O amor não é só amar

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Um capítulo pitico pra vocês que ainda não desistiram da fic ficarem felizes. Boa leitura!



"Mas voce não acha que ela querer te levar a um encontro significa que ela quer algo mais sério?" Em uma ligação que durava pouco mais de uma hora, Rosamaria ouvia atentamente as teorias de Carolana sobre o tão falado encontro.

"Eu não achava até você me deixar noiada." Rosa respondeu tensa transparecendo através de sua voz.

"Rosamaria, noiado é quem cheira pó, você é no máximo lelé." Carol respondeu um pouco sem paciência. "E outra, vocês já estão a tempo o suficiente nessa relação sem rótulo, é compreensível ela querer algo sério."

"Eu nao sei se quero algo sério." Apesar de estar tão emocionalmente envolvida com a diretora, Rosamaria ainda tinha certo receio de qualquer relação um tanto mais seria.

"Você a ama?" A pergunta de Carol pareceu surpreender a imunologista pois o silêncio permaneceu durante alguns minutos. "Rosa, você infartou?" Afim de amenizar o caos que a pergunta tinha gerado, Carol tentou trazê-la de volta com uma brincadeira.

"Oi, desculpa." Voltando a atenção novamente a ligação a mulher respondeu. "Eu amo estar com a Carol, amo quando estamos no carro e cantamos das músicas mais bonitas até as mais toscas possíveis. Amo o sorriso contido dela quando tenta disfarçar na presença das meninas. Amo estar ao lado da Gattaz até mesmo quando ela está dormindo. Tudo que ela faz é incrível, a forma como cuida das gêmeas, como se dedica ao trabalho, como consegue colocar juízo na cabeça da Thaísa e da Gabriela. Amo tudo ao lado dela, Carolana." Num fôlego só tomou coragem para assumir seus sentimentos em voz alta.

"Então você a ama, Rosa. Você precisa tirar essa ideia de que relacionamentos são complicados e que não é pra você."

"O amor não é só amar, Carol, com ele vem o respeito, a compreensão, o carinho, a fidelidade, responsabilidades. Se fosse só o amor, todas as relações seriam estáveis. Eu não posso me colocar à frente de algo do qual não posso sustentar ou garantir que não vou acabar magoando alguém, só porque acho que a amo" As palavras da italiana soaram tão intensas que até mesmo carolana, que sempre tinha algo a dizer independente do momento, precisou raciocinar por alguns segundos.

"Uau! Eu entendi o que quis me dizer, mas eu acredito, só pelo modo como você fala, que você está sim preparada para viver algo ao lado do avatar mais lindo desse planeta é que devia dar uma chance a si e a ela de viverem algo tão gostoso quanto o amor." Carolana havia adotado o apelido ignorando totalmente o fato de Gattaz ser sua chefe.

"Não fala assim da minha mulher." Naturalmente o assunto foi trocado e passaram mais algum tempo conversando.

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Enquanto Rosamaria aproveitava para desabafar com a amiga, Carol fazia o mesmo com Thaísa em um café não muito distante de seu apartamento. Gattaz amava estar próxima a Rosa, mas também amava ter seu espaço e sua relações com as amigas sem que precisasse estar grudada em Rosamaria.

"Seus olhos brilham enquanto você fala dela." Thaísa levou um pedaço do bolo que comia a boca e passou a mastigar.

"Meus olhos brilham por tanta coisa." Retrucou a amiga imitando o gesto e levando o bolo até a boca.

"E nesse momento brilham pela Rosa." Thaísa não podia deixar que Carol ganhasse na argumentação. "Você a ama, Caroline?" Perguntou genuinamente, pois apesar de conhecer muito bem a mulher a sua frente, quando de tratava de amor, não sabia decifrar Gattaz.

"Eu não sei." Deixando a xícara na mesa, a expressão de Carol passou de relaxada para uma expressão triste e confusa.

"Gattaz, eu não estou perguntando se sente o mesmo que sentia pela Mariana. Eu estou perguntando se você ama a Rosamaria, é ela quem está aqui agora. E também quero que entenda que a Rosa não vê você como a Mariana via, você precisa superar isso." Procurou não soar tão grosseira, mas precisava que Carol compreendesse o que dizia.

"Eu não sei, Thaísa. Eu a amo, mas como vou ter certeza de que Rosa não me vê como ela me via."

"Carol, de todo meu coração, falando mais sério do que já falei em toda vida, as pessoas recebem da gente, aquilo que nós oferecemos a elas. Como você acha que Rosamaria pensaria o mesmo sobre você, quando tudo que você da a ela é tudo que a faz feliz?" Eram raros os momentos onde Thaísa se esforçava para que seu jeito ácido não interferisse em seus conselhos então a mais velha sabia que aquela era a mais pura verdade.
"A Mariana viveu com aquilo guardado dentro dela porque se frustrou com a vida que escolheu levar, você não tem culpa por nada disso, Carol." O olhar da mais alta era acolhedor e tranquilizava a chefe.

"Obrigada, Tata." Sem ter reação para o conselho da amiga, apenas agradeceu e deixou o silêncio confortável tomar lugar.

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Caroline retornava ao apartamento com as palavras de Thaísa ecoando em sua mente, nem mesmo o trânsito caótico que tanto odiava, foi capaz de trazê-la para realidade. Ela repetia para si mesma milhares de vezes que Rosamaria não era como Mariana, que jamais esperaria o momento mais vulnerável para explodir e jogar em seu colo o peso das suas próprias ações. Mas depois da relação intensa e o término conturbado com a ex, era quase impossível não se sentir insegura em uma nova relação.

Gattaz já havia assumido para si mesma que estava completamente apaixonada pela mais nova, tentava a todo custo lidar com isso da melhor forma, muitas coisas estavam envolvidas além o receio por conta do último relacionamento, Carol tinha medo da reciprocidade desse sentimento, tinha medo que Rosa preferisse manter tudo como estava e evitar problemas futuros. A cabeça de Caroline estava uma verdadeira bagunça.

Chegando em sua casa, só deu conta de que já estava lá quando ouviu o barulho do portão sendo  aberto e o porteiro acenando gentilmente como todas as vezes que passava por ali. Gattaz estacionou o carro e dirigiu- se ao apartamento ainda meio atordoada.

"Oi, meu bem." Um sorriso enorme e a animação explícita com sua chegada contagiaram imediatamente o ambiente. Rosamaria usava um avental bordado com uma pequena bandeira da Itália e tinha os cabelos amarrados num rabo de cavalo frouxo.

"Que cheiro bom! O que fez?" Carol deixou as chaves na mesinha ao lado da porta e seguiu a italiana.

"Nada muito elaborado, só não queria pedir comida mais uma vez." Falou enquanto mexia uma panela que parecia conter algum tipo de molho. "Eu tava pensando, você queria me levar a um encontro, então achei válido que eu te levasse a um também." Rosa fez aspas com as mãos e se sentou a frente de Carol na pequena mesa da cozinha.

"Pensei que achasse a ideia ruim." Provocou a mais nova sabendo o que lhe causaria.

"Cala boca, Caroline! Vai tomar um banho e colocar um daqueles vestidos caríssimos." Retornou à frente do fogão para mexer novamente a panela.

"Eu preciso me vestir como uma rainha enquanto você usa um avental?" Segurando o riso com a cabeça baixa, Caroline não se conteve.

"Tem idade pra ser rainha mesmo. Some logo daqui." Rosamaria jogou o pano de prato que antes estava em seu ombro na mulher que desviou e saiu correndo.

A certeza daquela noite, era que ao lado de Rosa, Gatta se sentia mulher mais feliz do mundo.










Me contem o que acharam se não não volto mais, ein!

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