O amor e as estações

1.5K 161 55
                                    

Oi gente, tudo bem?
Aproveitem o capítulo meio boiola.
Queria dizer que a fic não vai ter tantos capítulos a partir daqui, agora vai ser algo bem gay e fofinho. Espero que vocês gostem.








"Sheilla deve estar aliviada, não acha?" Rosamaria comentava enquanto acompanhava o movimento do lado de fora do carro.

"Se nós estamos, imagina ela. Já sabe onde vai ficar?" Gattaz atenta ao trânsito respondeu.

"Em casa." Um sorriso brincalhão surgiu em seu rosto e Carol a olhou brava. "Brincadeira, vou contigo, mas na próxima você dorme em casa."

"Combinado." Retirou uma de suas mãos do volante repousando sobre a coxa da mais nova e sorriu.

"Carol, você pretende ter filhos logo?"

"Não sei." A pergunta a surpreendeu, não esperava que falassem nisso naquele momento. "Quando olho pra Sheilla, pra Brait, pra minha irmã e vejo o amor em seus olhos, sinto uma vontade gigantesca de ter um pedacinho de gente que seja meu." As duas sorriram juntas e Carol voltou a falar. "Mas paro pra pensar, e sabe? Crianças são espelhos nossos, elas criam sua personalidade óbvio, mas enquanto elas dependem de você, elas se inspiram em você. São as minhas ações, as minhas reações, as minhas músicas e séries favoritas, os esportes e as comidas que gosto que vão inspirar parte de uma vida, uma vida que depende de mim. Talvez eu ainda não esteja pronta."

"Uau" foi tudo que Rosamaria foi capaz de responder.

"Você também acha que eu estou ficando velha?" Gattaz brincou.

"Longe disso, Carol, não perguntei nesse sentido, me perdoa!"

"Calma, doida, foi só pra descontrair. Eu sei que você não seria má desse jeito. Na verdade, eu entendo quando dizem isso, uma mulher madura, que já passou por diversos cargos, tem um lar, um carro, boas condições e 40 anos não ter filhos não é comum." Rosamaria prestava atenção em Gattaz como se assistisse seu filme favorito. "Eu só não quero tomar decisões erradas, Sheilla amou o pai das gêmeas e hoje não estão mais juntos, não quero que comigo aconteça o mesmo, entende?"

"Você vai ser uma mãe incrível e eu torço pra que a pessoa que compartilhe essa fase da sua vida seja eu." Num ato involuntário Rosamaria respondeu.

"Eu também espero, Rosa." As mãos das mulheres se encontraram e o restante do trajeto fizeram em um silêncio confortável.

Na casa de Carol o clima era o mesmo em que viviam antes do término. Gattaz cozinhava enquanto Rosamaria acompanhava o filme que passava na tv, a cada risada alta da mais nova um sorriso nascia nos lábios de Carol. Admirar Rosamaria com certeza era um de seus passatempos preferidos.

"Esse filme é bom demais." A mais velha comentou se sentando no sofá.

"Eu posso assistir milhões de vezes e nunca me cansar. Que isso?"

"Uma receita da Carolana, espero que seja boa." A expressão de Rosamaria arrancou uma gargalhada de Carol. "O que, você tem algo contra veganos?"

"Eu tenho algo contra carolanas." Em meio a risadas jantaram e acabaram o filme terminando a noite abraçadas enquanto dormiam.

—//—

Algumas semanas se foram rapidamente, o final do ano se aproximava aos poucos e o grupo agora estava mais unido do que nunca.
Rosamaria e Gattaz dividiam a vida novamente, aos finais de semana Liz e Ninna eram suas companheiras, saiam para parques, para o cinema, para todo os lugares que as pequenas desejavam.
Longas e esclarecedoras conversas foram tidas durante esse tempo, Rosa pedia desculpas todos os dias pelo seu comportamento, como se aquilo fosse um ritual a ser seguido, mesmo que a mais velha já houvesse lhe perdoado desde o primeiro pedido.
Gattaz estava feliz, a gestão da clínica era elogiada, fazendo com que projetos maiores e mais desafiadores se iniciassem ali. Seu relacionamento com suas afilhadas e a até então quase namorada, já que ainda não haviam decidido se assim seriam novamente, não podia ser melhor, Rosa agora estava cada vez mais compreensiva e isso acalmava seu coração.
Desde o dia em que a mais nova a questionou sobre filhos, Gattaz mantinha essa ideia na cabeça, todas as áreas de sua vida fluíam bem, sua estabilidade financeira era boa e sua idade já não poderia esperar por tanto tempo. Mas ainda alimentava a insegurança de ser precipitada e acabar perdendo novamente Rosamaria, o que fez com que a mais velha guardasse a ideia apenas para si e mais ninguém.

Era sexta, mais conhecida como a noite da pizza, logo todas as mulheres e as crianças se reuniam no terraço de Carol, Sheilla e Gabriela levavam o amor mais belo por onde passavam, Naiane e Ariele agora eram oficialmente parte daquele grupo, mesmo que ainda não assumissem o relacionamento nada secreto que mantinham.

"Titia, quando teremos uma nova florzinha para brincarmos." Liz questionou diante de todas as mulheres a mesa.

"Como assim, pequena?" Apesar de Rosa não ter entendido a pergunta, Caroline entendeu bem e teve de segurar a risada.

"Bom, eu tenho nome de flor, você tem nome de flor, sua filha coma dinda também vai ter, não vai?" Aquela ideia parecia tão natural para a criança que qualquer reação exagerada a assustaria.

"E por que você acha que elas vão ter filhas, pituca?" Sheilla não perdia oportunidades de perturbar as amigas.

"Porque você me disse que quando duas pessoas se amam muito, o amor se torna outra pessoinha." O sorriso travesso se desmanchou quando levou o pedaço de pizza a sua boca.

"Você precisa pedir a dinda." Jogando a responsabilidade para Carol, Rosamaria fez todas soltarem risos baixos.

"Quais nomes você sugere, loirinha?" Surpreendendo todas que acharam que a mais velha fugiria, carol respondeu.

"Eu gosto de Iris ou Flora, ou os dois, já pensou se são duas igual a mim e a Ninna?"

"Ah, não! Se forem duas, uma tem que ter nome de princesa igual eu!" Contestou a outra gêmea.

"Chega, a dinda já está velha pra tantas crianças, vão brincar."

Logo, cada grupo se dispersou e entraram em assuntos diferentes.

"Então quer dizer que teremos a Florinha?" Rosa brincou abraçando Carol por trás.

"Essa é a sua vontade, meu bem?"

"Uma das." Sorriu e deixou um beijo em seus lábios.

"Vem comigo." Carol puxou a mais nova até seu quarto e retirou de seu guarda roupa a caixinha com as alianças que usavam antes da briga. "Isso é seu." Pediu que a menor lhe estendesse a mão.

"Isso realmente é meu." Num abraço apertado passaram longos minutos até que Rosa finalmente quebrasse o silêncio. "Estamos juntas de novo?"

"Nunca estivemos separadas, Rosa, apenas descemos em estações diferentes." Confusa pela fala da mais velha, sua expressão bastou para que Carol iniciasse a explicação. "Desde criança em minha casa, nós aprendemos a história do amor e das estações. Quando amamos alguém e tudo está bem, significa que estamos no mesmo trem, sentadas lado a lado aproveitando a viagem, claro que se for a linha doze as seis da manhã não é muito proveitoso, mas você entendeu o que eu quis dizer. Agora, quando algo ruim acontece, é porque uma das partes acabou descendo na estação errada, talvez por pressa de chegar logo ao destino, ou por falta de atenção a suas ações e agora precisa aguardar o próximo trem e ter a sorte que a pessoa amada esteja na próxima estação a esperando. Com a gente foi assim, nos perdemos nas estações, mas pegamos o mesmo trem novamente." Ainda abraçadas, Carol sentiu algumas lágrimas de Rosamaria molharem seus ombros. "Eu te amo, Rosa, nunca esqueça que o nosso destino é sempre o mesmo."

De volta ao terraço, o casal se divertia com as palhaçadas de Brait e Thaísa ao brincarem de mímica. A noite apesar de agradável, não se estendeu muito, todas ali precisavam descansar depois de uma longa semana. Se despediram ainda em meio a brincadeiras até que finalmente só restassem Rosamaria e Caroline no apartamento.

Adormeceram logo, ambas mantinham uma rotina cansativa no trabalho, Rosamaria cada vez mais contente com os resultados do tratamento de liz, agora também poderia testá-lo em outras crianças que sofriam do mesmo problema, o orgulho que sentia de si mesma era gigantesco é isso só lhe motivava mais.
Ali, nos braços do amor de sua vida, agradecia pela boa fase em que estava e pedia que a paz e a tranquilidade se mantivessem presentes sempre.

Sob Nova Direção Onde histórias criam vida. Descubra agora