Fogo.
Correndo pelos corredores como se sua única missão fosse chegar até ela.
Fazendo chacota do quanto um dia ela o amou.
Mahina se encolheu ao sentir o cheiro da fumaça, criando uma parede de água ao seu redor para se proteger.
O bebê se agitou dentro de si.
- Está tudo bem, meu amor. - Ela apoiou a mão na barriga - Mamãe vai te proteger.
A fumaça a sufocava, e ela continuava a esfregar o dedão na barriga.
- Eu vou pensar em uma forma de nos tirar daqui. Mamãe e neném.
Seu bebê chutou em resposta, e Mahina sorriu.
- Eu sei, se você já tivesse nascido você nos tiraria daqui. Mas, por enquanto, mamãe cuida disso, ok?
Mahina olhou ao redor, e as chamas atravessavam pelas invisíveis frestas na porta de metal, sabendo não haver escapatória.
Aquele cômodo foi projetado para não haver escapatória, ela havia o projetado para não haver escapatória.
Ela havia projetado a merda do prédio para mantê-lo a salvo.
Oh, se ela pudesse voltar no tempo e ouvir Betina. Se ela pudesse rugir como sua amiga, talvez ela conseguisse proteger seu filhote.
Mas Mahina tinha a água.
Mahina não poderia explodi-los para fora dali.
O máximo que Mahina conseguiria fazer era não se afogar em suas próprias lágrimas.
O calor começava a evaporar sua água e seu bebê protestava por continuar preso ali.
Mahina começou a entoar uma canção, enquanto ainda acariciava a barriga.
Seu bebê se acalmou.
- Você curte um bom rock'n roll, não curte? - Ela sussurrou com um sorriso - Vou te comprar uma jaqueta de couro preta quando sairmos daqui. Tia Betina vai achar a gente, você vai ver.
Mahina começava a se sentir tonta, e seu bebê não mais se mexia.
Uma gota lhe escorreu pela bochecha, evaporando com o calor antes de chegar ao queixo.
Por favor, meu deus, por favor.
Ela continuava a cantar.
Por favor, por favor. Me perdoe, por favor.
No instante que as chamas estavam para engoli-la, elas se intensificaram.
O bebê voltou a chutar, e Mahina sorriu.
Obrigada.
- Sam! - Ela gritou - Sam, estou aqui!
Samuel correu por entre as chamas, a levantando do chão, prendendo-a contra seu peito, rodeando-a com os braços, criando uma redoma de vento ao redor deles para manter as chamas longe.
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A Canção da Penumbra
FantasyHá anos, a Terra está sendo assolada por as mais diversas desgraças: Pragas, fome, guerras, pandemias. E é assim que surge a Redenção, um grupo que promete paz, estabilidade e segurança para os povos, seduzindo multidões a acreditarem em seus prece...