O rei de Vadar, Ric, havia chegado com a esposa e o filhinho há três dias.
Ele havia contado sobre as estratégias ardilosas que Kardama havia se infiltrado no Conselho de Vadar, e, que em menos de um ano, tinha a confiança de todos, chamando atenção para si enquanto um jovem que havia tido a mente corrompida procurava o Livro.
Ric contou para Betina que começou a suspeitar das intenções de Kardama e do rapaz, Ezequiel, que era um de seus amigos mais antigos.
Tentou alertar ao pai, mas o pai não o ouviu, disse que ele era jovem demais para entender as complexidades da gerência de um reino.
Menos de duas semanas depois, Ric havia flagrado Ezequiel na biblioteca com anotações sobre seu progresso, exposto sobre a mesa.
Chamou os guardas, e enquanto o rapaz era preso, o caos no castelo começou.
Demorou dez minutos para que Ric percebesse que Ezequiel, seu amigo que nunca dava um passo sem olhar para todos os lados, nunca seria flagrado.
Correu para o gabinete do pai, onde o Livro Sagrado havia sido guardado após o tratado que separou Vadar de Zagayah quatro gerações antes.
Ele estava no topo da escada quando ouviu o grito do pai, e, ao chegar no gabinete, encontrou seu pai sangrando no chão.
A cortina balançava com a abertura da janela que permitiu que Kardama escapasse.
No outro dia, Ezequiel apareceu morto na prisão.
E nenhum deles nunca mais ouviu falar de Kardama ou do Livro Sagrado.
Ric havia implorado para Betina que pegasse seu Livro Sagrado de volta, para que ele pudesse pagar sua dívida com os companheiros.
Ele e Judah haviam discutido sobre qual a melhor forma de levá-la de volta para a Terra, e, uma vez concluído que ela usaria os Quadros, esperavam Agnar, o rei de Azevish, chegar, para que pudessem acordar como levariam a moça até os Países Nórdicos.
No meio tempo, se dedicavam a ensinar Betina a como lutar, levando-a todo dia ao Centro de Treinamento na cidade e revezando-se para ver quem entraria na arena com ela e voltaria para casa com um nariz quebrado ou um olho roxo.
Judah havia pegado o menor palito naquele dia.
Ele desceu a espada em um golpe por cima da cabeça dela, e Betina segurou o golpe.
- Não usamos espadas, isso é inútil! - Ela rosnou - Uma espada é inútil contra uma arma de fogo.
- A agilidade não é. - Judah respondeu, forçando mais um pouco a lâmina sobre ela.
Betina deixou que a lâmina dele escorregasse pela sua, dando pulando para o lado, abaixando-se para ganhar estabilidade, levantando a perna e acertando o rosto dele.
- A-há! - Ela gritou, e Judah sorriu, passando os dedos pelo nariz ensanguentado.
- Você vai acabar entortando ainda mais meu nariz. - Ele reclamou.
- Seus movimentos são incrivelmente fluidos. - Ric apontou - Você já lutou antes?
- Eu já dancei antes? - Betina sorriu amarelo - Eu fiz balé até os catorze anos, quando eu me tornei muito... - Ela apontou para o corpo - As bailarinas normalmente são magrinhas e eu... Não sou.
Ambos percorreram o corpo dela com os olhos.
- E você parou de dançar? - Ric perguntou.
- Não, eu só adaptei para movimentos que me favorecessem mais. - Ela deu uma risadinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Canção da Penumbra
FantasyHá anos, a Terra está sendo assolada por as mais diversas desgraças: Pragas, fome, guerras, pandemias. E é assim que surge a Redenção, um grupo que promete paz, estabilidade e segurança para os povos, seduzindo multidões a acreditarem em seus prece...