Agora faz sentido, o problema não estava em mim

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*⏰* = quebra pequena de tempo

*Izuku on*

6:20 da manhã. Gosto de andar de manhã, acho reconfortante de certa maneira. O caminho da escola estava normal. Gente normal, carros normais, gritaria, muvuca, aglomeração, risos, xingamentos, assaltos, tiros, viaturas, policiais, mais gritaria, desespero e enfim uma trombada forte no meu ombro, seguida de um empurrão.

- Sai da frente pirralho. - um carinha alto grita depois de me jogar para o lado.

- Olha por onde anda seu merda - grito de volta, vendo aquele ser com um capuz preto barato com dois buracos mal feitos para os olhos parar de correr e se virar, me olhando com sangue nos olhos.

- Você quer morrer? - ele volta até mim, segurando firme na minha gola.

O empurro com força e limpo onde ele me tocou com leves tapinhas.

- Não encoste em mim com essa mão imunda, sabe quanto custou esse casaco? - olho para ele com nojo.

- Ah, então você é filhinho de papai? Ou de mamãe? Não importa, você vem comigo, vai me render uma boa grana quando forem pedir resgate. - ele vem pra cima de mim e agarra meu braço.

- Eu já falei para não encostar em mim! - agarro seu pulso e lhe dou um soco na buchecha, o derrubando no chão e logo subindo em cima do mesmo.

Soco sua face sem dó nem piedade, arrancando cada vez mais sangue de seu rosto encapuzado.

As pessoa à minha volta me olhavam assustadas, e provavelmente horrorizadas.

Começo a ouvir sirenes cada vez mais próximas, e logo ouço uma voz me pedindo para parar.

- Meu jovem, por favor, já chega. - o policial dizia.

Mas eu não conseguia parar. O meu sangue estava fervendo, e a vontade de espancá-lo aumentava cada vez mais.

Cada soco, cada gemido de dor, cada gota de sangue derramada, só me fazia querer mais mais e mais.

Passei anos sem entender porque me batiam, mas agora eu sei. Isso é completamente incrível. A sensação da minha mão encontrando a pele e os ossos dele, é perfeita.

Eu sentia o meu corpo pegando fogo, de tanta adrenalina que corria pelas minhas veias. Acho que ele já havia desmaiado, mas em momento algum parei de espancá-lo.

Comecei a sentir sua respiração cada vez mais fraca. Ele estava morrendo. Aquele merda não estava aguentando o meu peso sobre seu diafragma e a série de socos ineterrúpitas.

No fundo, não tão no fundo assim, eu queria matá-lo. Queria vê-lo parando de respirar nos meus braços. Suas pupilas ficando sem vida. Mas infelizmente nada é o que queremos.

Tenho um golpe pra dar, pessoas para trair, um empresa pra comandar e logo logo, alguém para cuidar. Não posso ser preso por homicídio culposo, com várias pessoas de testemunha.

Reúno toda a minha força e paro, com a minha mão segurando firmemente a gola da sua camisa barata e suja. Respiro fundo e me levanto, dando leves batidinhas na roupa para tirar a sujeira.

Olho em volta e percebo todo mundo me olhando. Estava em um transe tão grande, que nem percebi os pro heros chegando. Á minha volta, a polícia levava cada membro do assalto para um carro, os prendendo lá.

Sinto uma mão no meu ombro e me viro, olhando seu rosto que aparentava estar calmo; mas eu podia ver, no fundo de seus olhos violeta, que calma era a última coisa que ele estava sentindo. Seu olhar exalava preocupação, medo, decepção e um pouquinho de pena.

Você é meu - DekubakuOnde histórias criam vida. Descubra agora