Capítulo 2

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- Desculpe — sua eu criança sussurrou, com seus olhos sem brilho —, desculpe, desculpe... — e assim ficou murmurando, pedindo desculpas a cada facada que você dava com uma kunai, cravando no coração de seu inimigo, ou pelo menos dizem que é, um Senju.

- [Nome], já pode parar agora — Izuna pediu.

- Desculpe, desculpe... — você não parava de murmurar.

- [NOME]!

- O que foi? — o olhou, com a voz trêmula saindo.

- Olha, eu sei que está assustada, está tudo bem, eu realmente te entendo, estamos na mesma situação — o mais velho chegou.

- O que foi? — Madara pergunta.

- Ela está assustada.

- Eu não queria matar ele — soluçou, vendo ele se aproximar. — Eu juro! Eu, eu não...

- Tudo bem — o mais velho acariciou o seu cabelo —, ele iria te matar sem dó e piedade. Eu prefiro que tenha sido ele do que você.

- Mas eu não queria... — lágrimas se formaram em seus olhos. — Eu não queria o matá-lo, eu só queria ir pra casa e ficar em paz  e uma lágrima caindo, duas, três, uma chuva, um rio, em seus olhos, silencioso.

- Eu sei, eu também gostaria de estar em casa, com todos nós, apenas brincando — ele passou um braço ao redor de sua cabeça, aproximando do peitoral, você chorou mais um pouco até secar as lágrimas. — Logo vamos voltar para casa.

- Para no outro dia voltar à guerra, sem saber se algum de nós irá morrer — fungou. — Qual o sentido disso tudo?

- Eu também não sei — Izuna respondeu.

- Preferia ser morta de vez — disse por fim.

- Você está louca?!

- [Nome], você é nossa irmãzinha — Madara segurou seus ombros. — Por favor, não repita isso novamente, estamos aqui, e iremos te proteger também.

E você lançou uma kunai rapidamente, com uma boa força. Ela atravessou o corpo do Senju adulto, que caiu no chão.

- Ou talvez você nos proteja — o do meio falou sorrindo.

- Se vocês estiverem comigo, acho que vai ficar tudo bem — admitiu.

- Certo, melhor não continuarmos aqui, deve ter mais gente vindo.

- Okay — os mais novos falaram uníssono, seguindo caminho.

[...]

Nesses dias, o tempo foi passando, você seguiu seu irmão mais velho, se escondendo atrás de uma grande pedra, pelo menos para o seu tamanho.

Viu ele com um garoto, que você não sabe quem é, mas pelo visto eles são próximos, já que estão conversando.

- Ei [Nome], o que faz aí? — ouviu a voz do seu irmão mais velho, se escondeu e se agachou. — Eu já te vi, não adianta mais se esconder — ele colocou as mãos na cintura.

Você apenas levantou um pouco da cabeça, apoiando seus dedinhos, revelando um pouco do cabelo até os olhos.

- Oi — sussurrou.

- Olá — o garoto de cabelo castanho acenou gentil para você.

- O que você está fazendo aqui? — o Uchiha perguntou.

- Você prometeu brincar comigo hoje — disse corando, ainda sem sair do lugar.

- Bem... eu estou meio ocupado agora — apontou para o garoto ao seu lado.

- Ela pode ficar com a gente — o de cabelo castanho disse.

- Sério? — você pergunta.

- Sim, pode ser divertido.

- Então okay, essa é irmã, ela é três anos mais nova que nós. [Nome], esse é Hashirama, meu amigo.

- Oi — você acenou mostrando os dedos.

- Oi — ele acenou de novo.

- Não se preocupe, por mais que ele tenha essa cara de pateta, ele não morde.

- Poxa, isso é maldade — você o viu se sentar e abraçar suas pernas, junto, uma aura roxa em volta dele, com ele deprimido.

- Eu o achei fofo — ele voltou a se animar. — Só o cabelo que é estranho — Madara riu, o outro voltou a ficar deprimido.

- Caramba.

E assim se iniciou a amizade dos três.
Nem sempre você estava presente pois tinha que treinar, e sempre que podia, tentava se livrar da barra do irmão, dizendo que ele estava em outro lugar.

Mas o segredo foi revelado.
A bronca não foi para você, e sim para o mais velho. Ouviu seu pai dizer ao seu irmão que foi uma loucura te colocar no meio do perigo, com alguém que nem ao menos conhecem direito.

E a bomba veio, descobriram que ele um Senju, um dos maiores inimigos do seu clã.

Quando a bronca acabou, você se afastou, mas quando escutou os passos de seu irmão passando pelo corredor, puxou uma parte do kimono com os seus dedos.

- Desculpe por ter levado bronca por minha causa — disse de cabeça baixa.

- Não, tudo bem, a culpa é minha de qualquer forma.

- E o Hashi? Nosso pai vai o matá-lo? — seu mundo ficou escuro apenas por pensar nesse caso, gostou do garoto, não queria que ele morresse.

- Eu vou pensar em alguma coisa — sussurrou apenas para ele ouvir, mas você escutou.

- Teria problema se eu não fosse? Eu gostaria que minhas últimas lembranças com ele fossem boas, não ruins.

- Não sabemos o que pode aguardar, é melhor você ficar em casa mesmo. E tenho certeza que ele não importa muito pra você.

- Ahn? — antes seu pequeno sorriso, por mais que mínimo, se desmanchou.

- Foi você que contou para o nosso pai, não foi?

- Você... — tirou os dedos do tecido e se afastou — acha que fui eu?

- Quem mais poderia ser?

- Eu prometi para você que não ia falar nada! Como pode duvidar da minha palavra?

- Então quem seria?

- Fui eu — o irmão do meio apareceu. — Eu os espiei, e fui eu que contei para o nosso pai.

- Não tente a acobertá-la.

- Não estou, não teria motivos para fazer isso. Você sabe que os nossos inimigos são eles, eu fiz um favor que você não percebe!

- Então não foi... — ele olhou para você, que está com os olhos marejados.

- Eu falei 'pra você — e saiu correndo. Não queria ficar perto dele, não de uma pessoa no qual não acredita em sua palavra, promessa, e honra.

- As coisas irão se resolver.

- Izuna, me diga, por que eu não posso ser amigo de Hashirama?

- Porque ele é Senju, não aprendeu nada ao longo dos anos?

- Por que brigamos?

- Porque somos inimigos!

- Do quê?

- Ahn?

- Eu quero saber o motivo, por que a gente batalha todos os dias, por motivo nenhum?

- Bom, eu...

- Gostaria de saber quem começou essa guerra, para pelo menos ter um motivo.

- Não se esqueça que eles mataram os nossos irmãos, nós vimos os corpos serem enterrados, um por um!

- Eu sei! Mas assim como mataram dos nossos, matamos dos dele. Eles perderam pessoas importantes também, assim como nós. Isso tudo por causa de uma guerra sem contexto algum. É difícil pedir paz?

- Isso é... um sonho impossível — e foi para o outro lado, oposto ao dele. 

Perceba que eu gosto de você [Hashirama x leitora]Onde histórias criam vida. Descubra agora