Até Lucifer

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Odeio que dentre todos os fakes que criou, o único que me amou, tu o matou em tão pouco tempo.
Odeio que ele tenha virado noites comigo, rendido,extasiado,feito poesias,chorado,me amado como nunca, odeio não ter sido enganada o suficiente pra ainda permitir que se sente aqui.

Odeio ter sido inspiração de suas canções, que tenhas prêmios na sua estante que levam meu nome, odeio ser sua musa distante e ainda assim não permitiria sua chegada, não mais, não agora, que nossos corações tem mais dores e nada há para nos redimir, nenhum perdão poderá nos curar de nós.

Odeio-te na proporção que amei.

Odeio com a magnificência de ser, a Senhora de ti, a menina do teu poema, a mulher da sua vida.

Odeio-te por tudo que me permitiu ser e ainda mais por aquilo que se proibiu viver.

Odeio que seu beijo nunca tenha tocado minha boca com a fúria que tuas palavras sussurraram em meus ouvidos.

Odeio que suas mãos não tenham me segurado firmes quando mergulhei no teu abismo.

Mas acima de tudo odeio cada vez que rendida estive e tu me negaste sua voz.

Odeio ter-te amado a ponto de cancelar eventos apenas para receber uma ligação sua, para lhe ouvir por cinco minutos ou uma hora, apenas recitando seu novo poema ou confessando seu amor por outra.

Odeio que ela não tenha lhe amado metade do que eu, aquele amor que lhe dediquei fora em vão.

Odeio ler seus poemas dedicados a minha ausência agora que me fizeste sumir de tua vida.

Odeio anseiar aquele encontro, aquelas flores, aquele resgate prometido, ainda mais odeio estar aqui lembrando desses detalhes, do timbre de sua voz rouca dizendo-me: Preciso sentir seu calor ao menos uma vez nessa vida e então poderei morrer feliz.

Odeio que tenha planejado mil formas de fazer acontecer tudo e que tenhas tido medo de confiar novamente em mulheres, pois segundo sua consciência nenhuma presta.

Odeio ter permitido chegar aonde chegou, tão longe em ficção e nunca a concretização.

Odeio que tenhas destruído as musicas do Alejandro.

Odeio que tenha perdido mais uma hora de minha vida a lhe escrever tantas coisas que sequer lerá.

Mas quem poderá condenar, o coração dessa não está mais a seu dispor, mas lamenta o tempo que esteve e você por medo não deu valor?

Lamento que tenhas acordado cedo, que tenhas deixado eu me esgueirar por suas sombras, lamento ter invadido seu labirinto e sentado junto a sua solidão.

Lamento ter sido lar enquanto querias voar.

Ter sido abrigo e afago quando querias chibatas e orgasmos.

Lamento ter sido cega por tanto tempo, mas sou grata por tudo que disso veio.

O ensinamento.

A mulher que disso renasceu a que ninguém preveu, aquele que até Lucifer ao ver tremeu.

Frenesi de sensações causadas apenas com o olhar dessa que hoje nada mais espera, vai e faz acontecer e quando parece perder o rumo, afasta e se reconstrói.

By Lilyth Luthor

Mais detalhes sobre a autora e novos poemas em:
https://linktr.ee/LilythLuthor

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