Sob Nova Direção

Tudo acontece porque tem que acontecer

Oi, voltei cedo, né. Teve uma aproximação aí ein.

"Bom dia!" Um sorriso nasceu nos lábios de Carol ao se deparar com Rosamaria utilizando seu avental para preparar o café. "Acordou primeiro pela primeira vez." Brincou bem humorada.

"Está me chamando de preguiçosa? Não tenho culpa que você sempre acorda pra admirar minha beleza." Devolveu da mesma forma.Ao lado de Carol até mesmo durante as manhãs Rosamaria era contagiada pelo bom humor.

"Como resistir a esse rostinho." Riram juntas. "Precisa de ajuda em algo?"

"Fica tranquila que eu já preparei tudo, seu trabalho é só comer." Colocou um prato com torradas e a geleia preferida de Gattaz sobre o balcão. "Ligou para Sheilla?" Perguntou um pouco triste.

"Ainda não, não quero deixá-la ansiosa." O semblante de ambas era triste. "Você sabia que a médica do oitavo andar está saindo com a chefe da pediatria?" Caroline se lembrou da brincadeira que tinham entre si, o "rádio hospitalar", que  era a troca de informações que descobriam durante a semana, usou isso para retornar ao clima em que acordaram.

Engataram uma conversa animada sobre a pequena fofoca, rapidamente se atualizaram de todos os outros acontecimentos, certamente um lugar grande como aquele jamais faltariam bons assuntos.
Gattaz observava Rosamaria empolgada, a mais nova gesticulava e sorria ao contar sobre um funcionário qualquer. Rosa era encantadora, a diretora era incapaz de desviar seus olhos dela, independente do que estivesse fazendo. A mais velha se deu conta do quanto sentira falta desses simples momentos ao lado da imunologista.

"Bom, agora que estamos atualizadas, podemos ligar para Sheilla?"

"Tudo bem."

Carol segurava seu celular aguardando que a imagem de Sheilla aparecesse. Em poucos segundos sua chamada foi aceita e surgiu através da  tela uma Sheilla com olhos vermelhos e os cabelos bagunçados por ter passado a noite no hospital ao lado da filha.

"Bom dia, Sheillinha." Gattaz e Rosamaria poderiam ter combinado, pois falaram juntas.

"Bom dia." Sua voz era baixa, possivelmente pelo choro incessante durante a noite.

"Como estão as coisas?" A madrinha da menina perguntou.

"Liz está da mesma forma." Virou a câmera para que as mulheres pudessem ver. "Está fraca, um pouco cansada e indisposta. O pai delas teve um problema com o voo e infelizmente só chegará no final de semana, isso a deixou triste. Ninna não foi a aula, está sentida pela irmã, pediu que Tata ficasse com ela." Lágrimas deslizavam pelo rosto da morena.

"Você está exausta, Sheilla, precisa de um banho e da sua cama. Se você quiser eu vou até o hospital para cuidar dela, apenas para você descansar um pouco, imagino que Gabriela esteja da mesma forma."

"Eu não posso deixá-la Carol." Sua voz estava embargada. "Gabriela foi buscar algo para comermos, não sei o que seria de mim sem ela ao meu lado. Sem vocês aqui, na verdade."

"Estou indo até aí, quando eu chegar vocês vão para casa." Sheilla a agradeceu e a ligação foi encerrada.

"Posso te acompanhar, se quiser." Rosa sugeriu. "Um turno em duas pessoas sempre é mais fácil." A situação era complicada, mas procuravam sempre manter o humor e as brincadeiras.

"Vamos, ela vai amar te ter lá."

Levaram algum tempo até finalmente saírem, tomaram banho, levaram alguns sanduíches para que Gabi e Sheilla comessem durante o trajeto até a casa delas e alguns brinquedos que Liz havia pedido.
Naquela manhã, causando raiva em gattaz, o trânsito estava péssimo, buzinas, xingamentos, faróis quebrados, tudo cooperava contra a mulher na direção. Mas, pensando em sua afilhada e no quanto sua amiga estava precisando de sua ajuda, se manteve calma e seguia sem se deixar abalar com o a situação.