28. promise

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Luke.

Eu acordei com o cheiro insuportável de água sanitária enchendo minhas narinas. Meus olhos se abriram apenas para serem cegados por luzes brancas. Eu pisquei algumas vezes, tentando limpar minha visão. Eu dou uma olhada ao redor da embaçada sala iluminada. Estou sozinho e há uma cadeira encostada ao lado da minha cama, como se alguém estivesse sentado lá.

Okay, eu estou em um hospital, isso é óbvio... mas o que aconteceu? Eu penso bastante, tentando recuperar minhas memórias... eu lembro de estar no carro com Michael, eu lembro de perguntar a ele sobre crianças... então tudo ficou escuro. Tento me esforçar, mas logo em seguida, uma dor aguda passa através do meu estômago. Eu falho em me levantar e volto para baixo na cama e hesitantemente puxo a camisola fina do hospital.

Pontos escuros profundos então tecendo através da minha pele. A visão é horrível e eu desvio o olhar rapidamente. Mas eu estava bem, mais uma vez, escapo da morte. Oh meu deus... e Michael? Onde ele está? Ele está ferido? Ele está bem?

Eu olho para a porta de madeira clara, uma pequena janela expõe um pouco do balcão de enfermeiros, bem como dois rostos familiares, conversando um com o outro. Michael e Calum estão do lado de fora da minha porta, as lágrimas estão escorrendo pelo rosto de Michael e Calum está severamente falando com ele. Isso me faz querer saltar para cima e bater em Calum... ele não vê como Michael está ferido? Por que ele está agindo dessa maneira? Michael vira a cabeça em direção à porta, dando um pulo assim que me vê.Ele ignora Calum, que ainda está o repreendendo e corre para a porta aberta. Eu escuto um pouco do que Calum está dizendo, antes que o som seja isolado -"Isso é culpa sua" - é tudo o que eu posso ouvir.

Michael corre para mim e envolve suavemente seus braços em volta do meu pescoço, beijando meu templo repetidamente.

"Oh meu deus, Luke... eu sinto muito, eu te amo tanto, eu estou tão triste...", ele chora enquanto continua a me beijar. Eu rio um pouco e o empurro para longe.

"Michael..." eu seguro suas bochechas e suavemente conecto nosso lábios, não me importando de Calum estar de pé ao lado da minha cama. Não foi um beijo longo, foi mais como um selinho prolongado. "Por quê você está se desculpando?" eu questiono, confuso.

"Eu deveria estar prestando atenção, eu quero dizer olha... você se machucou, eu quero dizer, você poderia ter morrido..."

"Michael, como isso poderia ser sua culpa? Eu sou a pessoa que te distraiu, quem fez você tirar os olhos da estrada. Eu não acho que você faria algo assim... eu estava apenas sendo estúpido... foi minha culpa." digo-lhe, percebendo que isso de fato era minha culpa. É culpa minha nós dois quase termos morrido.

"Não, nem sequer pense assim, Luke. Isso foi cem por cento culpa minha, não sua." ele diz co firmeza.

"Okay, e quanto a isso?" Calum diz asperamente. "O que sobre isso não ser culpa de nenhum dos seus malditos defeitos e sim do motorista bêbado de merda." ele repreende.

Michael e eu suspiramos. Um enfermeira entra, vendo todos. "Oh, você está acordado! Como você se sente querido?" ela pergunta, escrevendo algumas coisas sobre a prancheta em suas mãos.

"Hum, isso dói." eu digo em voz baixa. Michael me dá um olhar simpático e estende uma mão para entrelaçar com a minha. Eu levemente suspiro com isso. A enfermeira acena com a cabeça e escreve mais algumas coisas.

"Bem, isso é normal, vou lhe dar um pouco mais de analgésicos. Você tem alguma outra coisa para dizer?" ela pergunta. Eu balanço minha cabeça, mas Michael fala.

"Quando ele vai sair daqui?"

"Bem, isso depende do quão rápido ele vai se curar, pode ser mais alguns dias, portanto, não será uma estadia longa." ela diz e ele concorda. Ela sai, a porta pesada se fecha com um clique.

"Uh, eu provavelmente deveria deixar vocês dois sozinhos, eu vou estar de volta mais tarde, eu acho..." Calum murmura e logo sai. Eu dou a Michael um olhar confuso, mas ele não está olhando para mim. Ele está olhando para a porta fechada, na qual Calum acabara de passar completamente.

"Sim, Calum está muito chateado comigo...", diz ele com um sorriso triste. "E você provavelmente vai ficar muito também." ele diz, olhando para suas mãos.

"Por quê?" eu questiono. Ele suspira e caminha ao redor da cama, ocupando o outro lado. Eu me aconchego nele instantaneamente, sentindo seu calor. Seus dedos penteiam meu cabelo. Meu coração bate, o que é que ele vai me dizer? É ruim? Ele vai terminar comigo?

"É sobre Kat..." ele para e milhões de pensamentos correm pela minha cabeça ao mesmo tempo. Ser's que ele costumava sair com ela, será que ele beijou ela, ela a beijou enquanto estávamos juntos, ele dormiu com ela, ele me traiu?

"O-o que sobre ela?" pergunto nervosamente.

"Não é nada de ruim ou algo assim." ele diz rapidamente, sentindo meu nervosismo. Deixo escapar um suspiro de alívio e ele continua.

"Então, você se lembra daquele dia na biblioteca, você me viu conversando com uma garota?" eu aceno com a cabeça contra suas mãos, que ainda estava massageando meu cabelo loiro, "Essa era Kat... eu não a conhecia até então, antes disso, ela apenas me perguntou o que estava errado. Eu realmente sentia sua falta, e eu não sabia como fazer para poder te ver novamente... então quando eu vi você dentro do elevador eu deixei ela sozinha." ele faz uma pausa. Eu nunca tinha visto o rosto da menina que estava com Michael naquele dia, eu só vi o seu cabelo longo e realmente não prestei qualquer atenção nos detalhes. Mas o pensamento de Michael sentindo minha falta, quando ele ainda estava me conhecendo, fez meu coração vibrar.

"Então, quando eu desliguei o telefone, ela me seguiu até o café para se certificar que tudo estava bem e eu só estava meio frustrado, então eu lhe disse para ir embora. Eu ainda me sinto mal com isso, quer dizer, eu a fiz chorar... ela só estava tentando ajudar. Então Calum começou a namorar com ela."

"Então, por quê eu ficaria chateado com isso?" eu pergunto.

"Bem, Calum está chateado porque eu fui um burro e fiz ela chorar, e eu não queria te dizer que já tinha conhecido ela antes." ele explicou. Eu começo a rir.

"M-Michael", eu sufoco de tanto rir. "Eu não sou louco, isso seria um motivo estúpido para ficar chateado com você, não é como se algo tivesse acontecido."

"É sério?"

"Sim, por quê você pensou isso?"

"Calum disse que você ficaria chateado..."

Eu viro minha cabeça em direção a sua e dou um beijo em seus lábios entreabertos e sorrio. Ele faz o mesmo e eu me aconchego mais perto dele.

"Eu te amo gatinho, essa é a razão pela qual eu tenho uma coisa." ele diz, tirando o braço da minha cintura e colocando a mão no seu bolso. Era uma caixinha azul marinha pequena. "Não se preocupe, eu não estou te pedindo em casamento ou coisa assim... ainda." ele diz com um sorriso.

Ele puxa para abrir a parte superior e me mostra. Dentro havia um anel de ouro fino, que, na verdade, parecia muito com um anel de casamento, exceto pela pequena gravura cursiva no interior. Dizia eu prometo.

"É um anel de promessa, uma promessa de que não importa o que aconteça, eu nunca vou deixar você... eu sempre vou te proteger e eu sempre, sempre vou te amar. Eu prometo." diz ele, escorregando o anel no meu dedo fino. Ele, então, levanta a mão, revelando o mesmo anel.

"Eu te amo, Michael." eu sussurro, beijando-o ternamente.

"Eu ia, na verdade, te dar isso na noite do acidente, eu tinha velas, uma decoração e flores e-"

"Parece perfeito." eu suspiro.

"Tudo é perfeito, enquanto eu estiver com você."




ALO ALO:: o próximo é o epílogo

MUTE ➸ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora