Exagerado

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Um capítulo novo essa semana, porque sim! Boa leitura :)








Caos. Com certeza essa é a palavra mais correta para o dia de viviam.
Ainda que que a clínica fosse apenas uma extensão do hospital, quando necessário, os médicos que ali trabalhavam eram chamados para completar o número necessário de funcionários na emergência. E, naquela sexta feira, Rosamaria ficaria de plantão no PS.
A presença da médica foi de extrema importância pois novamente chovia na cidade de pedra, logo acidentes eram os maiores acontecimentos, principalmente num dia antecedente ao fim de semana.

A agitação no hospital era imensa, diversos médicos passavam com pacientes em estado grave, outros mantinham a calma enquanto suturavam pequenos cortes ou informavam aos enfermeiros quais as medicações necessárias.

Rosamaria era uma das médicas encarregadas pelas suturas, seu paciente era um pequeno menino, em sua ficha marcava a idade de 5 anos. Seus olhos atentos a Rosamaria demonstravam medo do seria feito pela médica, lhe trzendo a sensação que mais odiava sentir durante os estágios, a fazia sentir dó do pequeno ser a sua frente

"Oi pequeno. Eu sou a doutora Rosamaria. E você?" Perguntou já sabendo o nome da criança por ter lido o prontuário.

"Eu sou o Téo." O pequeno tinha lindos cachos ruivos caindo sobre seus olhos.

"Que nome bonito, combina com você, não acha?" Falou retirando uma das mechas de seu rosto, podendo ver uma lágrima caindo. "Senhor, o corte do Téo não é muito grande, são pequenos pontinhos e uma cicatriz para contar história." Se direcionou ao pai do menino que afirmou balançando a cabeça enquanto segurava a mão de seu filho.

"Eu tô com medo, tia, vai doer." Mais lágrimas escorriam cortando o coração de Rosamaria em pedaços.

"Não vai doer, meu amor. Vou tomar muito cuidado, tá bom? Preciso que feche os olhinhos e me conte sobre algo que gosta." O fato de não ter trabalhado muitas vezes com criança, tornava o processo um pouco mais complicado do que seria com um adulto, mas Rosa se esforçava para que tudo saísse da forma mais calma.

"Eu gosto da chuva, Tia. Gosto de ver as gotinhas subindo pelo vidro do carro." O menino obedeceu a médica fechando seus olhos e passando a falar sobre seus gostos. "Gosto de ver quando as nuvens branquinhas vão ficando cinzas e aí puf, cai a chuva." Rosamaria sorriu com a empolgação da criança ao dividir sua história e agradeceu por conseguir fazer com que se distraísse.

"É mesmo? Eu também gosto da chuva, mas prefiro os dias de sol." Com o material preparado, Rosa começaria a sutura. "Téo, você vai sentir uma picadinha, mas é só a unha da tia que está um pouco grande, tudo bem?"

"Tá bom, tia, não tem problema." O menino já não demonstrava sinais de medo. "Eu também gosto muito de masica titia" a empolgação se fazia cada vez mais presente no menino.

"Uau! Eu também! Qual sua música preferida." A médica perguntou esperando ouvir que seria algo parecido com galinha pintadinha ou qualquer dessas voltadas a crianças.

"Exagerado, do moço do nome difícil." Falou arrancando uma risada da médica e de seu pai. "Quando eu crescer eu quero cantar essa música pra alguém igual papai canta pra mamãe, todo apaixonado." A fala do menino fez nascer um sorriso genuíno no rosto do pai e no da própria médica, sempre amava ser surpreendida pela inteligência das crianças.

"Olha só, também amo essa música. Prontinho, Téo, o curativo está feito e você pode descansar." Rosamaria retirou as luvas e tirou de seu jaleco um pirulito em formato de coração entregando para o menino. "Isso aqui é para depois do jantar, combinado?"

"Muito obrigada, doutora Rosa, você é muito legal." Mais uma surpresa, a criança ergueu os braços alcançado o pescoço da médica a abraçando fortemente.

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