sujo ostentando um topete. Ele parece um filhote perdido, ele é bonito. O meu estômago começou a formigar. Ele estava parado na distância de um pé até mim e me olhando estranhamente. Mas ele não fala. Eu sinto a necessidade de falar com ele, ouvir como é o som de sua voz contra o silêncio. Eu reuni toda minha coragem e respirei fundo.
"Uh, oi." minha voz treme. Ele olha de volta em choque, mas não responde. Mas também não vai embora, apenas fica lá. Eu deveria tentar dizer mais alguma coisa? "E-eu sou Michael." Afirmo. "Qual seu nome?" Merda, eu pareço ter 5 anos de idade. Eu provavelmente estraguei tudo com ele. Ele apenas mexe sua cabeça em negação. Estou confuso. Sou realmente tão ruim? Ele não pode nem dizer uma palavra! Legal, Mikey, legal. Ele desajeitadamente caminha em minha direção e eu fico olhando para ele. Ele se move para meu lado e desliza pela parede. Ele pega seu telefone e abre o aplicativo das notas, escrevendo algo. Ele me mostra a tela e eu coro.
Você tem uma voz muito bonita dizia.
"O-obrigado, uh, por que você não está falando?" perguntei, tentando sair do assunto de mim cantando. Ele digita em seu celular e me mostra a tela brilhante novamente.
Eu sou mudo.
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MUTE ➸ muke
FanfictionMichael não fala muito. Luke não diz absolutamente nada. Luke e Michael eram perfeitos um para o outro. Silencioso. Mas, ainda assim, perfeito. PRIMEIRO livro da serie MUTE. all rights reserved @michaels_cheezburger ©