Você é meu - Dekubaku

O começo

*Izuku on*

Desde criança eu sempre sofri bullying por não possuir uma individualidade e o meu "melhor amigo" era meu pior agressor.

Isso me magoava bastante até porque eu sempre senti uma atração diferente por esse meu amigo.

Enquanto eu crescia o bullying ficava cada vez pior, a ponto de ficar enjoativo. Era sempre a mesma rotina: acordar, ir para a escola, apanhar, assistir aula, ser humilhado, apanhar e ir embora.

Mas sinceramente toda vez que eu apanhava, era gostoso ver os músculos do braço do Kacchan visíveis por causa da força que ele me atingia.

Era prazeroso observar cada curva justa naquele uniforme quando ele ficava com raiva. Suas veias saltadas no pescoço me faziam passar noites em claro imaginando minha mão ao redor daquele pescoço.

Sua voz rouca quando me xingava a cada segundo, alimentava minha imaginação de talvez algum dia o ouvir gemer com aquela mesma voz.

Voltando aos dias atuais, eu estou no meu armário pegando o livro para a próxima aula quando vejo uma sombra se aproximando.

Mas cai entre nós, eu já sabia muito bem quem era o dono daquela silhueta.

- Eae Deku.

Sorrio por causa da porra da sua voz gostosa.

- Oi Kacchan. - digo me virando. - O que você precisa?

- Eu estava precisando dar um soco nessa sua cara. Que porra você tava pensando quando foi melhor que eu no teste de inglês? - Bate na porta do armário ao lado da minha cabeça. - Você perdeu a noção do perigo nerd idiota?

- Talvez você só precisasse estudar um pouco mais. Não é culpa minha se eu consigo ser melhor que você.

Ele ri como se eu tivesse falado o maior absurdo da vida.

- Melhor que eu? Você, um nerdzinho de merda, sem nenhuma individualidade, acha mesmo que é melhor que eu? Tá querendo apanhar?

- Bom, ultimamente eu percebi que a sua força diminuiu um pouco. Seus socos não estão doendo praticamente nada sabia Kacchan?

- Sério? Que bom saber. Então já sei que agora eu devo aumentar a força e quem sabe te dar uma cicatriz de explosão de presente.

Ele então flexiciona seu braço, cerrando sua mão e tenta me acertar um soco na costela.

Eu desvio.

- Errou. Você deveria mudar suas técnicas, já que sempre começa com um gancho de direita. E fala sério me dá um descanso, eu também mereço férias sabia Kac-chan? - faço questão de falar o apelido separadamente olhando para aqueles olhos cor de rubi maravilhosos que demonstravam raiva.

- Ora seu - ele tenta me acertar novamente mas eu seguro seu braço.

Dou uma rasteira nele, soltando seu braço para que ele caia.

O pequeno problema é que ele cai em cima do braço e levanta com uma cara de dor, mesmo sem fazer nenhum tipo de barulho.

Vou para a sala de aula e tudo ocorre normalmente. Os amigos/servos do Kacchan não vieram hoje então a aula foi bem tranquila.

Quando eu cheguei em casa eu me sentia renovado, pela primeira fez em muito tempo eu voltei sem nenhum machucado ou hematoma.

- Oi Izuku, como foi a aula?

- Foi normal como sempre okasan - dou um sorriso e continuo falando - Eu vou para o meu quarto, se precisar de mim é só me chamar.

- Okay.