Capítulo 1 - No chão!

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Todos os olhos estavam sobre ela.

Betina usava um vestido de seda vermelho, e lentamente mexia as mãos acima da cabeça.

Todas as outras moças requebravam ao seu lado, mas Betina não movia o quadril.

Não, ela apenas deixava para imaginação de cada um.

Os rapazes que eram os juízes daquela noite tomavam notas dos movimentos de cada uma das meninas.

Betina passou a mão pelas ondas acinzentadas, só para voltar a movimentá-la acima da cabeça.

- O que ela está fazendo? - Nicolas se inclinou para sussurrar no ouvido de Mahina - O tempo está acabando.

Mahina riu, cruzando os braços.

- Espere e veja.

Nicolas voltou a atenção para Betina.

- Ela não realmente acha que vai vencer só ficando parada de cos... Ok, quando você tem uma bunda como aquela, talvez seja tudo que precise.

Mahina deu um murrinho em Nicolas, e ele riu, a abraçando.

- Que merda ela está fazendo? - Lana franziu o nariz se aproximando dos dois com copos de bebidas.

Nicolas virou o copo de cachaça nos lábios como se fosse água.

- Você não tem dezessete ainda? - Lana cerrou os olhos.

- Por duas semanas. - Ele pontuou, pegando o segundo copo.

- O que Betina está fazendo? - Fábio tomou o copo das mãos do rapaz - Ela está esperando há meses fazer dezoito para essa competição de dança. Tivemos que pagar um jantar na Marina para Victor e Isabela para distraí-los e trazê-la aqui. 

- É tão engraçado todas as meninas se acabando tentando atenção e ela está lá só parada e mesmo assim os olhos de todo cara nesse bar está nela. - Lana riu.

- Sua irmãzinha tem atributos, Lana. - Fábio pegou o celular, apontando para a cunhada.

- Quarenta e cinco segundos. - Nicolas olhou para o relógio.

Betina mexeu a cintura.

- Lana! Lana! - Um rapaz abria o caminho até eles.

- Atlas! - Lana o abraçou.

Betina mexeu uma perna.

- Essa é Thalia, minha espo... - Atlas olhou para as garotas em cima do palco - É Betina ali!?

- Trinta segundos. - Nicolas apontou para o relógio.

- Ela cresceu um pouco desde os doze, Atlas. - Lana riu.

Betina mexeu lentamente os pés, levando um dedo acima da cabeça, marcando o ritmo esperando o momento perfeito da música.

- Você está filmando? - Lana se virou para o marido.

- Claro, pensando em projetar amanhã enquanto seu pai estiver falando no culto. - Fábio respondeu com um sorrisinho e Lana revirou os olhos.

Betina sambava, levando uma mão à lateral de sua coxa, suspendendo o vestido até o limite onde mostraria o que todos queriam ver, só para soltá-lo novamente.

- Vinte segundos. - Nicolas sussurrou.

E Betina começou a rebolar.

Primeiro lentamente, fazendo com que todos os olhos acompanhassem cada movimento seu.

Enquanto descia, ela trocou os movimentos suaves por um requebrar.

Se colocou de quatro, engatinhando enquanto ainda rebolava.

A Canção da PenumbraOnde histórias criam vida. Descubra agora